Renata

200 23 2
                                    

O homem é um ser incompleto. Sozinho, é metade. Talvez por isso (e por milhares de outras coisas) sempre busco a parte que me falta. E pode ser loira ou morena, alta ou baixa, Mas deve ser sensível, carinhosa, meio sem juízo...

Renata é dessas mulheres que, por mais que envelheçam, não deixam morrer a adolescente que um dia foram. Sua idade cronológica é 36, a psicológica, 16.

A primeira vez que a vi foi na casa do Vitor, um amigo de infância, durante um churrasco: loira, corpo malhado num vestido justo, olhos sempre buscando algo (ou alguém). Dançava com uma amiga, num molejo de arrepiar. Bateu os olhos em mim inúmeras vezes, mas não me viu. Quando eu criava coragem para me aproximar, com aquela cantada insuperável, ela sentou-se no colo de um sujeito, tascando-lhe um beijo.

Peguei o número da loira com o Vitor, que me garantiu que o cara do beijo não passava de um ficante sem importância, e resolvi atacar:

OI, O VITOR ME PASSOU SEU NÚMERO. VOCÊ É LINDA!

Ela foi super simpática, retribuiu o elogio quando viu minha foto do perfil e mandou outras fotos suas, mais lindas (e ousadas). Marcamos um encontro no fim de semana e a levei a um barzinho que ficava num posto de combustível. Bebemos até alta madrugada, quando resolvemos ir para um lugar mais sossegado. Abri a porta do quarto, cavalheiresco, e Renata entrou sem cerimônia. Colocou uma música alegre e serviu cerveja num copo para dois. Depois subiu na cama e, dançando com sensualidade, tirou o vestido. Foi a noite de amor mais tórrida que já vivi!

Repetimos a dose inúmeras vezes, sempre aos fins de semana. Havia um fogo intenso dentro de mim e bastava tocar a pele daquela mulher para incendiar completamente. Certa noite, depois do sexo, Renata descansava em meu colo. Estava nua e a pele transpirava desejo! Foi quando eu disse baixinho, ao seu ouvido: Eu amo você!

Aquela foi a última vez que a vi.

Os Amores que ViviOnde histórias criam vida. Descubra agora