O que fazer quando sua namorada te troca pelo quarterback do time da escola e seus pais querem conhecê-la no dia seguinte?
Essa é a situação de Austin quando ele decide seguir o plano do melhor amigo e contratar uma garota para ser sua namorada de...
Cristhine segue para a escola com a habitual carranca de tédio e rancor com o resto do mundo.
Ao entrar na sala de aula, dá de cara com Austin e Nathan, sentados nas carteiras da frente. Ignorando-os, dirige-se ao fundo da sala.
Os dois estão rindo de alguma coisa que ela não consegue ouvir e nem está interessada em saber.
— Bom dia, turma. — o professor de inglês cumprimenta os alunos.
Cristhine respira fundo, emburrada.
Lá vamos nós...
***
Assim que a aula termina, ela é a última a deixar a sala.
No corredor, tromba de propósito em Austin e Nathan.
— Saiam da frente, idiotas! — lança um sorrisinho na direção dos garotos espantados antes de se afastar em direção ao banheiro feminino.
Disfarça a surpresa ao se deparar com certa garota de cabelos loiros.
— Olá. — diz Melissa com arrogância, maquiando-se em frente ao espelho.
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Cristhine a ignora.
A garota deixa a maquiagem de lado, encarando-a irritada.
— Falei com você, sua idiota!
Cristhine lava as mãos sujas de tinta de caneta, sem dizer uma palavra.
— Dá pra se notar que você não é muito inteligente, mas o motivo é óbvio.
— Qual? — Cristhine questiona, ainda sem encarar Melissa.
— Ora, você é uma morta de fome. E pessoas como você não tem muita sorte na vida ou uma educação digna. Mas não te culpo, afinal não teve culpa de nascer assim.
Cristhine ergue a sobrancelha.
Como já ouviu ofensas muito piores, não perde tempo dando atenção à garota, então lhe dá as costas.
— O que foi? Vai permanecer calada como o rato que é? Olha para mim. — Melissa a puxa de volta, virando-a para si. Suas unhas estão firmemente cravadas nos braços de Cristhine. — Cai na real, garota! O Austin pode até ser seu namorado, mas ele ainda é louco por mim.
— Solte-me. — diz Cristhine entredentes.
— Não, você vai me ouvir primeiro! — grita. — Ele só está com você pra passar o tempo, pois além de feia, você é estranha e mais parece um garoto do que qualquer outra coisa.
— Solte-me! — repete
— Você por acaso é surda? Além de estranha, é claro. — comenta com sarcasmo. — Oh, coitadinha! Está chorando! — Melissa ri.
Cristhine percebe que sua visão está um pouco nublada e se xinga por demonstrar fraqueza.
Eu não sou fraca.
Eu nunca vou ser.
— Tudo bem, você pediu. — antes que Melissa entenda o que ela quis dizer, sente o impacto do próprio corpo contra a pia e recebe um soco em cheio no rosto. Cai no chão, desnorteada, assustando-se quando Cristhine a segura pelos cabelos.
— Na próxima vez que você encostar sua mão imunda em mim... — murmura com o nariz bem próximo ao seu. — Eu vou arrancar essa sua peruca loira e pendurar no pátio da escola para todo mundo ver, entendeu? — ameaça friamente.
Sem palavras, Melissa concorda com um aceno nervoso de cabeça.
Cristhine ri dos seus olhos arregalados antes de soltá-la sem delicadeza.
— Sinta-se avisada. — murmura com desprezo, então se afasta do banheiro, seguindo pelo corredor.
