❁ 07 ❁

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— Eu estou indo para o Canadá.

Finn resmungou mais para si mesmo assim que entrou dentro de casa, ele havia andando quilômetros até chegar ali, ele tinha colocado essa ideia na cabeça mais ou menos pela metade do caminho, ele tinha passado entre uma loja de tacos e uma sorveteria. Bem, ele parou em ambas e até chorou comendo uma taça enorme de sorvete, a atendente riu dele, e depois pediu desculpas por não tê-lo conhecido de inicio, ele nem ao menos se importou, apenas continuou chorando e se empanturrando de sorvete, até pegar o celular que até então não parava de vibrar no bolso da calça. Ele o desligou antes mesmo de olhar as horas, provavelmente ele estava mais ferrado do que poderia imaginar, porque primeiro, ele havia saído no meio das gravações do clipe e segundo, ele havia empurrado Millie ao chão depois de ser beijado por ela, era só tê-la beijando de uma vez e terminado de gravar. 

Mas aparentemente ele não o conseguia, não por que ele não gostava dela ou algo do tipo, era porque ele não conseguia se imaginar beijando outra pessoa, ele estava triste e tinha um grande e estrondoso motivo, e Finn havia sido cego de mais para perceber antes que fosse tarde de mais. E quando chegou em casa, suado e com galhos no cabelo, ele avistou sua mãe sentada no sofá assistindo alguma coisa, e quando ele disse as palavras de modo baixo, e continuou subindo as escadas, ele percebeu que ela o seguia, dando de ombros ele entrou no quarto que pertencia a ele, logo procurando por uma mala e abrindo o armário. 

  — O que você quis dizer exatamente com "estou indo para o Canadá"?— A mulher estava escorada na porta com uma feição de questionamento, enquanto olhava o filho fazer as malas, sua voz estava calma e ela havia feito aspas com os dedos mesmo que Finn não estivesse prestando a devida atenção a ela. 

— Exatamente o que a frase quer dizer. — Respondeu ele, colocando as roupas de qualquer forma dentro da mala. — Estou indo para o Canadá e não sei quando volto. — Findou a frase terminando do fechar a mala. Finn havia colocado qualquer coisa lá dentro, ele fez tudo de modo automático, ele não tinha ideia do que estava levando e nem ao menos sabia porque estava levando, talvez fosse para dar a sensação de não estar indo de mãos vazias ou algo do tipo. Quando pôs a mala no chão ele olhou para a mulher a sua frente que ainda tinha os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas. 

— Você não vai para o Canadá Finn.— A mulher disse rindo e ajeitando os fios de cabelo. 

— Essa encenação foi muito engraçada querido, agora você pode guardar suas coisas no lugar.— Ela limpou a lágrima do olho e desmanchou a pose severa se aproximando do garoto e passando a mão por seus fios bagunçados. 

— Eu não estou encenando mãe, eu realmente estou indo.— Finn disse sério e ela parou de rir olhando nos olhos dele voltando a endireitar-se na posição que estava. 

— Como assim querido? 

— Eu estou indo para o Canadá, isso não parece claro? — A voz do menino era cansada assim como sua aparência, a mulher tentou se aproximar mais uma vez do garoto mas ele afastou-se do toque da mesma. 

— Não pode simplesmente sair do país e ir para o outro querido.— Murmurou ela sentando-se a beirada da cama. — Sabe como não é fácil assim, venha sente-se aqui. — Ela deu uma batidinha ao lado e esperou com que ele se sentasse ali, Finn largou a alça da mala e sentou-se ao lado da mulher aos suspiros. 

Ela o abraçou de lado, retirando os fios grudados de suor em sua testa, Finn tinha o coração acelerado e resquícios de lágrimas em seus olhos, ele estava uma bagunça e isso doía nela, por não saber o que acontecia com seu menino, Finn não diria nada ela sabia disso e então apenas o manteve em seus braços enquanto dizia a realidade que ele não queria ouvir. 

  — Não é tão fácil assim querido, você não pode simplesmente ir para o Canadá.— Continuou a dizer enquanto ele bufava, mas sem se afastar. 

— Mas eu sou famoso e nasci lá.— Disse manhoso o que fez a rir, e se afastar do garoto para olha-lo nos olhos. 

— Você tem compromissos também, não pode sair assim e deixar as coisas de lado. 

— Então eu me demito, fácil. 

— Não é tão simples assim querido. 

— Nada nunca é simples.— Ele resmungou deixando o corpo cair para trás na cama, suspirando Finn trouxe um de seus travesseiros para perto e sentiu-se mal, porque aquele maldito ainda tinha o cheiro de Jack, e de repente tudo começou a ter o cheiro de Jack, e Finn queria se sufocar naquele quarto até que não sobrasse mais ar para respirar, ele não entendia a complexidade das coisas, foi por isso que ele levantou-se da cama e arrumou a roupa antes de buscar a mala e descer as escadas. 

  — Você nem ao menos tomou banho.— A mulher disse audivelmente e ele voltou resignado aos suspiros em direção ao banheiro, bom aquilo era um bom sinal, ele ia para o Canadá e nem precisava de um sim legitimo e bem, ele iria de qualquer forma, nem que tivesse que se enviar. 

No chuveiro Finn pensava o quão estupido ele parecia estar sendo, ainda mais quando entrou de roupa no chuveiro, e molhou o celular, bom ele não ia ter outro pelos próximos meses, e bem, ele não precisava de internet ou redes sociais, ele precisava de uma pessoa e quanto mais isso fazia sentido em sua mente, mais ele percebia o quanto era idiota por ter deixado Jack ir, ele poderia ter socado o próprio rosto, mas ele era péssimo com isso, e terminado o banho ele decidiu que estava indo para o Canadá, para acertar as coisas com a única pessoa que ele queria por perto naquele momento. Finn estava ferradamente apaixonado e com um sorriso no rosto ele pensou que não era algo tão ruim assim. 

Fillie is Real ➳ fackOnde histórias criam vida. Descubra agora