13 de fevereiro de 2016 - Valentine's Day

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(Santana)

Não sei para que ia me levantar da cama na véspera de Valentine's Day. Era o dia mais patético do ano em que tudo ficava rosado. Imagine uma cidade como Nova York rosada? Era ridículo, depressivo, indecente. Pior ainda quando sabia que no quarto ao lado havia uma mente com muita imaginação fazendo o plano mais perfeito para comemora a ocasião com certa loira fotógrafa ex-cheerio. Por mais que o relacionamento entre Rachel e Quinn esteja ainda fora dos trilhos, minha irmã jamais deixaria passar uma data dessas em branco. Procurei fechar os olhos. Inferno que aquele apartamento era tão claro e que aquelas cortinas não bloqueavam a claridade como deveriam. Cobri a minha cabeça com o cobertor e fechei os olhos procurando dormir mais uma vez. Quase chorei quando ouvi batidas à porta do meu quarto.

"O quê?" Gritei.

"Você prometeu ir comigo fazer compras e me ajudar a escolher o presente de Quinn."

"Caraca, são..." Espiei o monitor do meu celular. Eram quase dez horas da manhã.

"Nove e quarenta e oito da manhã para ser exata." Rachel gritou da porta, até que ela perdeu a paciência abriu a porta que nunca estava trancada. "Santana, você está bem?"

"Estou bem." Respondi chutando as coberta antes que ela checasse meu pulso e depois enfiasse um termômetro debaixo do meu braço. "Não se pode ter um dia de preguiça nesta casa." Reclamei.

"Desculpe." Rachel parecia desconcertada, porém não muito. "É que você sabe como é, eu tenho que estar no teatro às cinco e ainda há tanto que fazer. Tenho que otimizar o tempo e você prometeu que iria me ajudar."

Peguei as cobertas e cobri minha cabeça de novo para soltar um grito. Depois Rachel se perguntava por que eu adquiri uma gastrite nervosa. Fala sério. Ela tinha uma parcela de 50% de culpa só em me tirar do sério e me torrar a paciência em bases regulares.

"O café ainda está servido." Ela completou e saiu do meu quarto. Podia sentir que ela estava brava comigo porque achava que eu quebraria a promessa. Tentador, não podia negar.

Levantei-me e fui me arrastando até o meu banheiro. Só depois de jogar água no rosto e escovar os dentes é que me dispus a estabelecer um diálogo civilizado. Não estava com muita fome, então me servi apenas do cereal com leite enquanto a minha irmã varria a casa.

"Imagine se os tablóides fizessem uma matéria sobre o glamour das atrizes em ambiente doméstico e mostrasse uma Angelina Jolie com uma vassoura em mãos igual você está agora."

"Tenho certeza que Angelina Jolie tem mais empregadas do que dedos nas mãos, e deve fazer anos que não sabe o que é lavar uma louça." Continuava a trabalhar. "Eu, por outro lado... Mas não acho ruim, se é o que pensa, Santana. Só acho que esse apartamento é grande demais... às vezes. Não é uma ideia tão ruim assim contratar uma pessoa para nos ajudar, como Clara e Prudence."

"Por que está sendo passivo-agressiva?"

"Nada. Talvez seja as suas demonstrações de boa vontade como gritos debaixo de cobertores."

Fiquei com vontade de gritar de novo. Em vez disso, engoli o resto do cereal e comecei a arrumar a cozinha. Qual era mesmo plano? Ah sim: arrumar a casa pela manhã, almoçar fora, comprar o tal presente e depois ela iria se preparar para o tal fim de semana especial que andou planejando para Quinn. Algo como jantar com ela após a peça, Rachel fez até reservas especiais num restaurante caro, e depois as duas iam transar aqui em casa, porque nem lascando que minha irmã iria passar a noite romântica dela naquele muquifo que Quinn morava. Eu poderia arrumar alguma coisa para fazer no sábado ou simplesmente não atrapalhar. Deprimente.

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