A Caçada - Parte II

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Thalia ficou a encará-la e parecia cansada de seus joguinhos, antes que comprasse briga com a conselheira acabei aceitando para o desgosto dela.

- Nesse caso, não tenho escolha.

Um conselheiro podia convocar até duas pessoas de fora do conselho para comparecer a tribuna, não tinha direito a voto, mas de ser ouvidos como também inquiridos.

- Sim, então vamos? – chamou-me Helena. Fiquei pensando que se tivéssemos atrasado um pouco mais teria escapado daquilo.

Dei um beijo na Thalia e fui participar daquele episódio lamentável.

Ultimamente enfrente a Cúria Tribal ficavam dois guerreiros hoje estavam ali Estela e Priscila, as duas não pareciam muito feliz com a função, que por sinal era barrar entradas não autorizadas. Priscila fez menção de me questionar, antes que pudesse Helena ergueu a mão convidando-me a entrar demonstrando de forma tácita que tinha me convidado. Do lado de dentro conversavam Simão e Abelardo, se antes os dois apoiavam incondicionalmente as decisões de Augustos agora ajudavam a aumentar ainda mais a crise. Os dois ao nos verem interromperam a sua conversa e Abelardo se aproximou.

- Pensei que faltaria ao seu dever hoje minha cara. – disse Abelardo em tom bajulador.

- Imagine se deixaria de degustar de suas presenças. – respondeu Helena.

Os dois ultimamente haviam estreitado seus laços políticos, as preocupações de Abelardo como representante dos agricultores era genuína e justa. Grande parte dos agricultores fora designado para os guerreiros até a chegada do verão, no entanto não estava certo se os mesmos retornariam, uma vez que o perigo ainda nos rodeava. O restante dos seus estavam sobrecarregados e alguns foram pegos furtando alimentos para piorar ainda mais a situação.

Logo após nossa chegada entrou no recinto Augustos e Aquiles, não preciso nem dizer que ambos ficaram digamos surpresos com a minha presença no recinto, enquanto um esboçou um sorriso e cumprimentou-me o outro apenas apresentou-me a sua carranca. Acredito não ser necessário quem fez o que.

- Podemos iniciar? – falou um impaciente Augustos. Todos os presentes consentiram com a cabeça e ele prosseguiu. – Pois, bem qual o primeiro assunto em pauta?

- Chefe, acredito que devemos tratar da situação dos rebanhos. – adiantou-se Abelardo. Augustos estendeu a mão indicando para que ele prosseguisse. – Precisamos de uma solução urgente, a cada dia que passa a ração dos animais está diminuindo, se continuar assim nossos animais morreram de fome.

- Certo, qual a sua proposta? – perguntou Augustos.

- Proponho que abatamos alguns bovinos. – Abelardo nem tinha terminado a sua fala e os outros conselheiros presentes se manifestavam contra.

Inclusive eu seria contra, afinal daqui uns meses minha esposa pariria meu filho e com certeza precisaríamos de leite. Os bovinos tinham justamente essa a função de produzir leite, contudo eles comiam muito, tratasse de um animal grande, e podiam fornecer razoavelmente uma boa quantidade de carne. Justamente foi esse o argumento utilizado por Abelardo, mais uma vez os outros líderes não aceitaram a ideia ficando a decisão final a Augustos.

- Indefiro a sua proposta, abateremos uma porção de carneiros e manteremos o nosso gado intacto. – sentenciou Augustos.

- Chefe todos os carneiros possíveis foram abatidos, nesse caso teremos que abater um terço das nossas ovelhas. – respondeu Abelardo rudemente.

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