22 - garotas irritantes

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Você, com suas várias faces

E seu modo de levar a vida por mentiras e humilhação

Conseguiu apontar os meus defeitos novamente

Como se eu já não os visse

Eu ando cabisbaixa

Tentando não te ver pois nunca te impressionarei

Eu só quero me sentir bem de novo.

Taylor Swift

Mean

👽


Decidida a ir ao banheiro feminino, Cristhine segue pelo corredor rapidamente. O lugar está estranhamente vazio, o que significa que todos os alunos estão nas salas de aula.

Faz uma careta ao perceber que as melhores amigas de Melissa estão seguindo no sentido contrário.

As garotas são verdadeiras megeras. Populares e bonitas, não são muito diferentes de Melissa e Zach no quesito "praticar bullying", afinal se sentem satisfeitas em carregar o título de maldade. Já chegaram inclusive a humilhar e bater em uma garota acima do peso na frente do colégio inteiro. A coitada nunca mais falou com ninguém depois disso, até que os seus pais conseguiram transferi-la de escola.

— E aí, esquisitona. — Vanessa Hollis entra no seu caminho.

Por incrível que pareça, a garota consegue ser até mais desprezível do que Melissa.

— O que você quer? — Cristhine resmunga, fazendo as outras três recuarem um pouco. Parece que conhecem sua fama nada convidativa.

Diferente das outras, Vanessa continua em seu caminho.

— Eu vi o que fez durante o almoço.

Cristhine revira os olhos.

— E daí?

A garota aproxima o rosto do seu.

— Se você voltar a humilhar Melissa, vamos fazer da sua miserável vida um inferno.

— Oh, é mesmo? — murmura sarcástica. — Estou tremendo de medo.

— Pois eu te aconselho a ter medo, vadia gótica. — ri da própria analogia, alisando as madeixas loiras. — Você não tem ideia do que somos capazes.

Como para confirmar isso, as outras cercam Cristhine.

Mileny segura o braço dela.

— Acho bom me soltar. — Cristhine resmunga entredentes.

— Acho que não escutei direito. — a garota de cabelos castanhos abre um sorriso irônico, sendo acompanhada pelas outras.

— Me solta. Agora!

— Ah, cala a boca. — pressiona o indicador contra seu peito, como para intimidá-la. — Acho que você ainda não percebeu quem é que manda aqui.

— Cala a boca você! — Cristhine a empurra, derrubando-a no piso do corredor. Logo depois, chuta o graveto que a garota chama de perna, fazendo-a soltar um gritinho estridente.

Vanessa lança um olhar de desprezo na direção de Mileny antes de voltar os olhos frios para Cristhine.

— Você se parece tanto com a sua mãe. — comenta, pensativa.

Cristhine fica em silêncio.

Vanessa continua:

— Sua mãe vem sempre nas reuniões de pais, certo?

— É. — murmura friamente.

— Eu a vi uma vez e tenho que confessar... Ela é bem esquisita. Assim como você. — ri. — Aquelas roupas pretas dela são ridículas. Certa vez eu a escutei conversando com a diretora sobre você. A Sr. Sibyl quis saber o motivo do seu pai não vir às reuniões. Então sua mãe disse que você só tinha a ela, já que ele às abandonou.

Cristhine cerra os punhos quando Vanessa força um olhar de tristeza antes de rir alto.

— Quer saber de uma coisa? — Vanessa continua quando percebe que tocou no seu ponto fraco. — Sua mãe ficou descontrolada e xingou o seu pai de todos os nomes, como se ele estivesse ali. Confesso que fiquei com pena da diretora. Imagine ter que ficar sozinha em uma sala com uma louca varrida? E ainda por cima ter que aturar os chiliques de uma mulher abandonada?

— O que mais? — o olhar assassino de Cristhine passa despercebido pela outra.

— Bom... agora só posso afirmar o quanto sinto pena de você. — abre um sorriso irônico. — Coitadinha! Além de ter sido abandonada pelo pai, ainda é filha de uma maluca.

O corpo de Cristhine começa a estremecer descontroladamente, fazendo as outras garotas se encararem desconcertadas.

— Está chorando? Oh, que peninha! — Vanessa tem um olhar satisfeito. — Que dó da esquisita!

Cristhine ergue o rosto.

Vanessa amplia os olhos quando observa o rosto que antes estava coberto pelo cabelo...

Cristhine está rindo descontroladamente.

— Do que você está rindo? — Vanessa recua alguns passos como se ela tivesse alguma doença contagiosa. — Qual é a graça?

— Essa! — fica séria de repente, então acerta um soco em cheio no nariz de Vanessa, fazendo-a guinchar, com a mão no local atingido.

— Sua vaca! – grita antes de chorar histericamente enquanto as outras tentam ajudá-la.

Quando Cristhine se aproxima com um olhar desafiador, as comparsas de Vanessa se afastam, assustadas.

— Se o que acabou de acontecer for parar nos ouvidos da diretora, eu vou atrás de cada uma. Entenderam? — avisa.

Elas concordam rapidamente com a cabeça. Vanessa continua chorando.

— Que bom. — Cristhine passa por elas.

Cristhine - A Namorada De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora