Ponto de vista de Diana
— Hummm. Caviar. — Alessandra diz.
É uma das frases dela.
É fim de tarde, e Laura acabou de entrar no quarto.
Está segurando a bolsa de Alessandra.
Alessandra não tem botão de controle.
Ela é incapaz de não dizer o que está pensando.
— Oi? — Laura diz.
— É caro. É... delicioso. E eu poderia comer de colher.
Ela está falando com a voz rouca, remexendo o quadril e jogando os cabelos, o que faz Laura ficar assustada. Ela provavelmente não está acostumada com garotas como Alessandra. Pensando bem, quase ninguém está acostumado com esse tipo de garota, porque só há uma Alessandra nesse mundo.
Nossa, como senti falta dela!
— Deixe-a em paz, Alessandra — digo com tranquilidade.
O que eu posso dizer? Eu gosto dela. É totalmente o meu oposto.
— Ah, ela é sua, Didi? — Alessandra pergunta, com inocência. Ela está a cerca de quinze centímetros de Laura. — Será que posso pelo menos... ficar com as sobras?
Alessandra é alta, mais alta do que eu, e eu não sou baixa. Está vestindo um short que, se fosse mais curto, seria chamado de biquíni, e ela tem um quilômetro de perna. Sua camiseta parece ter sido pintada no corpo, porque é muito justa. Tem cabelos médios, loiros, e os olhos são amendoados, dando a ela um olhar felino e exótico. E seios. Que ela ostenta com orgulho.
Eu me amo, amo meu corpo e tenho orgulho de ser quem sou e blá-blá-blá. Mas, às vezes, eu daria tudo para ter o corpo e a coragem de Alessandra. Ela não conhece o medo.
Não, não é verdade.
Ela não demonstra ter medo.
— Sua bolsa — Laura diz, recostando-se com os olhos arregalados e a voz um pouco trêmula. — É... uh... coisa da segurança, sabe? —
Ela olha para mim com pânico. Eu dou de ombros.
Não vou salvar você, cara.
Olho para baixo e escondo um sorriso ansioso porque sei o que virá em seguida. Alessandra pega a bolsa das mãos de Laura, mas, antes que ela possa escapar, ela segura o pulso dela. Abre a bolsa e examina o conteúdo.
— Então, acho que eles pegaram meu cantil.
— Eles disseram que seus pertences serão devolvidos quando você for embora.
Boa garota Laura, conseguiu uma frase completa.
— Espere! — Alessandra diz. Ela procura dentro da bolsa e, sim, tira uma longa tira de preservativos. — Pelo menos eles não pegaram nada de que eu realmente... preciso — ela fala.
Laura dá uma resmungada esquisita. Sai correndo do quarto. Alessandra ri, animada. Ela se recosta na beira da cama e eu digo:
— Você é uma cadela.
— Eu sei.
— Você não faz ideia de como senti sua falta. — Suspiro. — Sinto falta de tudo. Sinto falta da lição de casa. Sinto falta do fedor especial do banheiro das meninas.
— Nerd. As aulas acabam em alguns dias, mesmo. Eles vão deixar você compensar na primavera. — Alessandra dá um tapinha Na Perna. — Ai, droga, desculpa! Machuquei você?
— Não. Os analgésicos funcionam muito bem.
— Você não tem uns a mais para me dar?
Respiro profundamente.
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O DNA do Amor
RomanceFilha única da poderosa Alice Macedo, Diana fica entre a vida e a morte depois de sofrer um acidente de carro. O processo de cura no misterioso laboratório Macedo transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta o seu lado detetive. Antes...