O Idiota Que Me Completa | Shawn Mendes

Capítulo 37 | "Alice"

       Quando chegamos na casa de três andares de Noah, eu me perguntei se era uma espécie de pensão. Olhei encolhida para ele, muito receosa em entrar e o mesmo aponta para a garagem.

  Noah: Veja, meus pais estão aqui. - me oferece seu simpático sorriso. - Ou você quer que eu te entregue... - ele faz menção a pegar seu apetrecho no bolso da calça e eu nego, rapidamente.

  Eu: Não. - me adianto. - Não precisa disso, ou vou acabar machucando você igual a última vez.

Noah gargalha.

  Noah: Você é pra casar! - solta, em seguida ele arregala os olhos se tocando do que acabou de dizer e cora violentamente. - Ahn... quer dizer...

  Eu: Tudo bem. - forço um sorriso mínimo, deixando meus pensamentos entrarem em ação. Eu decidiria por não entrar de modo algum.

Acabo me recordando de quando ele me contou na lanchonete que seus pais trabalhavam na mesma empresa que os meus, uma coincidência a parte em relação ao que se sucedeu até aqui. Conforto-me com este pensamento, e decido ignorar o início de uma resistência.

Noah me guia, com sua mão pousada levemente sobre o meio de minhas costas até a porta de sua casa e pega o molho de chaves para poder abrí-la. Ele transparece impaciência quando não consegue acertar a fechadura, me causando um leve riso.

  Noah: Não fomos poucas vezes assaltados! - confessa, e eu transformo minha expressão minimamente descontraída em alerta. - Oh, não. Pode ficar calma. Isso já faz um tempo, agora estamos preparados para o que vier.

Sem entender bem como exatamente eles estariam precavidos com uma situação tão delicada, Noah finalmente consegue girar a chave e abre a porta, enfiando seu corpo para dentro um pouco.

  Noah: Oi? Tem alguém aí? - grita, aguardando a resposta que vem distante, porém dava-se conta de que a casa estava habitada. Ele olha para mim, parada logo atrás dele ainda encolhida. - Vem! Não precisa ter vergonha...

  Eu: Não é vergonha. - interrompo-o. - É só que... eu acho que não deveria...

  Noah: Bobagem! - e simplismente me arrasta para uma sala mobilhadamente sofisticada.

A comparar com o material de cada móvel, a pessoa tinha uma ótima visão de coisas amadeiradas. Estava tudo brilhando - não pude deixar de notar -, como se tivessem feito de propósito ao saber que receberiam alguém. Um lustre estava fincado ao meio do teto, sobre a mesa de centro da sala, me deixando deslumbrada com tamanha riqueza.

Havia uma escada mais lustrosa que qualquer coisa que já vi em minha própria casa, que fazia um lindo caminho supostamente aos seguintes andares da... Eu não poderia chamar aquilo de casa. Parecia um palácio.

  Noah: Minha mãe não admite, mas ela tem mania de limpeza. - comenta enquanto me observa admirando tudo ao redor. - Essa casa era dos meus avós, e eles deixaram de herança para sua filha, que a conserva mais do que a própria vida.

Sorrio.

  Eu: É linda! - digo sincera.

Noah retribui o gesto, se pondo a olhar ao redor parecendo envergonhado. Sem jeito, ele acena para o sofá logo a nossa frente, que parecia ter sido feito por artesãos, e faz menção para que pudéssemos nos sentar.

  Noah: Um minuto, que minha mãe logo se juntará a nós. - anuncia, jogando uma perna dobrada por sobre a coxa.

Eu já havia entregado sua jaqueta, e agora me sentia mais aquecida. Mesmo assim cruzo meus braços sobre o peito e ao olhar para Noah, me pego no questionamento de como exatamente eu havia parado ali, na casa dele, sentada em seu sofá, aguardando sua mãe ou quem quer que seja.