Capitulo 3

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MURILO

Demorou um tempo para identificar onde eu havia acordado. Meu quarto... Eu havia dormido com alguém, àquele pacote de camisinha não havia parado ali sozinho, mas não me lembro quem foi, não me lembro se era mulher ou homem, a balada sempre faz isso comigo, me embriaga, me fode e me faz esquecer com quem, e obviamente essa pessoa havia ido embora... de qualquer forma não importa, eu tenho que passar na lanchonete para tomar café da manhã e depois ir para faculdade. Tomo um banho rápido, coloco uma calça preta, camisa verde militar, pego minha jaqueta de couro, as chave da moto e disparo para a lanchonete mais próxima.

Acabei chegando mais atrasado na lanchonete do que imaginava, levei uma multa por excesso de velocidade. Estou indo em direção à mesa da esquerda quando avisto uma pilha enorme de panquecas, dois omeletes, um copo de suco de laranja e uma xícara de chá... como alguém toma suco e chá ao mesmo tempo? Eu... espera eu conheço aquela garota que estava sentada naquela mesa, é a minha paquera do ensino médio o mesmo coque alto inconfundível, sempre comendo e desastrada a ponto de derrubar calda de caramelo na roupa e não perceber, me aproximo e digo:

-- tem mais calda na sua roupa do que na panqueca.

Ela levanta os olhos sem levantar a cabeça ficando vesga, mas logo levanta a cabeça também e sorri os dois dente da frente separados fazendo-a parecer uma criança.

-- nunca se é cedo demais, para pagar um mico diário e só reforça a ideia de que eu sou um docinho.

Gargalhei e disse:

-- Você não se lembra de mim não é mesmo né?

Ela estreita os olhos.

-- eu deveria?

-- Me imagina magrelo e usando um boné laranja.

Ela coloca a mão no queixo pensativa, os dedos tatuados circulando o queixo pensativa, de repente ela arregala os olhos como se tivesse muito surpresa e fala:

-- Sama... Murilo! Nossa? Você cresceu em todos os sentidos da palavra -- ela sorri calorosamente -- gostaria de se sentar?

Aceno que sim e não demora muito para que a garçonete traga meu pedido.

-- Então... -- começo -- nós tínhamos um lance mal resolvido ou eu fazia ciúmes em você por nada? -- eu realmente queria saber essa resposta, porque naquela época tudo era tão confuso quanto adolescentes podem ser, e no final das contas nunca tínhamos realmente ficado.

Caren gargalha:

-- quando conversávamos por mensagem tinha, mas depois você só foi idiota mesmo, porque eu não estava nem aí. -- ela balança o dedo anelar mostrando o anel de compromisso -- até porque minha fruta é outra.

-- eu entendo de fruta, não me restrinjo a só uma fruta. -- aqui estava eu usando frutas para falar de sexualidade numa segunda feira, chega ser cômico.

Conversávamos por um longo tempo Caren fala sobre sua namorada, as duas se conheceram na faculdade, terminaram a faculdade esse ano e começaram a viver juntas; falo que vou me formar esse ano e que faço o curso de artes visuais, quando nos demos conta já havia passado uma hora. Estávamos saindo da lanchonete quando percebi que uma surpresa nos esperava do lado de fora:

Por todas as cores do arco-íris *romance Gay*Onde histórias criam vida. Descubra agora