7 de janeiro de 2016 - Pré-estreia

290 11 0
                                    


(Quinn)

Aqui estávamos nós outra vez para mais uma estreia de Rachel na Broadway. Desta vez a minha garota estava no teatro St. Luke's no distrito teatral onde aconteciam todas as coisas importantes do meio dela. Mais do que isso: era o primeiro papel de Rachel Barbra Berry-Lopez, ou simplesmente Rachel Berry para a mídia e para o público, como protagonista. Ela que fazia parte de uma série elogiada da HBO e que agora partia para uma temporada de três meses como a heroína concebida por David Bowie. Era um grande momento para a minha garota. Tão importante que a família em peso estava presente para apoiá-la, além dos amigos mais próximos.

Juan Lopez e Shelby Corcoran-Lopez chegaram no início da manhã para prestigiar a filha. Ficaram hospedados (como sempre) num hotelzinho em Soho. Infelizmente a minha filha não veio: Beth Corcoran-Lopez ficou em Lima aos cuidados de Maria, irmã de Juan. Shelby, como boa mãe adotiva que era (às vezes eu odiava admitir), não queria que ela se desgastasse numa viagem rápida a Nova York para um evento que sequer admitia a entrada de uma criança. Era melhor deixar a minha pequena aos cuidados dos parentes zelosos. Mas a minha saudade era grande. Não via a minha filha desde o casamento de Shelby e Juan no meio do ano passado. Por tudo que aconteceu comigo e com Rachel no ano passado, e da forma em que vivíamos agora em casas separadas, com vidas independentes, não tive mais contato tão facilitado com Beth, até porque Shelby, que nunca gostou tanto assim de mim, fechou ainda mais os meus acessos depois do episódio da traição.

Havia outras coisas que me impediram de ir a Lima ver não apenas Beth, como também a minha mãe: faculdade. Estava me matando para fazer todos os cursos de inverno disponíveis na minha área para poder me formar mais cedo. Eu precisava me livrar da faculdade o quanto antes e, ao mesmo tempo, não podia simplesmente largar tudo para me dedicar ao mercado profissional. Tinha uma bolsa de estudos, minhas notas eram boas e eu queria aquele diploma mais que tudo.

A estreia de What Would Bowie Do era só para convidados e a imprensa. Havia certa expectativa na imprensa porque Bowie havia lançado um disco no mesmo dia, a imprensa só falava nisso, mas ele próprio não iria comparecer. Aliás, Rachel disse que ele só viu um pedaço do ensaio geral, falou rapidamente com o elenco e foi embora. Até mesmo a música que Rachel gravou em dueto com Bowie foi feito em separado para a decepção dela: ele mandou o áudio com a parte dele para o estúdio e essa foi mixada depois junto com a voz de Rachel.

Cada ator tinha um lote de convites e Rachel, sendo a atriz principal, teve direito a dez poltronas dos 400 lugares disponíveis naquela apresentação pré-open night, que só aconteceria na próxima semana. Além dos pais, da irmã e de mim, Rachel convidou Mike Chang: meu melhor amigo que havia praticamente se mudado para Los Angeles e estava em Nova York para resolver algumas burocracias como a entrega do apartamento. Esse seria o último evento que ele participaria junto a gangue original de Lima que permaneceu em Nova York há quase quatro anos e aqui fez uma nova vida. Parece tão pouco, mas tudo aconteceu de forma tão intensa em nossas vidas após a mudança que a impressão que tenho é que parece ter sido muito mais tempo que isso. A sexta cadeira pertencia a John Edward Hall Jr, ou simplesmente Johnny, o primeiro amigo verdadeiro que fizemos nesta cidade. Ele e Santana viviam um período estranho. Um estava afim do outro, mas os dois não se aproximavam porque Santana soltou algumas grosserias típicas. O clima ficou diferente entre os dois, que costumavam ser os melhores amigos.

As três últimas cadeiras de convidados de Rachel seriam ocupadas por colegas de trabalho dela: Luis Segal, Rom Tyler, além da assessora Nina Morris. Luis morava em Nova York. Era um bom ator que fazia o par romântico de Rachel na série Slings and Arrows, que ia ao ar pela HBO. Eles tinham boa química na tela e formavam um casal popular a ponto de atraírem fãs mais jovens para a audiência da série, que é mais adulta. No fórum dedicado, existe até tópicos de pessoas que defendem o casal e até desejam que eles tivessem um relacionamento na vida real. Luis Segal também era um cineasta independente que produzia alguns trabalhos menores e treinava para ser diretor, além disso, ele era o tipo do sujeito que tinha amantes em vez de namoradas. Também não podia afirmar nada sobre ele. Era Rachel quem estava sempre em contato.

Saga Casamento (história 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora