De Rosie para Karina
Encontros de Outro Mundo (minha noite de amor esquecida com um ET)
Chovia havia dias, as estradas estavam cheias de lama, o ar com aquele cheiro de Mato molhado. Não sabia bem porque estava ali, talvez devesse ter dito não a elas, mas não, eu tinha que ser legal, afinal eu era a novata ali.
Diana caminhava por entre as árvores, sempre a líder e talvez a vadia maior. Teríamos que passar a noite acampando. Luísa logo atrás dela. Sempre falante. Deixe me apresentar, meu nome é Cissa e eu sou nova na cidade. Minha mãe é militar e viemos morar aqui, em Varginha há algumas semanas.
Diana e Luísa são irmãs e filhas de uma das colegas de trabalho de mamãe e se incubiram de me fazer sentir bem vinda. Não sei onde, já que acampar num terreno molhado, caminhar no barro e ter que ir para o alto de um terreno íngreme não me faz sentir bem vinda, apenas idiota.
Finalmente chegamos e após montar a barraca, grande o bastante para nós três, Diana e Luísa acenderam uma fogueira e confesso que comecei a me sentir bem. Comer marshmallows assado, churrasquinho e beber seria ótimo.
Algumas horas depois eu confesso que estava me divertindo e muito, empanturrada de tanto comer, levemente bêbada, e contando lendas urbanas com as meninas, eu estava convencida de que morar ali seria até legal.
Levantando meio trôpega, caminhei risonhamente até uma árvore mais afastada para fazer xixi, Diana gritando para que eu não me sujasse, levantei o dedo do meio para ela. Vaca.
Estava ali me aliviando quando ouvi um farfalhar atrás de mim e virando minha cabeça o que vi me fez cair sentada em cima do meu próprio xixi. Um corpo esguio, altura desproporcional a minha com olhos levemente brilhantes, brilhantes demais para alguém normal, me olhava, enquanto se aproximava como se flutuante no ar. Assustada e gritando eu levantei e tentei correr. Caindo por vezes no processo.
Chegando perto das meninas, tentei alertá-las mas era tarde. Outras formas iguais nos cercavam.
Perdi os sentidos ali mesmo. Não tenho lembranças daquela noite, apenas flashs de mãos me tocando, vozes falando e luzes.
Acordamos na manhã seguinte dentro da barraca, e era como se a noite e o "encontro" nunca houvesse acontecido. Mas eu sabia bem que haviam. A marca em mim e nelas não daria para esquecer.
Ouço um gritando e volto a realidade. E a vejo, ali correndo por entre as árvores, mais rápida e fluída. Minha filha Denise. Concebida naquela noite 5 anos antes, mesmo eu sendo virgem e permanecido virgem até antes do seu nascimento.
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Amigo Oculto Literário 2
ContoSorteio entre amigos do grupo do Whatsapp ajudando escritores, em que cada participante recebe em sigilo o nome de outro a quem deve presentear com uma one shot.