Dias depois...
— Convidei a Evelyn para ser meu par no baile. — diz Nathan após a aula de Matemática.
— Ela aceitou?
— Sim.
— Ainda não acredito que estamos prestes a nos formar. — Austin comenta, seguindo pelo corredor.
— O tempo passou rápido, né?
— Verdade. — assente. — Melissa foi fazer compras com as amigas, por isso não apareceu hoje na escola.
— Eu tinha até esquecido que você irá levá-la. — Nathan resmunga.
— É claro que irei levá-la. Ela é minha namorada, afinal.
— Eu sei, mas não consigo engolir essa garota.
Austin respira fundo.
— Tudo bem... eu te entendo, mas pode pelo menos tentar?
— Okay. Vou tentar suportá-la. — suspira alto, duvidando das próprias palavras. — Mudando de assunto, você já falou com a Cristhine esses dias?
— Nem quero. — mente. — Já paguei o dinheiro do acordo, então não temos mais nada para tratar.
***
Em casa, Austin desde as escadas, vestindo calça jeans, camiseta preta de mangas compridas e tênis.
Encontra Sophia na biblioteca.
— Olá, querido. — ela sorri e faz um coque apertado nos cabelos loiros que se soltaram.
Ele pôe as mãos no bolso.
— Estou indo para a casa da minha namorada. Só queria avisar.
Sophia acena com a cabeça.
— Um dia desses traga-a aqui de novo; diga que estamos com saudades.
Austin se dá conta de que ela está se referindo a Cristhine.
— Ah... tudo bem. Eu já vou indo. — dá um beijo na bochecha da mãe antes de sair.
Enquanto caminha sobre uma calçada, decide resgatar o celular do bolso.
Não hesita antes de discar o número de Cristhine.
— Quem é? — diz uma voz entediada.
Ele sorri, pois há muito tempo não ouvia a voz da garota.
— Sou eu. Austin. — o outro lado da linha fica mudo por um instante.
— O que você quer? — questiona, irritada.
— Eu... Hm... — agora que finalmente falou com ela, não sabe mais o que dizer. — Bem... Você vai ao baile?
— De jeito nenhum.
— Ah... Eu só queria perguntar isso mesmo. Tchau.
— Austin. — diz antes que ele desligue.
— O quê?
— Diz para os seus pais e para o Alby que eu mandei um abraço. — murmura, surpreendendo-o.
— Tudo bem, eu digo. — diz com um bolo estranho na garganta. — Tchau, Cristhine
— Tchau, idiota. — murmura entediada antes de desligar.
E Austin sorri.
Como estava com saudade da voz dessa marrenta.
***
Assim que chega ao condomínio de Melissa, ele toca a campainha de uma das casas. O mordomo o recebe, pedindo que ele entre.
Austin nota a cópia mais velha de Melissa próxima ao corrimão da escada.
— Oi, Susana.
Melissa disse que sua mãe odeia ser chamada de senhora porque isso a faz parecer velha demais.
— Olá, Austin.
— Melissa está em casa?
— Sim. No quarto dela. Pode ir lá. — murmura com simpatia.
— Com licença.
Ele sobe as escadas e se aproxima do quarto da namorada. Assim que está em frente ao quarto, percebe que ela não está sozinha.
Congela quando ouve a voz de um garoto.
Zach.
Mas que droga é essa?!
A porta meio entreaberta lhe dá uma boa visão do interior do cômodo, então encara a cena a seguir:
Zach está sentado na cama.
Melissa está sobre as pernas do idiota.
Austin aperta os punhos, indignado com a falsidade de ambos.
Ela o traiu novamente. Nathan sempre esteve certo sobre Melissa.
Como pude ser tão cego?! — xinga-se pela burrice.
Tentando acalmar o tremor de raiva, observa o casal perfeito.
Melissa encara Zach, então resmunga:
— Até quando vai durar essa droga?
— Até o baile, gata.
— Que bom. — suspira sem esconder a irritação. — Não suporto mais esse nerd no meu pé. — confessa, deixando Austin boquiaberto. Tem certeza de que o "nerd" a quem ela está se referindo é ele.
— Também não aguento vê-lo te beijar. Você não sabe o inferno que eu passei durante os meses que vocês namoraram. Mas como a gente estava indo mal na escola, até que achei legais as colas que ele deu.
Então quer dizer que ela só ficou comigo por causa das colas. — Austin pensa decepcionado. —E ainda estava com Zach pelas minhas costas.
— Relaxa, Zach. O bobo do Austin nem imagina o que reservamos para ele.
Austin congela no lugar.
Esses dois estão armando alguma coisa para cima de mim!
— O cara vai cair como um patinho. — Zach comenta. — Você tem que ser espetacular na hora de humilhá-lo em público. E no final, além de humilhado, ele vai sair arrebentado, porque eu mesmo vou providenciar uma bela surra para aquele idiota.
Austin suspira, magoado. Melissa é capaz de algo assim? Bom, ele acabou de descobrir. Pensou que conhecia a garota, mas está vendo que se enganou. O seu namoro com ela é apenas uma farsa cruel.
— Acho que está na hora de você ir para casa. — Melissa diz. —Minha mãe nem sonha que você tá aqui. Pula pela janela.
— É um saco ter que fazer isso sempre que eu quero te ver. — Zach resmunga.
— Eu sei. — Austin escuta certos barulhos e tem certeza de que estão se beijando.
Urgh!
Enojado, ele decide se afastar dali.
— Tchau, Susana. — topa com a mãe de Melissa no andar de baixo. – Acho bom você ir ao quarto da sua filha. Parece que ela não está se sentindo muito bem. — põe as mãos no bolso e caminha casualmente em direção à saída, enquanto Susana segue para o andar de cima.
— Melissa! — sorri ao ouvir um grito irado dentro da casa.
E conforme caminha pela rua, tenta disfarçar a raiva e a decepção que está sentindo.
E nesse exato instante ele faz uma coisa que nunca pensou que faria antes de conhecer Cristhine:
Arquiteta um plano...
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Cristhine - A Namorada De Aluguel
Ficção AdolescenteO que fazer quando sua namorada te troca pelo quarterback do time da escola e seus pais querem conhecê-la no dia seguinte? Essa é a situação de Austin quando ele decide seguir o plano do melhor amigo e contratar uma garota para ser sua namorada de...