Capítulo 31

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Eu andava de um lado para o outro da cela, ainda não acreditando que isso havia acontecido, olhei para o Murilo ele parecia calmo como se aquilo fosse a coisa mais normal o possível. Passei a mão no cabelo aflito e continuei a andar.

-- eu esto ficando tonto, será que da para você sentar. -- ele fala com uma cara que dizia que estava realmente cansado de me ver fazer aquilo. -- eu não entendo porque as pessoas andam de um lado para o outro quando estão nervosas, de onde elas tiraram que isso vai ajudar em alguma coisa? quando eu estou nervoso a última coisa que eu iria lembrar seria de andar de um lado para o outro.

-- desculpa... A onde será que minha irmã está? -- falo passando perto dele.

--Com seu pai provavelmente... -- ele faz uma pausa talvez percebendo que essa resposta seria a última a me acalmar relaxa ele não vai fazer nada com ela, com policia envolvida -- ele segura na minha mão quando passo por ele. -- senta aqui.

Eu me sentei como ele havia me pedido, senti um arrepio bom percorrer em mim quando ele me toca, mas isso não mudava minha preocupação no momento que era minha irmã, aquele homem é doido me assusta saber que ela está com ele novamente...

-- acho que ultrapassamos todos os limites que uma amizade pode ter, -- ele faz o que ele sabe  fazer de melhor, mudar de assunto. -- eu já te vi de cueca, você já me viu quase transando, já te vi bêbado, eu já vomitei em você, você já me viu pelado e nós fomos presos juntos... -- ele pareceu pensativo como se houvesse esquecido de algo. -- a e... você já me deu um soco.

-- ah cara... -- fiz uma careta ao lembrar do Murilo e a Meg, depois ri ao lembrar de algumas situações que em sua grande maioria eram constrangedoras para mim. -- realmente, mas eu nunca te vi bêbado e você nunca me viu pelado.

-- Mas eu já te vi fazendo xixi -- ele ergue uma sobrancelha -- que instrumento mais... interessante o seu.

-- você não tem pudor nenhum né? -- falei levantando uma das sobrancelhas.

-- Você está enganado eu tenho pudor, mas eu não gosto de usar com você. -- ele fala sorrindo, eu nunca entendia direito quando ele estava brincando com palavras ou se na verdade as palavras dele eram verdadeiras. -- aliás quando eu penso em você tudo que me vêem a cabeça é sem nenhum pudor -- ele faz uma expressão de "se eu estou brincando ou não você nunca vai saber".

Não estou dizendo? As vezes as palavras dele soavam como uma confissão camuflada, e as vezes parece só que ele está brincando com minha cara.

-- hum... E o que seria? -- fiquei corado, porque eu pensei em algumas outras coisas -- não que eu estou interessado claro é por curiosidade não por interesse, eu posso até me sentir atraído por homens mas não precisa ser um interesse logo em você, interesse é uma coisa complicada, vamos mudar de assunto por que a gente tá aqui mesmo? -- olhei para os lados tentando mostrar se "inocente".

-- ta tudo bem cara -- ele diz. -- não é como se eu fosse completamente apaixonado por você, quem esta falando de interesse aqui não sou eu.

-- quem falou de interesse? -- engoli em seco o olhando de canto de olho para ele.

Ele começou a rir.

-- poupe a humanidade disso Lucas e assume para o mundo que você me quer, porque eu já estou sentindo vergonha alheia de você... só para que ta feio.

-- não sei do que você está falando. -- comecei a rir de nervoso.

Ele chegou perto do meu ouvido roçando o nariz na minha orelha e dizendo:

-- ok sem pressão.

Sorri, não sabia porquê e nem se era intencional. Sei que aquele toque me passou conforto e talvez até mesmo segurança.

Por todas as cores do arco-íris *romance Gay*Onde histórias criam vida. Descubra agora