Teste de Honra - Parte I

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Sonhava com a última noite que passamos juntos. Ela estava linda, ainda mais radiante que o normal, talvez fosse porque eu sabia que ela carregava meu filho ou filha e todo meu amor.

- O que você está me olhando? – perguntou-me Liris.

- Será que não posso nem ao menos apreciar sua beleza? – respondi e ela esboçou um sorriso.

- O que deu no idiota hoje para falar alguma coisa bonitinha? - Thalia veio e deitou sobre mim na cama e começou a percorrer sua mão pelo meu corpo.

- O que foi? Estás a fim de assustar a criança? – falei.

Ela parou de passar sua mão sobre mim.

- Parabéns conseguiu estragar o clima! – protestou Thalia.

Fui até ela, atrás de sua boca, beijei-a e ela sorriu novamente, retornou de onde tinha parado, mas a expressão de seu rosto havia mudado. Ela foi até a minha bunda e a apertou.

- Amor, estava pensando em fazermos algo diferente essa noite. – Thalia sussurrará ao meu ouvido.

- Tipo o que? – perguntei, senti que existia algo errado naquela proposta.

- Que tal se tentarmos algo mais ousado, igual a Cíntia e o Cesar?

- VOCÊ ESTÁ LOUCA? – toda animação do Hulk sumiu e a minha também!

- Pô amor? Qual o problema? Sabe fiquei com vontade! – falou Thalia.

- Vontade o caralho! Você enlouqueceu! Ninguém meche no meu cú não! – já fui saindo fora.

- Eu estou com vontade! Vai que nosso filho nasce com cara de cú!

- Se você continuar com essas histórias essa criança não vai nem nascer! – esbravejei e Thalia disparou a rir. – Do que você está rindo?

- De você! – seus olhos lagrimejavam de tanto rir.

- Qual a graça!

- Amor deite aqui! Eu estava brincando! Eu não quero nada com esse cú peludo não. Estava apenas te zoando. – ela continuava rindo e aquela lembrança terminou abruptamente com a água tocando minha pele.

De início sentia o calor da água até que o frio começava a congela-la sobre mim, sangue também congelava, meu próprio sangue. Escutava as risadas zombeteiras em minha volta. Minha pele queimada pelo frio e toda partida. Olhei para o corpo de Helena sem vida ao meu lado. Estava à espera de uma morte anunciada e por um momento minha mente voltou até onde tudo começou.

Alguns dias depois da reunião partimos de nossa aldeia com Helena a frente como prometido por Augustos. Ela parecia irradiante com a honra de comandar a missão, se soubesse o que nos esperava.... Conosco veio em torno de sessenta pessoas entre caçadores e guerreiros. No meio do caminho juntou-se a nós a Ale e mais vinte integrantes da tribo Ayiara entre eles o pela saco.

Nosso conhecimento sobre a Tribo Kanhandura sempre foi restrito, antigamente eles costumavam invadir nossas terras e meu pai, no passado, lutou contra eles numa dessas invasões o prejuízo deles foi tão grande que nunca mais ousaram-nos invadir. Astrix contava histórias sobre os seus costumes basicamente viviam da caça, apesar de idolatrem os animais. Parecia contraditório, pelo menos eu achava; Astrix não, dizia que aquilo seria respeito pelo o que lhes provinha a vida.

As Sete TribosOnde histórias criam vida. Descubra agora