Capítulo 87 | "Alice"

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Imaginei que o carro capotaria, entretanto ele fica atravessado no meio da avenida. Os carros que seguiam Dylan como escolta foram obrigados a parar, e ele socou várias vezes o volante, sabendo que não poderia fazer muito para voltar ao trajeto, pois as sirenes da polícia estavam cada vez mais próximas de onde estávamos.

  Dylan: VIU O QUE VOCÊ FEZ?

Aproveitei o momento e avancei para cima dele novamente, com as mãos em punho cerrado ataquei seu rosto. Tentei golpeá-lo sem parar só que, por ser dez vezes mais forte, Dylan me empurra violentamente para o meu lugar. Gemo pela dor que cresceu em minhas costas.

Eu tinha que ganhar tempo, até a polícia chegar e eles não conseguirem escapar. Então miro meu pé em sua costela e começo a chutá-lo, ouvindo-o reclamar pela dor do ato.

  Dylan: Sua cadela... - ele tenta agarrar meus pés para me impedir, e eu luto com todas as minhas forças para não fraquejar.

  Eu: Eu odeio você! - grito, batendo minhas mãos no vidro lateral da janela.

Com esses movimentos aleatórios, Dylan prende minhas pernas e eu continuo batendo as mãos no vidro espesso com muita força, até sentir as lágrimas cobrindo minhas bochechas.

  Dylan: O QUE ESTÁ FAZENDO SUA IDIOTA?

Então o vidro explode sobre meus punhos e cai estilhaços sobre mim. Respingos de sangue tingem minha camiseta, e eu me apoio na janela. Grito por ajuda e tento me impulsionar para saltar a janela, mas as mãos de Dylan estavam firmes em meus calcanhares.

  Dylan: Você não vai a lugar nenhum. - garante, entre dentes, me puxando de uma vez para trás e me rodando. Avisto quando ele alcança sua arma.

  Eu: Dylan, não! - peço, cobrindo meu rosto com minhas mãos unidas pela corda e ensanguentadas pela imprudência dos socos no vidro.

Somos repentinamente surpreendidos por vários disparos vindo de fora. Elevo minhas mãos sobre a cabeça quando o vidro traseiro é atingido e mais estilhaços caem para dentro do carro.

  Dylan: Merda! - xinga alto, abaixando-se também.

Pelo visto a polícia havia cercado-os, e um tiroteio acaba de ser iniciado.

  Eu: Acaba logo com isso... - peço, já não suportando mais o peso da luta.

Ele não reage. Continuamos ali enquanto a Terceira Guerra Mundial se estabelecia lá fora e pior, não dava para saber quem estava ganhando. Dylan levanta a cabeça para conferir o quão feia estava a situação, e a insatisfação em sua cara me causou um certo prazer.

  Dylan: São muitos policiais... - queria ter comentado para si, mas acaba dizendo alto demais.

  Eu: Desiste dessa loucura, Dylan! - ainda digo. - Não acaba com sua vida assim...

  Dylan: Acabar? - ri amargamente. - As coisas estão só esquentando.

Dessa forma uma correria começa, quando estico-me para ver o que acontecia lá fora. Os tais homens de Dylan estavam em situações divergentes da pior maneira possível, não conseguia vislumbrar limpidamente a gravidade, mas pareciam todos encurralados, sobretudo o próprio Dylan.

  Xxxx: DYLAN, SAI DO CARRO! - alguém grita.

Ele só me olhava. Os olhos de Dylan só posicionaram-se em mim, enquanto nenhuma palavra fora dita por ele até então.

O homem avança sobre mim brutalmente, agarrando meus braços e abrindo a porta do passageiro, tudo em um movimento rápido de insanidade. Grito alto pela dor assim que ele aperta meus pulsos e aponta o cano da arma em minha cabeça.

O Idiota Que Me Completa | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora