10 - minha heroína

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Que droga de dia! — Cristhine resmunga assim que se empurra para fora da cama.

Para ela, todos os dias são maçantes. Principalmente se isso inclui ir à escola de manhã cedo.

Ela entra no pequeno banheiro do corredor, saindo de lá depois de um tempo com a habitual calça rasgada e uma regata cinza. Amarra os cabelos em um coque, antes de calçar os coturnos pretos.

Assim que pega a mochila e entra na cozinha, reconhece o cheiro de panquecas queimadas; especialidade de Carly Mason

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Assim que pega a mochila e entra na cozinha, reconhece o cheiro de panquecas queimadas; especialidade de Carly Mason.

— E aí. — cumprimenta a mãe, entediada.

— Até que enfim acordou. — a outra resmunga, com o nariz franzido. — Sua panqueca já está pronta. — põe uma coisa entranha e gosmenta no prato da filha.

— Que delícia. — Cristhine diz com sarcasmo, fazendo Carly soltar um de seus habituais resmungos.

— Está mesmo. — lança um olhar ameaçador na direção da filha, levantando a espátula.

Cristhine encolhe os ombros antes de morder sua panqueca.

— Tchau. —despede-se da mãe assim que termina seu café da manhã.

Não espera resposta enquanto segue para a escola.


***


Um dos maiores problemas de se morar em um bairro pouco assistido pelo governo é ter que conviver com todos os tipos de pessoas, incluindo ladrões de galinha e assassinos de aluguel, que são capazes de tudo por uma boa grana.

Essa é a rotina de Cristhine: passar todos os dias por becos suspeitos para chegar à escola. E nesse dia não foi diferente.

— Ei.

Desvia a atenção para um garoto com alargadores em ambas as orelhas, piercing nos lábios e nariz, além de um moicano rosa-choque.

— E aí, Foster. — diz ela, sendo acompanhada por Paul.

Estudam na mesma escola e estão no mesmo ano. Paul Foster, assim como Cristhine, também é bolsista na Arwen Brooks School, e, pode não parecer, mas se esforçou para estar em uma das escolas particulares mais requisitadas dos Estados Unidos. Cristhine, por sua vez, também passou uma boa parte dos seus dias estudando para passar nas provas de seleção, superando até mesmo as expectativas de Carly quando foi aceita. Ao contrário de Evelyn, Cristhine não tinha pais ricos, e isso era estímulo suficiente para se esforçar por um futuro melhor para si e para a mãe.

— Vai rolar outra festa na casa do Mark, no sábado. — diz Paul. — Vai aparecer?

— Não sei, não. Talvez.

Algo chama sua atenção um pouco mais a frente.

— Acho que alguém está levando uma baita surra. — Paul sorri.

Cristhine - A Namorada De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora