06 de julho de 2016 - Hawaii

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(Santana)

"Honolulu?" Passei a mão pelos meus cabelos. "Que nada! Urbanizado demais. Johnny e eu estamos em Mauí."

"Não era Hawaii?" Gargalhei.

"É Hawaii, Britt! Você se lembra as aulas de geografia?" Pelo silêncio do outro lado da linha, imaginei que não. "Bom, o Hawaii é composto por várias ilhas. Mauí é uma delas."

"Estou confusa, San. É onde fica Honolulu? Só me lembro de ouvi falar de Honolulu porque uma colega minha falava a respeito, que ela bebeu na piscina do hotel durante uma turnê da Kesha até quase se afogar."

"Oh!" Às vezes me esquecia que Britt já circulou por aí com alguns tipinhos estranhos quando ela foi dançarina de turnês.

Por hora, até onde sabia, ela ainda era professora da academia do ex-marido. Ganhava um salário regular, ficou com a casa, uma espécie de mesada que Jim dava a Rob e ela administrava. Parecia que Britt sabia se virar muito bem com o que tinha e eu não poderia estar mais orgulhosa.

"Turnês eram muito divertidas..." Ela divagou.

"Você pensa em voltar a fazer alguma?"

"Talvez. Mas tenho que ver como as coisas ficariam para Rob. Tenho que pensar nele agora. Não posso simplesmente sair pelo mundo e deixá-lo com a minha mãe ou com a minha irmã. Andei conversando com Mike, sabe? Ele andou treinando lá na academia e teve a ideia de montar um estúdio só nosso. Um que a gente poderia reunir nossos melhores amigos para ensaios, dar aulas, conseguir contratos, essas coisas."

"Certamente ficar com Mike é bem melhor do que fazer turnê da Kesha." Disse com desgosto.

A verdade é que eu detestava a cantora apesar de saber que Britt a adorava. A gente escutava as canções no meu quarto e eu fingia gostar só para agradá-la. E também tinha a lembrança da apresentação desastrosa e alcoólica ao som de Kesha em que vomitei na frente de toda a escola. Foi humilhante.

Passava por um breve período alcoólico na tentativa de superar os desentendimentos com papi depois da morte de papai. E pensar que cheguei a arrastar Rachel para esta crise depois da festa que promovi aproveitando uma conferência médica em que papi precisou ir. Aliás, se bem me lembro, minha irmã por muito pouco não perdeu o v-card naquela festa para Blaine. Bêbado definitivamente não raciocina. Eles nem sabiam o que estavam fazendo quando começaram a se agarrar, e iam terminar num grande arrependimento de não fossem por Quinn e Kurt. Acho que Finn tinha ido embora porque ficou com raiva em ver minha irmã se esfregando com Blaine depois da brincadeira de girar a garrafa. E o que eu estava fazendo mesmo na hora da confusão? Ah sim, estava arrastando Britt para o meu quarto para a gente transar. Curioso me lembrar de Blaine agora depois de todos esses anos. Que fim ele levou mesmo?

"De qualquer forma, queria conhecer o Hawaii." Britt continuou a conversa. "Os surfistas daqui dizem que não há lugar melhor no mundo para se pegar uma onda. Embora eu não entenda muito bem a expressão porque não se pega onda, se desliza nela com a prancha." Era inevitável não sorrir. "É impossível pegar uma onda com uma rede de depois colocá-la numa jaula que nem se faz com certos tipos de animais. A lógica dessas pessoas é confusa."

"Você já surfou, Britt?"

"Eu tive algumas aulas aqui mesmo na Califórnia durante o verão. Uns amigos dançarinos meus costumam ir a Malibu. Eu ia junto e tentava aprender alguma coisa. Agora que Rob está maior, acho que posso levar ele junto comigo. Mas e você?"

"Ainda não. Cheguei faz três dias e tudo que fizemos foi andar por aí e curtir a praia, a cidade. Johnny..."

"Um absurdo você não ter surfado." Britt me cortou. Parecia ansiosa. Estranho, ela quase nunca cortava uma conversa assim, amistosa.

Saga Casamento (história 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora