24 - traição

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Dias depois...

Convidei a Evelyn para ser meu par no baile. — diz Nathan após a aula de Matemática.

— Ela aceitou?

— Sim.

— Ainda não acredito que estamos prestes a nos formar. — Austin comenta, seguindo pelo corredor.

— O tempo passou rápido, né?

— Verdade. — assente. — Melissa foi fazer compras com as amigas, por isso não apareceu hoje na escola.

— Eu tinha até esquecido que você irá levá-la. — Nathan resmunga.

— É claro que irei levá-la. Ela é minha namorada, afinal.

— Eu sei, mas não consigo engolir essa garota.

Austin respira fundo.

— Tudo bem... eu te entendo, mas pode pelo menos tentar?

— Okay. Vou tentar suportá-la. — suspira alto, duvidando das próprias palavras. — Mudando de assunto, você já falou com a Cristhine esses dias?

— Nem quero. — mente. — Já paguei o dinheiro do acordo, então não temos mais nada para tratar.


***


Em casa, Austin desde as escadas, vestindo calça jeans, camiseta preta de mangas compridas e tênis.

Encontra Sophia na biblioteca.

— Olá, querido. — ela sorri e faz um coque apertado nos cabelos loiros que se soltaram.

Ele pôe as mãos no bolso.

— Estou indo para a casa da minha namorada. Só queria avisar.

Sophia acena com a cabeça.

— Um dia desses traga-a aqui de novo; diga que estamos com saudades.

Austin se dá conta de que ela está se referindo a Cristhine.

— Ah... tudo bem. Eu já vou indo. — dá um beijo na bochecha da mãe antes de sair.

Enquanto caminha sobre uma calçada, decide resgatar o celular do bolso.

Não hesita antes de discar o número de Cristhine.

— Quem é? — diz uma voz entediada.

Ele sorri, pois há muito tempo não ouvia a voz da garota.

— Sou eu. Austin. — o outro lado da linha fica mudo por um instante.

— O que você quer? — questiona, irritada.

— Eu... Hm... — agora que finalmente falou com ela, não sabe mais o que dizer. — Bem... Você vai ao baile?

— De jeito nenhum.

— Ah... Eu só queria perguntar isso mesmo. Tchau.

— Austin. — diz antes que ele desligue.

— O quê?

— Diz para os seus pais e para o Alby que eu mandei um abraço. — murmura, surpreendendo-o.

— Tudo bem, eu digo. — diz com um bolo estranho na garganta. — Tchau, Cristhine

— Tchau, idiota. — murmura entediada antes de desligar.

E Austin sorri.

Como estava com saudade da voz dessa marrenta.


***


Assim que chega ao condomínio de Melissa, ele toca a campainha de uma das casas. O mordomo o recebe, pedindo que ele entre.

Austin nota a cópia mais velha de Melissa próxima ao corrimão da escada.

— Oi, Susana.

Melissa disse que sua mãe odeia ser chamada de senhora porque isso a faz parecer velha demais.

— Olá, Austin.

— Melissa está em casa?

— Sim. No quarto dela. Pode ir lá. — murmura com simpatia.

— Com licença.

Ele sobe as escadas e se aproxima do quarto da namorada. Assim que está em frente ao quarto, percebe que ela não está sozinha.

Congela quando ouve a voz de um garoto.

Zach.

Mas que droga é essa?!

A porta meio entreaberta lhe dá uma boa visão do interior do cômodo, então encara a cena a seguir:

Zach está sentado na cama.

Melissa está sobre as pernas do idiota.

Austin aperta os punhos, indignado com a falsidade de ambos.

Ela o traiu novamente. Nathan sempre esteve certo sobre Melissa.

Como pude ser tão cego?! — xinga-se pela burrice.

Tentando acalmar o tremor de raiva, observa o casal perfeito.

Melissa encara Zach, então resmunga:

— Até quando vai durar essa droga?

— Até o baile, gata.

— Que bom. — suspira sem esconder a irritação. — Não suporto mais esse nerd no meu pé. — confessa, deixando Austin boquiaberto. Tem certeza de que o "nerd" a quem ela está se referindo é ele.

— Também não aguento vê-lo te beijar. Você não sabe o inferno que eu passei durante os meses que vocês namoraram. Mas como a gente estava indo mal na escola, até que achei legais as colas que ele deu.

Então quer dizer que ela só ficou comigo por causa das colas. Austin pensa decepcionado. E ainda estava com Zach pelas minhas costas.

— Relaxa, Zach. O bobo do Austin nem imagina o que reservamos para ele.

Austin congela no lugar.

Esses dois estão armando alguma coisa para cima de mim!

— O cara vai cair como um patinho. — Zach comenta. — Você tem que ser espetacular na hora de humilhá-lo em público. E no final, além de humilhado, ele vai sair arrebentado, porque eu mesmo vou providenciar uma bela surra para aquele idiota.

Austin suspira, magoado. Melissa é capaz de algo assim? Bom, ele acabou de descobrir. Pensou que conhecia a garota, mas está vendo que se enganou. O seu namoro com ela é apenas uma farsa cruel.

— Acho que está na hora de você ir para casa. — Melissa diz. —Minha mãe nem sonha que você tá aqui. Pula pela janela.

— É um saco ter que fazer isso sempre que eu quero te ver. — Zach resmunga.

— Eu sei. — Austin escuta certos barulhos e tem certeza de que estão se beijando.

Urgh!

Enojado, ele decide se afastar dali.

— Tchau, Susana. — topa com a mãe de Melissa no andar de baixo. – Acho bom você ir ao quarto da sua filha. Parece que ela não está se sentindo muito bem. — põe as mãos no bolso e caminha casualmente em direção à saída, enquanto Susana segue para o andar de cima.

— Melissa! — sorri ao ouvir um grito irado dentro da casa.

E conforme caminha pela rua, tenta disfarçar a raiva e a decepção que está sentindo.

E nesse exato instante ele faz uma coisa que nunca pensou que faria antes de conhecer Cristhine:

Arquiteta um plano... 

Cristhine - A Namorada De AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora