15 de abril de 2016 - Apresentações

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(Santana)

Sabe o que era esquisito? Apresentar namorado para a família.

Fiz isso poucas vezes na minha vida. A primeira vez foi em Nova York com Paul no dia da colação de grau em Stuyvesant. E o fato bizarro nessa história foi que nos separamos logo após para nunca mais. Nunca apresentei Puck porque éramos apenas parceiros de cama e papi o odiava. Nunca apresentei Brittany por ela ser de casa desde criança e porque nós nunca fomos oficialmente namoradas. A apresentação de Andrew foi corrida e casual. Meus pais estavam na cidade e eles não deram muita bola, não sei se por causa da correria ou por certo despeito. Mas eis que estava a caminho de Lima para atender a um chamado dos meus pais e aproveitei a oportunidade para levar Johnny comigo e apresentá-lo oficialmente como meu namorado. Quinn veio junto porque fazia uma data que ela não voltava a nossa cidade e não via a filha dela. Aproveitou a oportunidade. O fato é que eu estava ansiosa, quase suando frio.

"Esse GPS deve estar com problema." Johnny reclamou enquanto dirigia, me fazendo abrir os olhos.

"Você que é um desorientado que não sabe ler mapas." Era tão difícil acompanhar um GPS?

"Dirigir não é o meu forte. Dirigir olhando GPS é pior."

"Você parece uma vovó ao volante. É irritante!" Johnny nunca ultrapassava o limite de velocidade, fato que meus pais agradeceriam, aliás. "A propósito, pegue a próxima saída e depois vire a próxima direita."

"Se você reclama tanto da forma que eu dirijo, por que você não continuou?"

"Porque estava ficando com a vista cansada." Admiti.

Achava que o grau dos meus óculos tinha aumentado. Eu os usava apenas para leitura porque o oftalmologista disse que tinha apenas vista cansada. Só que a minha vista começou a ficar cansada com mais frequência: chegou um ponto da estrada que minha vista começou a embaçar um pouco, por isso dei o volante do meu carro a Johnny. Ele não fazia a menor questão de dirigir, e eu sabia disso, mas tinha carteira e era a única opção viável. Quinn estava de ressaca no banco de trás por causa de uma festa que houve na Bad Things em comemoração a uma conta enorme que a produtora fechou com a General Motors e por terem finalizado as gravações do piloto da tal série de comédia. Tudo indicava que o projeto teria futuro. Torcia para que tudo desse certo porque significaria que Quinn teria bastante trabalho a fazer e o tempo correria mais depressa para ela. Aproveitei e dei uma olhada no bando de trás. Quinn estava apagada sob efeito de alguns dramins, com a cabeça escorada em uns dois travesseiros.

Queria ver quando a bomba explodisse. Tive uma interessante conversa com a minha irmã via skype na última quinta-feira, dia em que ela recebeu os roteiros o resto da temporada. Rachel estava quase em pânico porque num certo sétimo episódio, ela e Rom Tyler teriam uma cena de sexo. Na primeira temporada, Rachel fez uma cena de sexo com Luis Segal que foi sutil, embora tenha aparecido os seios lateralmente. Mas ela garantiu que nenhum dos dois ficou nu debaixo do lençol. Rachel apareceu em pânico porque a descrição com a cena com Rom tinha nudez total e ela não estava certa se exigiria dublê de corpo uma vez que todo mundo do elenco procurava fazer todas as cenas, até as de ação, com o uso mínimo de dublês. Até o elenco mais experiente estava tirando a roupa quando solicitado.

De fato, Slings and Arrows não era uma série quente nesse sentido, mas quando tinha uma cena de sexo no episódio, era bem executada e não era gratuita para o contexto da história. E a nudez tinha sentido: tanto a masculina quanto a feminina. Claro que a produção não era como um Game of Thrones da vida, que não tinha o menor pudor em mostrar pênis, peitos, vaginas e os mais diferentes tipos de coitos. Coitos? Estava falando como Rachel. Minha irmã garantiu que contaria a Quinn o mais rápido possível sobre a cena com Rom Tyler. Dei o meu suporte para ela fazê-lo. Seria estupidez adiar e cometer novamente esse tipo de erro na relação delas. Além do mais, Rachel e Rom são profissionais acima de tudo e eu nunca vi em minha irmã dar sinais de que pudesse estar interessada nele.

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