Capítulo 78 | "Shawn"

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Passo meu perfume nos pontos essenciais e ajeito a manga de minha camisa. Pego a chave do carro sobre a cômoda e saio do flat, para ir até a casa de Alice.

Assim que chego no estacionamento subterrâneo, entro no automóvel e manobro para fora dali. Sigo o caminho para o meu antigo bairro, mesmo sabendo que meus pais nem estavam em casa. Sendo sincero, meu intuito verídico era unicamente ver minha namorada.

Continuo o trajeto diminuindo o volume do rádio, assim que meu celular começa a tocar. Rapidamente o atendo e coloco no viva-voz, para não me distrair da atenção no volante.

  Eu: Oi, Beck. - digo.

  Beck: Já está na Alice? - questiona.

  Eu: Quase lá. Por quê?

  Beck: Estou tentando ligar praquela vagabunda e ela não me atende. - reclama. - Pensei que fosse por sua causa.

  Eu: Mas por que eu a impediria de atender?

  Beck: Talvez porque, eu suponho, que ela estaria com a boca ocupada demais.

  Eu: Beck...

  Beck: Tchauzinhoooo. - ela estende por mais alguns segundos, até enfim desligar.

Reviro os olhos, mesmo que um sorriso divertido tenha brotado em meus lábios, sigo olhando o espelho retrovisor e resmungando da velocidade absurda que um sem noção corta por mim e pelos demasiados carros.

Logo a voz de Beck me convida à dúvida e eu pego meu celular com a imprudência de saber que estou dirigindo. Disco o número de Alice no teclado e coloco o celular no ouvido.

Chama e ela não atende. Suspiro assim que a voz divertida de Alice pede para deixar um recado em sua caixa postal. Largo o celular sobre o compartimento frontal do carro e acelero mais um pouco para estar na casa dela. Seu aparelho certamente havia desligado.

Giro o volante para a direita na Blink e já a alguns metros eu consigo avistar a casa em tom pastel de Alice, ao lado a minha em tom delicado. Estaciono meu carro e puxo o freio de mão, em seguida retirando a chave da ignição e saio, acionando a trava de segurança.

Marcho pela rua até me encaminhar rumo à entrada da casa de Alice. Meus passos vão ficando meticulosos assim que meus olhos vão de encontro a fresta da porta, aberta. Eu franzo o cenho e com a mão esticada empurro-a, abrindo-a completamente.

  Eu: Alice! - chamo, recebendo o silêncio em resposta.

Introduzo meu pé direito sobre o piso de madeira, que range decadentemente e adentro a casa dos Dakars. Tento me lembrar de onde estaria o interruptor da sala, porém eu só enxergo o escuro e alguns vultos dos móveis.

  Eu: Alice, é mais uma de suas fantasias? - questiono, deixando até que um sorriso surgisse. - Tipo: quente ou frio?

Ando até a cozinha e mais uma vez, além da escuridão, não identifico ela. Rodo sobre meus calcanhares e encaro as escadas, meus pés me levam a elas, então um por um eu subo os degraus, que levam para o andar dos quartos e o banheiro.

Estando, por fim, em frente ao quarto dela eu giro a mão na maçaneta e empurro a porta. Tateio a parede e acendo a luz, logo analisando o cômodo. Vazio.

Tateio meu bolso em busca de meu celular para ligar para uma das meninas, porém não o sinto. Lembro-me vagarosamente de ter deixado no carro. Esse pensamento me faz ranger os dentes enquanto começo a tomar saída do quarto de Alice e desço as escadas correndo.

O Idiota Que Me Completa | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora