Traição - Parte II

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- Sou eu. – respondi.

- Matheus! – sim, era ela, Jully, a garota que um dia amei. Ela correu em minha direção esquecendo de qualquer precaução e me abraçou de forma afetuosa.

- Quem é essa aprendiz de puta? – perguntará Cintia.

- Essa é a Jully. Jully esses são a Cintia, Gutierrez e Kira.

- Eh! Por que ela não desgruda de você? – Cintia colocará seus braços entre nós rompendo o abraço e nos separando.

- Ela é minha, amiga de infância. – tentei justificar a atitude dela.

- Estou de olho em você oferenda ou melhor oferecida. Cintia pegou os dois dedos, indicador e o médio apontou para seus olhos e depois com o indicador apontou para Jully.

- Essa loira sem graça é a sua esposa? – perguntou Jully.

- O que essa pirralha disse? – Cintia estava pronta para uma briga, não era boba e percebeu que aquilo estava estranho demais para uma simples amizade.

- Cintia, lembre-se que não estamos mais nas terras da tribo Tupã! – tentava colocar uma pedra sobre o assunto.

- E você, lembre-se que é casado! – agora Cintia repetia o sinal para mim.

- Afinal a loira azeda é ou não é sua esposa? – Jully não deixaria barato, sempre teve personalidade forte e não se acovardaria frente a Cintia.

- Ela não é minha esposa, agora chega! Poderia nos conduzir para a aldeia?

- Claro. – Jully abriu um sorriso quando disse que não se tratava de minha esposa, apesar disso ela continuou a provocar a Cintia. – Entendo é apenas uma mal-comida!

- Hum... pelo que vejo a franga sodomita é entendida do assunto. – Cintia continuou a responder a altura.

A discussão só teve fim quando um casal de adolescentes saltarou de trás de seu esconderijo e vieram até a Jully, o garoto me reconheceu se tratava do Maicon e até antes de ir para os jogos vivia atrás de mim.

- Pensei que nunca mais o veria! – Maicon me deu um abraço apertado.

- Legal agora chegou a creche. – Cintia mostrando um pouco de sua doçura.

Depois de uma hora e meia estávamos finalmente na aldeia, quando avistei suas paredes de pedra e madeira, senti que estava em casa apesar que não fosse mais, em volta de suas paredes na grama verde alguns animais pastavam aproveitando todo verde que ainda restava, na pequena estrada Agricultores usavam carroças movida pelos poucos bovinos a disposição para levar a colheita aos paióis repetiriam aquela via sagra inúmeras vezes até o termino da colheita. Tendo em vista que ao contrário de Rhuda os campos de plantio não ficavam juntos a aldeia.

Cintia parecia não perceber nada do que via a sua volta ou se importar, a sua única preocupação estava em fazer uma marcação cerrada em mim e sempre que podia pegava no pé de Jully.

A aldeia de Tupã era bem diferente da de Rhuda, ela foi construída como fosse um forte sobre paredes extensas de pedra que a certa altura eram substituídas por madeira rustica, nesta parte podíamos observar janelas das casas. Sim aquilo se tratava de um conjunto de casas ou podia se dizer também que se tratava de uma grande estrutura que formava um conjunto residencial, o edifício tinha dois andares, na parte de baixo ficava a cozinha, banheiro e uma sala de jantar, na parte de cima ficavam três quartos e uma sacada na parte interna, nela muitos moradores ficavam a noite durante o verão bebendo algo e jogando conversa fora com seus vizinhos, um costume antigo. Todas as casas possuíam exatamente a mesma forma e o mesmo tamanho. O único problema disso que as casas ficavam coladas umas nas outras e a noite sempre fora comum escutar barulhos impróprios se é que você me entende. Por cima das casas haviam mais um andar, nele não existiam paredes apenas uma estrutura que cobria com a finalidade de fazer a neve não se acumular sobre o edifício, nesse último andar geralmente existiam guerreiros vigiando, hoje, no entanto, havia apenas algumas crianças brincando por lá como adorava fazer na minha época. Esse formato em forte fez com que a vila resistisse aos mais temorosos invernos e inimigos, quando era muito pequeno um grupo de piratas tentou saqueá-la, não obtiveram êxito sendo duramente reprimidos, mesmo assim muitos aldeões foram mortos. Até os dias de hoje se perguntam como aqueles piratas vieram a saber da localização da Aldeia de Tupã, se descobriram ao acaso ou algum exilado contou nunca soubemos.

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