Capítulo 52 | "Shawn"

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Permaneço irredutível quanto a prestar atenção no que as pessoas, sentadas ao redor daquela extensa mesa, protagonizam em seus discursos de negócio.

Eu não me sentia bem. Procuro os olhos de meu pai e curiosamente eles já estavam sobre mim. Faço menção à sair da sala de reuniões e ele acena.

Dou retirada sem nem ao menos me pronunciar, apenas ajeitei meu blazer cinza e segui até a porta a prova de sons e ruídos. Sinto o ar se tornar mais leve em meus pulmões quando me encontro fora de lá e ando até o reservatório de água ali perto.

Aciono o botão e deixo a água gelada cair no copo descartável. Bebo o líquido que me refrescou em noventa por cento comparativos, marcho então pelas divisórias dos contadores e vou para a única sala que eu poderia ficar naquela hora sem ser interrompido.

A sala de lazer.

Fecho a porta atrás de mim e me jogo numa das diversas poltronas de descanso do ambiente. Enxergo o frigobar com algumas bebidas e me arrasto - por assim dizer - até lá, agarrando uma garrafa de cerveja.

Desde o que houve com Alice eu não parava de beber. Era a única vez que me sentia menos traído por ela, porque eu só conseguia pensar que a tive e a deixei se voltar contra mim. Bebo a cerveja e deixo minha cabeça se pender para trás, enquanto dava impulso para a poltrona descer em uma espécie de declínio relaxante.

Fico me perguntando sobre Hailey também. Tudo parecia estranho, mas a garota não parecia tão possessa a fazer algo daquilo tão insignificantemente. Alice poderia estar tirando conclusões precipitadas, ou poderia estar absolutamente certa.

Esfrego meus olhos. Por que tudo era tão confuso?

Dou novamente um longo gole no líquido cevado e deixo meus olhos fechados na tentativa de me entregar a um suposto sono. Nem ao menos sei quanto tempo permaneci com essa viagem, só sei que fui acordado com a batida da porta.

E os passos no ambiente. Abro um olho e encaro a figura seria de meu pai, se pondo a sentar em minha frente.

  Eu: Tá tudo bem, coroa? - brinco, voltando a fechar meus olhos.

Então eu sinto seu puxão sobre minha garrafa de cerveja, a levando até a boca. Me coloco a encará-lo, enquanto afrouxa a sua gravata como um verdadeiro empresário sufocado.

  Pai: Está tudo péssimo. - confessa. - Isso aqui está começando a ficar de pernas para o ar.

  Eu: Mas pai, você é o cara. Sabemos que dará conta de tudo. - levanto sua moral, sabendo que não passou de verdades claras.

Ele bebe novamente, agora goles mais demorados. A coisa parecia seria, pelo visto. Meu pai pousa a garrafa vazia no chão e se escora na poltrona.

  Pai: Não está nada fácil! - confessa. - Há várias divergências em mínimas coisas e protocolos absurdos em questões estúpidas. - esfrega as têmporas.

  Eu: Mas pai, toda empresa passa por isso. A nossa não será a primeira nem a última. - foco mais em seu semblante.

  Pai: Isso é o de menos, Shawn. - admite, retirando seu óculos e esfregando os olhos com o polegar e indicador, respectivamente.

  Eu: O que quer dizer? - pergunto, ficando mais em alerta. Deixei até o sono ir embora de vez. - Tem algo pior que essas coisas rolando por aqui?

O Idiota Que Me Completa | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora