2 - conhecendo Cristhine

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Assim que Austin põe os pés dentro da casa barulhenta e preenchida de corpos em movimento, sente a própria vida ameaçada.

Assim que Austin põe os pés dentro da casa barulhenta e preenchida de corpos em movimento, sente a própria vida ameaçada

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Antes que ele tenha tempo de desistir e cair fora, é empurrado pelo mar de adolescentes loucos. E no pouco tempo que leva para atravessar a sala meio escura, tem certeza de que está cheio de hematomas.

— Sai do caminho, imbecil! — alguém grita antes de Austin sentir a própria camisa ser molhada por algo suspeito. Pelo cheiro, provavelmente é cerveja.

Com uma careta de aborrecimento, ele atravessa a sala com dificuldade e entra na cozinha bem menos cheia. Dando-se conta de que finalmente está livre da multidão lá fora, solta o ar que estava prendendo.

Onde fui me meter? pensa.

Um cara completamente bêbado está desmaiado no carpete, próximo à geladeira e Austin desiste de perguntar o paradeiro da garota para ele. Decide se aproximar de uma menina de cabelo azul, que nesse momento está procurando algo no armário.

— Você sabe onde Cristhine Mason se encontra?

Ela se vira para ele antes de inspecioná-lo como se ele fosse o ser mais esquisito que já viu.

— Claro. — diz depois de alguns segundos. — O que você quer com ela? — A garota o encara com desconfiança.

Austin estreita os olhos escuros.

— É um assunto estritamente particular.

— Hm. — ela resmunga. — Pode subir as escadas. Ela está no terceiro quarto à direita.

— Obrigado.

Ele passa por ela sem receber resposta e sobe as escadas, apreensivo.

Bate na porta que ela indicou.

Um garoto punk abre a porta e pisca algumas vezes, tentando enxergá-lo, mas está muito bêbado para que o seu cérebro tenha a capacidade de responder ao estímulo.

Austin passa por ele, esperando encontrar qualquer coisa, menos outra sala repleta de adolescentes. A única diferença no lugar é que está cheio das pessoas mais estranhas que ele já viu.

Há pessoas de vários estilos espalhados por toda parte. Quando um grupo de góticos o observa com curiosidade do outro lado da sala, ele desvia o olhar.

Austin tosse quando uma nuvem de fumaça de cigarro entra em sua via respiratória. Leva um tempo para se recuperar e, já mais calmo, dirige-se a uma garota cheia de tatuagens e piercings.

— Onde posso encontrar Cristhine Mason? — ele tem que gritar para ser ouvido.

Sem dizer uma palavra, ela indica um canto qualquer da sala semiescura. Austin tenta enxergar algo em meio a fumaça artificial e aos jogos de luzes, então se aproxima do local que a garota indicou.

Quando ele finalmente consegue ver algo, nota duas garotas conversando, recostadas contra uma parede.

Aproxima-se com cautela antes de chamar a atenção de uma delas, uma garota bem bonita de cabelo negro e cheio de tranças bem elaboradas. Se for quem ele está pensando, não parece tão ameaçadora.

— Você é a Cristhine Mason?

A garota sorri.

— Sou eu! — diz uma voz com desdém.

Austin desvia a atenção para a garota que falou, então amplia os olhos.

Não vai dar certo!

Na sua frente está uma garota de calças rasgadas, cabelos castanhos desgrenhados e uma blusa do Metallica amassada.

E não é muito bonita...

— O que você quer comigo? — a garota fica de pé antes de se aproximar de forma ameaçadora, embora tenha uma estatura bem menor se comparada à dele. Ela é a metáfora viva de tamanho não é documento.

Austin recua alguns passos com um formigamento estranho nas pernas. Ele está pronto para cair fora o mais rápido possível e desistir da ideia maluca de Nathan.

Mas não faz nada disso, então encara a garota com segurança.

— Austin. Prazer em conhecê-la. — estende a mão, mas Cristhine apenas o encara com indiferença. Ele abaixa a mão, sem jeito. — Um amigo me falou que você faz alguns serviços. — balbucia, nervoso.

— Que serviços? — ela pergunta com a cara fechada.

— Os do tipo "ilegais". — diz em voz baixa.

Cristhine o observa sem demonstrar emoção alguma.

— Você quer que eu assassine alguém e enterre no quintal? — questiona, calmamente.

Austin sente um calafrio e a encara, boquiaberto.

Ela permanece séria por um instante antes de levantar a cabeça e cair na risada como uma bruxa de filme de terror. A amiga também sorri.

— Só estou tirando sarro da sua cara. — diz, ficando subitamente séria. — Mas o que exatamente você quer que eu faça? Pelo visto, deve ser algo bem sério para um nerd engomadinho como você vir a esse tipo de lugar e arriscar sujar o cardigã caro. — ri da própria piada.

É impressionante que a cada minuto que Austin passe na presença da garota ele consiga gostar menos dela.

Isso não é um cardigã, garota estúpida! — tem vontade de dizer, já que está usando um casaco cinza por cima da camiseta, mas permanece em silêncio, temendo chegar em casa com o olho roxo.

— É um assunto particular. — lança um olhar significativo para a garota ao seu lado.

— Ah... — Cristhine dá de ombros. — Eu já volto, Evelyn. — diz para a outra garota, que se despede com um aceno. — Vamos. — Cristhine puxa Austin pela gola do casaco até um canto afastado e escuro da sala enorme.

Ele permanece em silêncio enquanto ela o leva como um boi para o abatedouro.

Cristhine - A Namorada De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora