Fofo - Parte I

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No outro dia cedo convoquei Cintia, Gutierrez e Kira. Queria retornar o mais breve possível para a aldeia de Rhuda, levei os três para tomar café da manhã na casa dos meus pais. Dona Maria tinha o hábito de reaproveitar as sobras. Assim o pernil virava virado, os grãos bolinho, as saladas refogados, não se perdia nada com ela e aí de quem não comesse. Contudo para os esfomeados que trouxera junto comigo pareciam iguarias, até mesmo para mim que sofria com as tentativas fracassadas de Thalia na cozinha. Meu irmão juntou-se a nós na mesa, puxou uma cadeira e sentou-se.

- Sabe da ideia maluca de nosso pai, irmão? – não sei como Jonas falava e sorria ao mesmo tempo, sei que aquilo costumava arrancar suspiros das garotas e Kira parecia magnetizada por ele.

- Não faço a mínima ideia. – respondi de boca cheia e tomei um gole de café para a comida descer.

- Quer me casar com a Jully! Vê se pode? – falará ele se servindo, Cintia se assustou com a frase e quase cuspiu a comida que estava na boca. Kira quase morreu de desgosto.

- Já disse que não foi ideia minha e sim do conselho! – refutou meu pai, vazia sentido já que eu e Egon havíamos ido para os jogos, logo os dois não precisavam participar dele. Além do mais como seu irmão foi dado como portador da peste dificilmente alguma tribo a queriria. – Acreditamos no potencial de Jully como caçadora, ela é uma ótima caçadora!

- E uma boa menina também! Sempre que pode está ajudando os outros como também ensinando os jovens. – minha mãe sempre gostou da Jully, por isso seus comentários eram suspeitos.

- Ela não é mais velha que você? – perguntei

- Um ano, – meu pai respondeu por ele – mas pensamos de leva-la até os jogos e não aceitarmos nenhuma oferta por ela. Desse modo não descumpriremos as leis das tribos. – uma grande mentira pensei, bom pouco importava aquele assunto para mim.

- Que seja feito a vontade da tribo. – respondi, meu irmão deu de ombros.

- Outra coisa filho, partirei com você para a tribo de Rhuda. – quando meu pai disse isso já sabia do que se tratava, seria enviado para tentar convencer o Chefe Augustos a atacar o acampamento sodomita. – Precisarei de sua ajuda, mas isso é conversa para outra hora.

Esperava meu pai na saída da aldeia quando alguém que não gostaria de ver apareceu demonstrando um sorriso de orelha a orelha. Cintia ficou a fita-la, sua expressão demonstrava que algo desagradável sairia de sua boca.

- Lá vem a aprendiz de rampeira. – disse Cintia, depois olhou-me para ver minha reação, ignorei ambas. Bom, pelo menos tentei.

- Estava partindo sem se despedir de mim? – perguntou Jully – Anunciaram-me que casarei com seu irmão, o que achas? – uma pergunta capciosa.

- Fico feliz por vocês dois. – respondi seco.

- Humm, é mesmo? – ela se aproximou e cochichou – Sabe, acho que vou brincar um pouquinho com ele! Até que ele é bonitinho, apesar disso meu prato principal será v-o-c-ê! Meu coração. – juro que ela tentou lamber minha orelha, mas esquivei a tempo.

- Nossa garota! Você é repugnante para não dizer algo pior. – disse Cintia, é claro que Jully não deixaria aquilo barato.

- Estou escutando vozes? Ah é a garota cara de pudim! Um pudim que ninguém quer comer! – Cintia se aproximou e acertou um tapa na sua cara. Uma voz interveio para evitar algo pior.

As Sete TribosOnde histórias criam vida. Descubra agora