ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ¹ 2010 ≎ Atlanta, Georgia - EUA

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Sophie Hayes POV

Corri o mais rápido que pude. Meu destino não era muito longe da minha casa, mas meu atraso fez com que eu esquecesse disso. Desviei de pessoas na calçada, ciclistas e carros enquanto atravessava as ruas durante o caminho. Corri mais ainda, até que esbarrei em uma senhora...

–– me desculpe, senhora.

Eu disse ao pegar algumas coisas dela que haviam caído no chão.

Voltei a correr no mesmo ritmo de antes e por fim, depois de 3 minutos, finalmente...

–– finalmente! — disse a senhora Parker que comanda a biblioteca comunitária de Atlanta

–– me desculpe, tive alguns imprevistos ao sair de casa. — eu disse e fui guardar minhas coisas no armário

–– não é pra mim que você deve desculpas, Hayes. É pra eles. — ela disse apontando para uma mesa cheia de crianças

–– tudo bem, me deseje sorte.

–– boa sorte! — ela disse e sorriu.


Sou auxiliar na biblioteca comunitária da minha cidade. Todas as terças e sextas eu leio para as crianças da escola que há aqui do lado e, já estou um pouco atrasada, elas não gostam quando me atraso..

–– já escolheram o livro de hoje? — eu perguntei, rezando para não me baterem

–– já deu tempo da gente escolher 50 livros diferentes. — disse uma das crianças

–– mas ainda bem que escolheram apenas um, se não eu morreria de tanto contar histórias. — eu disse e eles riram

Ótimo! Ainda estou viva...

Depois que as crianças foram embora eu fui falar com a senhora Parker, Olívia a propósito.

–– você parece exausta. Anda dormindo direito? — ela me pergunta enquanto me sento

–– não muito, a Kiara está me matando... — respondi jogando a cabeça pra trás

–– os veterinários já disseram quando ela vai ganhar os filhotes?

–– ainda não, mas todo cuidado é pouco. Bom, já vou indo. — eu disse e nos despedimos

Kiara é minha cadelinha labrador, ela está grávida, porém sua gestação é de risco pois foi atropelada ao tentar sair de casa e correr para rua. Quase tive um ataque naquele dia, os veterinários disseram para eu tomar conta dela 24hrs por dia e, é o que eu faço. Quando não posso ficar com ela peço para minha vizinha, super gente boa, para fazer.

Voltei pra casa louca para dormir. Ao chegar vi a porta da minha casa aberta, me assustei pois só eu tinha a chave e havia trancado quando sai. Corri pra ver e um alívio banhou meu corpo, era a senhora Peigge, a senhora que de vez em quando cuidava da Kiara pra mim..

–– nossa! Fico feliz que seja a senhora, levei um susto ao ver a porta aberta. Como ela está? — eu a perguntei me aproximando de Kiara

–– Oi, querida! Ela está bem. Desculpe ter te assustado, é que eu ouvir ela chorar e fiquei preocupada. — Peigge disse

–– tudo bem e, o que ela tem? — perguntei preocupada

–– está melhor agora, provavelmente já são as contratações acontecendo.

–– isso quer dizer que ela está perto de ganhar? — perguntei

–– sim, parabéns vovó. Em poucos dias terá seus netinhos aqui — Peigge disse e nós rimos

–– antes que eu me esqueça, como entrou aqui?

–– ah, foi fácil, eu usei a chave que você deixa em baixo do tapete do lado de fora. — ela disse

Eu fiquei sem saber o que dizer.

–– isso vai te servir de aviso pra não deixar essa chave ai novamente, mocinha. Do mesmo jeito que eu entrei aqui, alguém poderia ter feito o mesmo, porém com outras intenções — ela disse e eu concordei

A agradeci.

Conversamos um pouco e Peigge foi embora.

Já não vou deixar mais essas chaves ali.

No outro dia quando acordei, fiz as atividades de casa, alimentei Kiara e depois fomos dar uma volta na praça. O veterinário que cuida dela disse que é bom pra ela, caminhar.

Depois disso voltamos para casa e ficamos só nós duas o resto do dia... quer dizer, sozinhas até Peigge aparecer com uma torta de morango deliciosa pra gente. E sim, Kiara também come torta.

Comemos e ficamos ali o resto da noite.

É sempre bom ter a Peigge com a gente, ela tem sido uma mãe pra mim... Falando em mãe... é, não tenho mãe. Eu a perdi quando era mais nova, uma criança digamos assim. Meu pai era um empresário, sua empresa que fabricava peças para carros tinham filiais em 6 estados do país, então quase não ficava em casa, apesar de não morar comigo.
Com vários funcionários trabalhando para ele, acaba passando a maior parte do tempo viajando com a outra família que ele construiu. Ele se casou novamente há 7 anos, sua nova esposa é legal, Izzie, mas nunca gostei da ideia de que ela queria ocupar o lugar da minha mãe me tratando como filha, pedindo pra eu chamar ela de mãe - odiava isso -. Fora isso, fico feliz que ele tenha achado alguém que o deixa feliz.

Ele sempre me convida para viajar com ele, mas eu sempre evito pois não sei lidar com a presença da Izzie com muita maturidade. Sempre que ele vinha me visitar com ela eu chorava de saudades da minha mãe. Então prefiro evitar tal dor no meu coração.

Minha última viagem com ele foi há 2 anos, fomos à Itália, apenas eu e ele.

Costumo dizer que minha única família agora é a Kiara, Sr. Parker e Peigge. Elas me ajudam em tudo: se fico doente, se preciso de dinheiro - o que é raro, já que recebo uma boa pensão do meu pai -.

Aposto que minha mãe está feliz por eu tê-las comigo.

Em relação ao amor, homens, prefiro dizer que um aqui e outro ali, mas nada sério com ninguém... Talvez essa história de amor à primeira vista; namorar; casar; ter filhos e morrer ao lado da pessoa não seja pra mim. Acho que vou ficar pra titia mesmo, ou melhor dizendo "vovó ".

Atlanta é um ótimo lugar para viver, não há tanta violência, as crianças brincam na rua todos os dias e voltam pra casa sempre seguras. Não é muito barulhento por aqui, exceto em grandes festas e comemorações.

𝑅𝑌𝐴𝑁 𝐽𝑂𝑁𝐸𝑆 "Cᴀʀᴛᴀs Pᴀʀᴀ O Sᴏʟᴅᴀᴅᴏ"Onde histórias criam vida. Descubra agora