Capítulo VII: Nasce o Conquistador de Nações.

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É absolutamente impossível fugir da fúria da criatura Muriel, muitos pensaram, afinal Lahar e seus novos companheiros, ou melhor, dizendo subordinados estavam bem no meio de seu território no mar de Arion. Ela projetou o corpo para fora da água, todos se assustam com sua medonha aparência que era exatamente como diziam, um deles claro pirata antigo já havia a visto e não tinha boas lembranças, acreditou que dessa vez não escaparia com vida, entretanto Lahar empunhou sua espada e manteve uma postura de ataque ameaçadora diante da criatura que naturalmente não se intimidou em curva-se preparando o bote, mas o ágil conquistador pulou rapidamente para trás junto dos demais; o navio sofreu um grande dano causado com o abocanhar grandioso.

Criaturas grandes são fortes e havia uma técnica da arte do conquistador que podia suprimir sua força e já testemunhamos o ato dos dois conquistadores em Scarlat, então de forma sensata, mesmo que sozinho Lahar tentou fazê-lo novamente saltando para trás da criatura, mas impossível segurar na criatura escamosa molhada e ele escorregou caindo ao mar onde ele pôde ver o resto do corpo gigantesco e o final da cauda de Muriel.

Os selos que guardava já não eram mais úteis, estavam molhados, mas suas escrituras eram feitas com o sangue e era disso que precisava, ele usou sua espada para fazer um corte em sua mão esquerda e tocou na cauda de Muriel que acabou por virar o navio e parte dos tripulantes caíram no mar, mas o cântico de selamento já estava sendo iniciado pelo conquistador e a criatura cada vez mais fraca, mas ainda assim atacou os tripulantes que afundavam se alimentando com eles inclusive aquele que já a conhecida. Mais sangue muito mais do que deveria foi usado para acelerar o processo de selamento e salvar o resto de sua tripulação, mas com isso a criatura Muriel perdeu sua aparência monstruosa, que aos poucos transmutou de volta em humana, ao que por fim sua cauda se tornou um par de pernas. Lahar estava quase sem forças e usou do que lhe restou para reerguer o navio, mas nada lhe sobrou para resgatar os tripulantes, porém foram resgatados por Casimir, que também o auxiliou de volta ao navio. Segundos depois Lahar ordenou a Camimir que resgate-se Muriel, mas ele hesitou.

— É uma ordem! — esbravejou Lahar. Pouco tempo depois ele se encontrou a sós com a humana Muriel e em suas primeiras palavras a ele ela lamentou. — Minhas desculpas... Pela sua tripulação! Eu não podia me controlar!

—Não há problema.

— Mas você está ferido por minha culpa! — ela retruca. — Além disso, a técnica que usou em mim... Bem é que eu... Quero que me mate! A verdade é que cometi um grande erro no passado por amar um homem que não deveria ser meu e paguei com um valor alto, muito maior do que minha vida, mas a vida de muitos homens que navegam por aqui e por tanto tempo tenho ficado sem controle e sempre faminta, mas não sinto mais isso e sei que meu tempo já se foi essa não é a era em que eu deveria existir, então peço, por favor, para que destrua comigo esse sentimento de culpa.

As palavras de Muriel tocaram o remanescente da bondade e misericórdia no coração de Lahar que sem pestanejar lhe atingiu com um golpe de espada no peito e a jogou de volta ao mar onde foi seu lar por um bom tempo, mas dessa vez ela não seria a criatura devoradora de homens, mas uma jovem que descansava após a morte. Ao anoitecer Lahar se viu de pé na proa de seu navio admirado com o que havia à sua frente, sua face cheia de satisfação.

Um novo amanhecer, parecia cheio de vida assim como Lahar, os ventos sopravam sobre seus agora curtos cabelos, os raios de sol refletiam no dourado de sua bela e magnífica armadura de arrojado modelo élfico que lhe cabia perfeitamente ao corpo; o vermelho da bainha de sua espada em suas costas se destacava assim como em seu cinturão estava uma adaga em seu lado esquerdo. Ao expandir a visão o navio do conquistador era seguido não por um ou dois, mas centenas de navios o seguiam, todos erguendo a bandeira vermelha que estampava um círculo dourado e em seu centro duas linhas curvadas que pareciam serpentes, o símbolo conhecido por muitos como símbolo de terror e opressão, o símbolo que anunciava a chegada de Lahar, O Conquistador de Nações.

Lahar, O Conquistador de Nações: Livro Um, Draconis (VERSÃO BETA).Onde histórias criam vida. Descubra agora