N/A
Ryan mal conseguiu dormir com o calor que vinha fazendo em Atlanta e já se levantava com o sol invadindo seu quarto. Levantou e foi fazer sua higiene matinal.
Duas semanas haviam se passado desde o 4 de julho. Naquele dia, ele não demonstrava, mas havia passado por um momento difícil.
Ao ir à comemoração do feriado nacional, teve momentos de pânico. O tempo todo na cidade soltavam fogos de artifício, o que mexeu com a memória do soldado fazendo-o lembrar do campo de batalha. Em uma dessas explosões dos fogos, o jovem rapaz quase foi ao chão para se proteger, pensando estar num campo minado ou na própria guerra, os barulhos o lembrava muito dos tiros que ouvia lá.
Ryan começou a sentir que ainda estava lá, ainda estava na base do exército. Começou a sentir o peso da mochila, que usava nas missões, nas costas, sentiu o cheiro de pólvora várias vezes.
Sua mãe não percebera pois estava encantada demais apreciando o desfile dos carros e as pessoas. Sua irmã, o mesmo.
Tudo só saiu de sua cabeça quando teve uma distração maior. Quando Shy pulou em seu prato e comeu sua comida, sua mente ocupou-se no momento o qual estava acontecendo naquele exato instante, o que o fez esquecer um pouco sobre o medo que estava sentindo.
Logo depois de Shy, veio Sophie. Isso o fez esquecer mais ainda de seus problemas psicológicos.
Ryan não viu mais a garota. Nessas duas semanas que se passaram, o rapaz deixou claro à sua mente que não queria permanecer com a ela na cabeça, mas fora em vão.
Quando desceu para tomar café, sua mãe logo tocou no assunto.
— não viu mais aquela garota do cachorro? Como foi mesmo que Marie a apelidou ? — ela colocou um dedo no queixo como se caçasse o apelido dela
— Dra. Doolittle... — Marie, sua irmãzinha, tomou a frente a lembrando
— isso, Marie. Doolittle.
— vocês duas podem parar? Já querem arrumar alguém pra mim? Tão cedo? — o rapaz disse passando geleia em seu pão e o abocanhando
— o que que tem? Você não quer?
— não, Marie, não quero. — ele disse ainda de boca cheia
— mas você já teve uma namorada. Né?
— já, mas foi há muito tempo. E não deu certo porque ao invés de me dedicar a ela, eu me dedicava na guerra, a matar pessoas. — Ryan disse limpando a boca e se levantando da mesa.
— aonde vai, querido? — sua mãe o perguntou, notando a reação do rapaz
— não se preocupe, não vou longe. — ele disse trancando a porta assim que saiu
— eu disse alguma coisa errada? Por que ele disse que matava pessoas, mamãe? — Marie perguntou à sua mãe sem entender a reação do irmão, e também sem entender o porquê dele matar pessoas.
Marie cresceu sem saber qual era o dever de seu irmão no exército. Eles acharam melhor assim, para que ela não criasse uma impressão errada do soldado.
— querida, escute... há coisas que ainda não podemos falar com ele. Tudo bem? Vamos esperar até ele se sentir bem mais a vontade. E esse lance de morte, ele só estava brincando com você.
Elizabeth tentou acalmar a filha.
A pequena assentiu e continuaram com o café da manhã.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑅𝑌𝐴𝑁 𝐽𝑂𝑁𝐸𝑆 "Cᴀʀᴛᴀs Pᴀʀᴀ O Sᴏʟᴅᴀᴅᴏ"
Romance❝Hoje, eu olharei para lua, e saberei que em algum lugar Você estará olhando para ela também❞ SPARKS, Nicholas. O amor para uni-los. Uma guerra para impedi-los. "Será que tudo não passou de um sonho?" [{⚠️ Se você estiver...