Capítulo 58

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...

Em uma casa enorme como essa, sozinho, a vários dias sem dormir o que me resta é beber e chorar pela morte de meu filho, pela perda da mulher da minha vida, pela distância da minha única filha, da minha família...Não me resta mais nada.

Vencido pelo cansaço resolvo subir para o quarto, onde havia trocado tudo e quebrado cada itém que pertencia a minha ex-mulher e autora da morte do meu filho.

Deitei-me e pego no sono, mais com tanta coisa a se pensar e culpar ou talvez por não se importar, deixei a
porta da casa aberta.

[...]

"Cheguei finalmente, a porta estava aberta, entrei a casa silenciosa,passei em cada parte dela, inclusive na cozinha,onde lembro muito bem que provei a comida mais saborosa de toda a minha vida "Meus pratos, minhas Facas!" Subi as escadas que saudade do perfume dele, e lá ele estava deitado sobre-posto ao grande travesseiro, não resisti tive que acaricia-lo".

-Acorda meu amor -sorri ao estar a minha frente novamente

Me virei e meu coração gelou com o susto que tomei ao vê-lá.

-Suelen!

-Que saudade meu amor -tenta beijar-me

-Me solta Desgraçada! -a empurro

-Porque me trata assim?! Eu te amo meu amor, agora a gente pode ficar juntinhos -sorri loucamente- se a gente bater palma nosso filhinho volta pra minha barriga -Ela bateu palmas e colocou minha mão sobre sua barriga, que tirei rapidamente com puro nojo.

-Você ta louca mesmo, miserável!

-É o que aqueles homens maus dizem, mais eu não estou louca por isso eu fugi e voltei pro seus braços -Vem me abraçar

Em meu momento de fúria por lembrar dos últimos momentos de meu  filho, dou um soco com toda a força na face de suelen que cai, aparentemente desmaiada.

Me virei para pegar o telefone, ligar para a polícia era a solução, pois juro que mato essa desgraçada alí mesmo, quando estava prestes a discar senti é parei meus movimentos ao sentir uma lâmina afiada escostar no meu pescoço.

-Não devia bater em mim, sou sua mulher -Sorri ironizando

-Suelen me solta, larga essa faca!

-Não, só se disser que me ama! -Ela grita

Me virei e tentei desarma-la, mais a faca afiada entrou em minha mão, jorrava sangue e enquanto estava a olhar o ferimento ela me jogou na cama ficando por cima de mim.

-Diz que me ama Luan!

-Não! -Tento desviar dos lábios dela

-Fala que me ama, você tenque me amar!

-Nunca na minha vida, eu te odeio, eu quero que você morra vadia, assassina!

Gritei nervoso e ela apontou a faca afiada para meu peito, abriu os botões da minha camisa e passou a faca com a ponta afiada fazendo menção em me esfaquear. A força dela é indiscutível , aparentava que eu estava travando uma briga com um homem.

Ouvi passos subindo as escadas. Não sabia se olhava para a faca  que a pouca poderia cravar em meu peito ou se olhava para a porta para ver quem chegaria.

-Suelen! Olha eu aqui, lembra de mim?! -Beatriz diz chorando com ódio nos olhos ao ver aquela mulher

-Mosca morta, destruidora de vidas, como poderia te esquecer... -Ela a olhou sorriu com um olhar completamente louco e voltou a me ameaçar, não dando a mínima para Beatriz.

-Porque matar o homem que diz amar quando se pode matar a mim ein!? -abre os braços e bate no próprio peito- To bem aqui!

-Beatriz Não!

Oferecer sua própria vida em troca de outra, no caso a minha, só pode amar, só pode ser amor, mais nunca permitiria isso.

Suelen foi em direção a Beatriz, cambaleando me levantei e
segurei-a por trás, mais bebado e sonolento estava frágil para conter a força dela. Me jogou para o lado e vinha em minha direção, quando Beatriz tentou desarma-la e as duas brigava para ter a faca em mãos.

-SOLTA VAGABUNDA! -Gritou Beatriz

-EU VOU TE MATAR! -Suelen  deu ênfase as palavras  saindo mais que em grito é sim como berros.

Senti um frio na barriga ao ver a camiseta branca de Beatriz umidecer com sangue e ela olhar-se incrédula. O sangue não era dela. Lorena havia esfaqueado a barriga de Suelen que estava rente a dela, me bateu um desespero, pois a faca ainda estava a posse das mãos de Suelen, e antes que a mesma pudesse toma-la dela, ela cravou-a a faca na barriga de Lorena Beatriz. Usou o restante das forças para rodar a faca e  enfia-la até esconder toda a lâmina.

-NÃO! BEATRIIIIIZ!

Suelen caiu aos pés de Beatriz, e eu levantei depressa e fui até ela, pegando-a no colo e deitando-a na cama.

-Calma meu amor, fala comigo!

-Ta doendo -falou com a faca cravada no mesmo lugar

-Não meche, eu vou chamar socorro

-Não! -pega em meu braço- Não dá mais tempo -Ela disse respirando fundo ao olhar a arma em si e pela dor que sentia.

-Meu amor, não faz isso -choro com desespero- deixa eu pedir ajuda!

-Luan, eu te amo...eu..te..amoo

-Eu também te amo, eu quero viver pra sempre ao seu lado, a gente vai envelhecer juntos, vamos casar de novo -choro ainda mais ao tentar falar

-Te esperarei para eternidade juntos,onde quer que eu es...teja -cai uma lágrima do olhar perdido dela.

-Não! Beatriz fala comigo meu amor,Beatriz! -choro sem saber o que fazer queria tocar na faca, mas se eu a tirasse poderia ser pior. Toquei no rosto de Lorena com minhas mãos trêmulas aí ver ela imóvel.

Gritei vezes seguidas o nome dela e o olhar dela estava petrificado. Peguei-a em meus braços, não, não pode ser, Deus não tira ela também de mim, não leva ela, "Beatriiiiz" eu a chacalhava e ela não me respondia, eu havia a perdido, me vi naquela cena aterrorizante, meu único amor sem vida em meus braços e Suelen
sem vida ao chão, onde minhas escolhas me levaram senhor?

Coloquei-a deitada a cama novamente e beije-a os lábios frios, podia ter sido diferente, mais quis eu me deixar levar por desejo carnal. Descravei a faca que tirou a vida de minha vida,
e antes de fazer o que tinha que ser feito, lembrei de minha filha

-Me perdoa minha filha, mas nasci para viver e morrer ao lado de sua mãe...

Que um dia ela possa me perdoar por deixa-la orfã de pai, de mãe e de irmão, com a mesma faca, cortei meus pulsos profundamente, joguei a faca ao lado e detei-me ao peito de minha amada "Beatriz me espere, a vida não terá graça e razão alguma para ser vivida sem ter você" meus olhos se fecharam, e senti aos mãos dela a minha e seu perfume a me
inebriar, esse é o começo da nossa eternidade?

Se só com a morte poderemos viver nosso amor, foi a coisa certa a se fazer.

Ao longe ouvi a voz doce dela me chamar.

"Meu amor não tenha medo"

Uma chance a mais - One more chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora