ATRAENTE REPULSIVO

Final de Semana em Família!?

Estou na cama ainda quando vejo uma mensagem da minha mãe.

"Oi filha aqui em casa estamos todos com saudades sua, já faz um bom tempo que não aparece por aqui, sei que está em cima da hora, mas venha nos visitar este final de semana,"

"Me desculpem pela demora e estarei aí hoje mesmo"

Minha família é do interior de São Paulo, eu fui a única a vir para a capital, todo mês eu ia lhes fazer uma visita, mas já faz dois meses que não apareço por lá, então me ponho de pé, tomo um banho rápido, arrumo uma mala pequena, e saio em meu carro,com direção a casa dos meus pais, mais ou menos depois de duas horas chego em frente a minha antiga casa, desço do carro, pego minha mala e toco a campainha quem atende é meu irmão mais novo Júlio que me abraça, logo em seguida vem minha mãe, meu pai e meu primo Henrique, comprimento a todos e rápidamente já estamos na mesa esperando o almoço, depois da refeição subo para o meu antigo quarto onde sempre fico quando faço visitas, meu irmão vem junto comigo trasendo minha mala, entramos no quarto, me jogo na cama, e meu irmão comenta.

-É engano meu ou você está demasiadamente feliz? Algum motivo especial?

-É engano seu.

-Qual é Sophie você não vai me contar?

-Não, não vou.

E assim ele sai todo nervoso do meu quarto, minutos depois Henrique entra.

-E aí minha bela como está?

-Beem, e você?

-Eu ótimo.

-Já desancanou da Camila?

-Sim, faz um mês.

-Fase solteiro quero ninguém ou buscando relação?

-Ainda não decidi, e você?

-Eu o quê?

-Como está sua vida pessoal?

-Ah, na mesma, status sozinha quero ninguém.

-Hum tá bom.

-O quê não acredita?

-Não, eu soube que você perdeu o emprego, se precisar de ajuda é só ligar.

-Sim eu perdi, mas já consegui outro, não no mesmo nível, mas pelo menos por enquanto não preciso de ajuda - digo sarcástica e Henrique ri.

-Mas qualquer coisa me ligue.

-Relação procuro ninguém.

-Tá bom ok.

Diz e sai do meu quarto, Henrique sempre foi gamado em mim desde menino, e já desde essa fase demonstro que entre nós dois não vai ter nada, mas ele nunca perde as esperanças.

Thomas

Nesse final de semana decido viajar para o Rio de Janeiro, para ficar sozinho tendo a certeza de estar longe de todos, chego ao hotel, me apresento na recepção e subo para o meu quarto, deito na cama e durmo, mais tarde desço para um lanche e decido dar uma volta pela cidade, mas acabo me sentindo mal, pois lembro de Londres e de como eu e Sophie nos divertimos, então decido voltar para o hotel, ficar encarando o teto do meu quarto, peço para trazerem meu jantar, após comer, tomo banho e práticamente desmaio de cansaço. Domingo acordo um pouco mais disposto, então saio de manhã após tomar café da manhã, dou uma corrida, volto para o almoço, antes do voo de volta dou mais uma saída passo em frente à uma loja de sapato e lembro-me de Sophie.

Sophie

Acordo domingo, toda tolorida, isso sempre acontece quando durmo aqui, porquê a cama do meu apartamento é bem melhor do que esta e digamos que parte de mim já se acostumou ao que é bom, desço para o café da manhã, todos conversam animadamente sem parar, eu fico só prestando atenção e de vez em quando respondo um sim outro não, mais tarde subo e começo a ler um livro, depois desço para o almoço, em seguida vamos todos para a área da piscina, meu irmão e meu primo se divertem dá para ver que estão fofocando sobre mulheres, apesar da diferença de cinco anos entre eles, sempre se deram muito bem, e sempre tinham assunto um para com o outro, já eu e meu irmão que também temos cinco anos de diferença, somos próximos, mas tento não mantê-lo a par da minha vida, aliás tento não manter ninguém a par, a única pessoa que conseguiu tirar de mim muitos segredos foi Lawanda, mas apesar de ser meio distraída, ainda confio nela para partilhar meus segredos, de repente assusto com a aproximação da minha mãe, pois eu estava no mundo da lua.

-Como estão as coisas por lá filha?

-Bem, como já tinha dito, minha situação financeira está estável, pois consegui um novo emprego, de resto não tenho o que reclamar,

-E está feliz?

-Sim, como sempre - sempre digo isso a ela me perguntando qual é para minha mãe o conceito de felicidade. Mais tarde me despeço de todos e volto para meu apartamento, chego, vou tomar um banho, peço uma pizza que chega em quinze minutos, ligo a televisão, assisto a alguns filmes até de madrugada, quando vou me deitar tropeço em uma caixa, a pego e a abro, é o sapato que ele me deu em Londres, e eu fico me perguntando o porquê daquele presente, o porquê dele ter sido tão carinhoso comigo, de ter adiado nossa volta por dois dias só para sairmos juntos, será que ele fazia isso com todas que queria conquistar e depois descartava como se fosse nada, é acho que é isso, ele não parece ser o tipo de homem atrás de um relacionamento sério, e eu vou fingir que nada aconteceu e que ele foi mais um na minha lista 'transei', melhor isso do que eu me iludir, então paro de pensar nessas bobeiras e decido dormir para que eu não comece a me atrasar novamente.