25 de junho de 2016 - Formatura

148 2 0
                                    


(Quinn)

Estava nervosa. Ou melhor ansiosa. Era 25 de junho, fazia tempo nublado, mas firme em Nova York, quente. Dia da minha formatura e de Santiago. Minha mãe estava na cidade, na minha casa. Paguei a passagem de trem para que ela pudesse vir. Chegou ontem e a primeira coisa que fez foi reclamar do meu apartamento e o fato de dividi-lo com um homem cabeludo. Santiago estava com o cabelo crescido mas longe de parecer um mendigo. Já teve momentos piores. Acomodei-a no meu quarto e dividi a minha cama com ela, como sempre fazia. Procurava oferecer sempre o meu melhor, isso ela não podia duvidar.

Mandei convites da minha colação para minha mãe, Frannie, meu pai (fiz questão absoluta), meus sogros (e Beth), e um para Mike. Assim acabou a cota de cinco convites impressos pela faculdade que tinha direito. Santiago teve uma idéia e diagramou um convite de uma folha só em nome dele e o meu, juntos e/ou separados, para distribuir no trabalho, para amigos e para o resto da família. Minha mãe entregou alguns para os meus avós, tios e para uma amiga dela próxima que a ajudava no negócio da costura. Nem todo mundo iria para a colação, mas ao menos tive a delicadeza de avisar. Depois, à noite, eu e Santiago faríamos com nossos amigos uma festa de comemoração num bar no esquema cada um paga o seu. O almoço não. Esse estava reservado para a família. O problema é que eu não tinha certeza de quem iria.

Santana buscaria eu, minha mãe e Santiago de carro até a Tisch e a Cantor Cinema Center, nas proximidades da Washington Square, meu eterno e querido campus urbano da NYU. Já sentia saudades daquele lugar. Quantas e quantas vezes eu atravessei aquela praça nos últimos três anos? Em geral para ir do meu prédio até a biblioteca ou para o centro de convivência para almoçar barato. Sempre na correria, sempre com muito trabalho nas costas, sempre em apuros indo atrás de dinheiro. Mas venci.

"Deixa eu ajudar a arrumar o seu vestido, filha." Minha mãe ajeitou a alça dobrada e passou o olho clínico no meu traje. "A gente pode colocar um alfinete para cinturar mais."

"Alfinete, mãe?"

"Alfinete de frauda, filha, desses pequenos. Fica bem discreto."

Deixei ela me arrumar. Era só uma pequena satisfação que poderia dar a minha mãe. Ela arrumou o vestido no meu corpo, terminei a minha maquiagem e esperamos por Santana. Ela estava dentro do horário, de qualquer forma. Santiago já tinha se arrumado com o único terno que tinha.

"Está quase parecendo gente, senhor Santiago." Ele gargalhou com o quase elogio da minha mãe. "Só falta cortar este cabelo."

"Faz parte do estilo, senhora Fabray."

"Os seus pais virão?"

"Ah sim, todo mundo. Eles estão ansiosos para conhecer Quinn. Dizem que é a pessoa que colocou algum juízo na minha cabeça."

"É verdade! Eu ajudei a colocar alguns dos seus miolos no lugar."

"E eu te fiz voltar ao foco." Ele se referia ao momento em que estava solta na carreira, pegando qualquer trabalho para sobreviver, até que ele me convenceu em fazer o teste de seleção na Bad Things.

A gente se abraçou e entendi que o dia seria mais emocional que imaginava. Santiago, naquele momento, era o homem mais importante da minha vida. Como isso pôde acontecer? A vida reserva surpresas a todo momento, e aquela não era tão ruim assim.

Santana buzinou e mandou a gente descer. Minha mãe fez questão de carregar a minha beca minuciosamente passada. San estava bonita, em um vestido justo no corpo na altura dos joelhos. Usava botas de salto alto muito elegantes. Santana, quando queria, vestia-se muito bem. Infelizmente Rachel não estava com ela, sinal de que não conseguiu pegar o voo que pretendia. A agenda de gravações dela estava apertada e não tinha como Rachel sair mais cedo na sexta-feira para pegar qualquer voo para Nova York. Sinceramente, eu tinha medo de ligar só para descobrir que ela não estaria presente.

Saga Casamento (história 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora