MURILO
estava andado em direção a minha moto quando sou surpreendido por alguém agarrando meu braço me viro e lá estava Lucas, ele diz:
-- precisamos conversar...
Puxo meu braço abruptamente e digo:
-- acho que você já falou o suficiente... -- e continuo andando, eu não entendia, oque ele queria e estava cansado demais para pensar sobre isso eu só queria chegar em casa e fazer absolutamente nada.
-- desculpa -- ele diz abruptamente, como se arranca um curativo.
É incrível como as pessoas achavam que desculpas fazem alguma diferença, ele poderia provar de mil maneiras que não era o ignorante que se mostrou ser, mas ele preferiu o jeito mais fácil, eu valho mais esforço e toda essa merda me deixa com raiva.
-- não, eu não te desculpo, você fala um monte de merda, e depois acha que eu vou te desculpar só por que seus olhos castanhos são lindos? Que porra de madre Teresa de Calcutá você acha que eu sou?!
-- nem sei quem é essa mulher, mas sei que o que falei foi terrível, não estou aqui por consciência pesada e nem porque preciso de algo, mas estou aqui porque abandonei meus próprios princípios a favor de outros e não quero entrar em detalhes até porque seria desagradável, para falar a verdade eu nem sei o que devia falar, e se você simplesmente quiser dar as costas tudo bem... De certa forma eu sou obrigado a entender.
Eu sei o que você esta pensando, e não, não vou desculpar ele, também não vou beija ele... eu não sabia se queria, mas me forcei a olhar para ele, a pele morena em contraste com o cabelo negro algo no rosto dele era muito elegante o jeito como o nariz fino era empinado, o maxilar de traços leves a boca de lábios finos e rígidos contraído em uma linha reta, agora anssiosos esperando uma resposta minha.
-- que bom que você entende... -- digo e dou as costas para ele.
Quando estava me virando para ir embora Lucas me puxa pelo braço e segura o meu rosto, sinto sua mão de dedos longos e esguios na minha bochecha e maxilar, quente e firme, que merda eu não iria esquecer essa sensação idiota, tão cedo, e me da um selinho. As pessoas param por dois segundos olham e continuam suas vidas, outras dão alguns cochichos e continuam olhando para ver oque vai acontecer Lucas esta vermelho de um jeito que eu nunca achei que era fisicamente possível alguém chegar aquele tom de vermelhidão, ele me fita anssioso esperando que eu retribua, e eu queria, Deus como eu queria beija-lo de maneira que o fizesse esquecer seu próprio nome, mas eu não beijei ao contrário me afastei e disse:
-- bom Lucas, mas não muda nada -- viro as costas e vou embora e dessa vez Lucas não tenta me impedir.
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Danie
Estava subindo os degraus do portão principal quando um garoto tatuado esbarra em mim ele parece estar bem furioso
-- Foi mal cara... -- ele diz, e um sorriso escapa dos meus lábios adoro quando meu disfarce está tão convincente que as pessoas se referem a mim pelo gênero masculino.
Sim, eu sou biologicamente uma "garota", mas entre ser e se sentir tem uma grande diferença, então agora imagina uma biologicamente garota numa família de religiosos tendo que guardar isso por toda adolescência usando meia causa, vestidos e lacinhos, sentiu o drama né? Calma porque sempre piora, a questão é que eu sou transgênero se você dizer ou pensar que nós temos que ser o que Deus nos impõem eu vou sair da tela desse aparelho, esse mesmo que você está usando e dar na sua cara! Fiz 19 anos ontem e sabe o que eu ganhei? Isso mesmo tudo feminino inclusive os elogios que eu nunca conseguia identificar como sendo para mim, a forma que eu achei foi me vestir de homem quando estou fora de casa, e quando estou dentro me visto de "mulher", estava me encaminhando para o banheiro para colocar as roupas femininas e a peruca, sim eu havia cortado meu cabelo em estilo militar e comprado uma peruca para que minha família não percebesse e vai por mim eles não perceberam.
Não demorou muito para chegar ao banheiro tranquei a porta e comecei a tirar a roupa masculina, essa era sempre a parte mais difícil do meu dia, sabe aquela sensação que você tem quando vai para uma escola nova ou fazer algo novo que você não quer, mas sabe que tem que fazer? Era assim que eu me sentia só que bem mais triste.
Estava tirando minha camiseta quando minha peruca cai na privada, eu só consegui pensar que não podia chegar em casa assim o que minha família iria dizer? E então veio o medo da rejeição o medo de não me compreenderem e logo em seguida o choro silencioso de desespero abri a porta do banheiro procurando algo que pudesse me ajudar, mas nada ali poderia o que eu estava esperando achar uma peruca flutuando? Engoli em seco o jeito seria enfiar a mão pegar a peruca, torce e colocar na cabeça, seria bem nojento, mas voltar para casa com esse cabelo raspado não seria uma opção. Estava prestes a fazer isso quando uma garota entra no banheiro, droga era horário de saída não era para ter gente aqui, ela olha para mim percebe minhas lágrimas e pergunta:
-- esta tudo bem?
Fiz que sim, mas sabe quando você não quer chorar e acha que vai conseguir segurar o choro, até que uma pessoa pergunta se esta tudo bem e toda a força que você estava conseguindo fazer para não chorar some, meus olhos se inundaram de lágrimas.
Ela segurou no meu ombro o cabelo azul curto dela era incrível.
-- tudo bem, pode me contar talvez eu possa te ajudar.
-- minha peruca... -- eu disse apontando para privada. Ela olhou e disse:
-- você não precisa dela, seu corte é lindo.
Eu fiquei feliz por um momento porque foi a primeira vez que alguém elogiou meu corte, mas logo voltei a realidade.
-- você não entende, minha familia... --minha voz soou desesperada e as malditas lágrimas voltaram a cair.
-- ei...calma olha eu tenho uma peruca da mesma cor que aquela sua, posso te emprestar até você conseguir comprar outra. -- ela fala tentando me acalmar.
Meus lábios se abriram em um sorriso imediato.
-- você faria isso? -- pergunto, eu nem a conhecia e mesmo assim ela estava disposta a me ajudar.
-- claro -- disse ela -- só precisamos ir até minha casa para pegar a peruca, vem! -- ela me puxa pela mão e vamos em direção a casa dela.
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Por todas as cores do arco-íris *romance Gay*
Roman d'amourSem aviso prévio beijo ele, puxando-o pelo colarinho do roupão com uma das mãos, com a outra pego sua xícara e coloco em cima do móvel ao lado da porta, beijo ele furiosamente fechando a porta pucho e prenso Leonardo contra a parede --Uau-- ele fala...