Episódio 8 - O Novo Líder do Ginásio de Viridian

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Furioso com a derrota, Hazel arrasou aquelas terras, como a lava de um vulcão em erupção. Lendas seriam contadas sobre um garoto, sua gardevoir e seu squirtle, que foram capazes de deixar todos os pokémon de uma rota inteira fora de combate. Os treinadores andavam no mato alto e não havia nem sinal deles. Esses mesmos treinadores foram derrotados num piscar de olhos e mandados para suas casas aos prantos.

Kalina apoiou o queixo na cabeça da petilil, que estava em seus braços, e suspirou.

- Esse treinador é maluco - disse ela para a pokémon. - Tomara que a gente já esteja chegando na cidade. - Petilil balançou a folhagem de sua cabeça e fez cócegas no pescoço de Kalina. - Para com isso, para com isso, Lil.

Hazel achou aquilo muito fofo e decidiu fazer um carinho nela, mas petilil desviou-se e olhou-o com uma cara de pavor.

- Não precisa ter medo - disse, aproximando a mão mais uma vez. - Eu não mordo.

O rosto e a voz eram tão gentis, que a petilil acabou permitindo a carícia.

A verdade é que Kalina não achava ele tão ruim assim. Batalhar era legal e incentivado. Os pokémon logo se recuperavam, alguns gostavam e ele até ajudava alguns pelo caminho. Mesmo assim, ela não aguentava vê-los lutando, nem que fosse quase como uma brincadeira inocente.

Subiram uma inclinação e avistaram a cidade de Viridian no horizonte. Como a cidade de Pallet, o lugar tinha se desenvolvido bastante, apesar da má fama que a Equipe Rocket deixou no local. Prédios envidraçados erguiam no meio de praças verdes, pessoas transitavam, toda muito ocupadas, os mais ricos andavam em carruagens puxadas por rapidashs ou eram carregados pelos musculosos machamps.

- Pokémon Ride é mais velho que eu lá em Alola - disse Kalina ao ver Hazel impressionado com o meio de transporte. - Agora que isso virou moda aqui.

- Não vai me dizer que é contra isso também? - perguntou Hazel.

- Sou sim. Pra que usar pokémon quando temos carros, que não poluem mais e outras máquinas?

- Agora você é a favor das máquinas? Se decide, Kalina.

- Nesse caso, sim.

Hazel fazia o máximo para ela se afastar, seja com provocações ou o tratamento do silêncio, mas Kalina era um poço de paciência, o oposto de Rose. Era tão fácil provocar ela...

- Vamos procurar o ginásio daqui - disse ele, sacudindo a lembrança.

Consultaram um mapa num estande de informações e caminharam pela cidade, como dois turistas perdidos. Um meowth cruzou o caminho deles, Hazel quis vê-lo mais de perto e seguiu-o para um beco, foi quando se depararam com um homem segurando um garoto contra a parede. Ao lado dele, havia um sneasel muito mal encarado.

- Ei, você aí! O que pensa que está fazendo? - disse Hazel.

- Espere - disse Kalina, tentando segurá-lo. - Pode ser perigoso.

O homem tinha os cabelos vermelhos, calça da mesma cor e um sobretudo roxo. Na mochila do garoto mirrado, um broche com um "nR" vermelho era puxado pelo homem.

- Não se metam, crianças! - disse ele. - Vai me dizer ou não onde estão os outros? - Voltou para o garoto e levantou-o pela gola.

- Eu n-não s-sei. Só tô usando isso, porque achei legal... Na-não tenho nada a ver com os Neo-Rockets - disse ele.

- Silver, é o senhor mesmo? - disse Hazel, correndo até ele.

A cara do moleque era de tanto pavor, que Silver logo viu que ele não podia ser um criminoso, deixou-o ir, não sem antes rasgar o broche da mochila dele e dar-lhe um bom pontapé na bunda.

Pokémon Hazel I: O Charizard Sem AsasOnde histórias criam vida. Descubra agora