Ur mine {l.s} [Psycho!Louis]

14

Harry não sabia quanto tempo havia se passado, ele não havia contado, mas ele e Louis agora estavam bem próximos, eles passavam o intervalo juntos e estavam mais felizes do que nunca. Louis era totalmente atencioso, desde aquele beijo ele havia lhe dado flores, quatro vezes em uma só semana, o alimentava sempre que podia e levava o menino de carro para a escola. As vezes ele achava exagerado, achava que Louis estava criando uma certa posse sobre ele, pois desde então não havia falado muito com seus amigos. Ou talvez seja só, paranoia sua.

Harry estava insistindo para Louis fosse conhecer sua família, jantasse e conversasse com eles, por mais que Louis o levasse e buscasse em sua casa para a escola, ele nunca teve contato com sua família, agora sua mãe havia trocado de emprego e saía de casa antes de Harry acordar, para chegar somente de noite.

- Louis, eu te imploro, por favor, vamos conhecer minha família - Ele implorou no carro enquanto ia pra sua casa - Desde que você sabe quem morreu daquela forma, minha mãe anda tão preocupada.

Steven morreu, havia 8 dias, ele estava voltando durante a madrugada de um bar e foi assaltado, as câmeras mostram que ele reagiu ao assalto e o criminoso agiu de forma violenta, o golpeando na cabeça diversas vezes até que ficasse inconsciente, e então, foi arrastado até uma ponte do outro lado da rua e amarrado de cabeça pra baixo pelos pés. E então ele ficou ali, até acordar depois de alguns minutos e se desesperar. O criminoso observava e apontava para a corda em seus pés, indicando que quanto mais ele se mexesse, mais rápido ele cairia, e ele estava amarrado, iria afundar. E foi o que aconteceu, desesperado para fugir e sobreviver ele se mexeu até que caiu. Seu corpo foi encontrado depois de uns dias, o enterro já passou e Harry nem fez questão de ir, ele sabia que mesmo ele sendo enterrado, o assunto não iria ser tão cedo esquecido.

- Pequeno, ele é um criminoso qualquer, sua mãe logo irá esquecer disso.

- Mas a gente está juntos faz um tempo, não namoramos é claro, mas estamos nos relacionando de forma séria.

- Não vejo motivos disso ocorrer tão cedo.

Harry já não iria mais argumentar, se sentia intimidado por ele, e nunca havia chegado a irritar seu companheiro, então não sabia de qual forma ele reagiria.

Um silêncio se instalou por alguns segundos antes de Louis pegar seu celular e digitar em seu celular, o garoto ao lado nem fez a mínima questão de ler ou perguntar o que era, por mais que seu inconsciente teimasse em sentir uma pontada de curiosidade.

- Acho que deveríamos ir pra minha casa, sua mãe nem sua irmã chegarão na sua casa tão cedo, e eu não quero ficar sozinho - Sorriu de modo falso, como se quem quisesse algo, e Harry de alguma forma gostou disso.

- Não vamos demorar, tudo bem? - Garantiu Harry, ao mesmo tempo aceitando a ideia e pondo novamente seu cinto de segurança.

Louis somente sorriu e pisou no acelerador, fazendo toda a paisagem da rua de Harry sumir aos poucos. Durante o caminho, o cacheado olhava com atenção para tudo, tentando gravar em sua mente cada detalhe para chegar até a casa de seu amado quando precisasse.

Logo Harry reconheceu o lugar aonde estavam, na mesma rua em que ele fez o caminho até a mansão escondida no meio dos matos. 

- Sabe, é engraçado que uma vez eu passei por aqui de bicicleta e não vi nenhuma casa além de uma mansão - Sorriu com a indireta no ar - Você deve morar bem escondido.

- Tenho meus motivos - Sorriu de um modo perverso para o cacheado que sem entender o teor da resposta, apenas sorriu junto.

O restante do caminho foi calmo, o cacheado parou de olhar pro lado de fora para encarar o porta-luvas, que o chamava a atenção, claro que isso já havia acontecido antes mas ele ainda sentia uma imensa vontade de abri-lo. Uma coisa era certa, ele mal sabia sobre Louis e por mais que sentisse as vezes como se já o conhecesse, ele sentia como se ele fosse um mero desconhecido.

Quando voltou a realidade, seu companheiro estava saindo de dentro do carro e notou estar dentro de uma garagem. Eles estavam dentro da mansão escondida na floresta? Por que não havia prestado atenção no fim do caminho?

Saiu do carro e fechou a porta com delicadeza enquanto Louis se colocava em posição dominante à sua frente, de uma forma estranha para ele.

- Styles, seja muito bem-vindo a minha casa.

Sorriu de modo tímido e abraçou com leveza o amado, que não mudou sua postura.

- Ela é deslumbrante por fora - Disse, como um convite para que fosse levado para ver o interior da casa, nunca havia entrado numa mansão, era incrível.

Em um flash a cabeça de Harry o levou a um pensamento incômodo. Deveria comentar sobre o evento que o intrigou quando veio de bicicleta até essa mansão? Deixaria o clima estranho? Valia a pena? Talvez não.

Louis pegou em sua mão e o levou para a entrada da mansão. Ambos sentindo e apreciando o toque, pele com pele em um pequeno carinho. Louis tinha ideias, e Harry só estava animado em conhecer a casa do seu amado, talvez isso o levasse a um caminho de o conhecer melhor. Mas era evidente que todas as pistas que ele poderia ter, já haviam sido escondidas no momento em que seu amado planejou o levar ali. Estava tudo limpo. Ou quase tudo.

Já haviam visitado alguns cômodos na enorme casa, quase toda a parte exterior e Harry estava de boca aberta, ele não sabia como reagir, ele não sabia nem o que falar. Era claro que Louis tinha dinheiro, mas ninguém o avisou o quão rico ele era... Por deus, ele tinha um diamante enorme como arte no seu quarto, tirando outras hipérboles. 

- Você não se sente sozinho em morar aqui? Sabe? Sem ninguém para poder compartilhar. - Disse na inocência, não como um pedido para morar naquele lugar.

- Eu acostumei, nunca tive muita companhia. 

- E sua família? - Perguntou de olhos curiosos, com suas mãos tímidas segurando as mãos fortes do homem ao seu lado enquanto caminhavam em direção a outra garagem.

A casa havia duas garagens, uma bem na entrada aonde ficava seu carro casual, que sempre usava. E outra, que abrigava apenas seus carros de coleções que tinha saída para os fundos.

- Prefiro não falar sobre meus assuntos pessoais - Frustou o menino de olhos curiosos que murmurou um simples "tudo bem".

Mais alguns passos a frente, adentrando a garagem de carros colecionáveis, o silêncio instalado foi quebrado por Louis.

- Eu tenho uma pequena surpresa pra você, hazz.