Capítulo 16

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Estava amarrada a uma cadeira quando finalmente acordei. Dessa vez em uma sala diferente, mal iluminada, sem janelas e desprovida de qualquer coisa a não ser a cadeira que estou sentada. Aparentemente, não estou mais no hospital, porém, lugar ao redor não me dá nenhuma pista de onde eu possa estar.
Tentei mexer meus pulsos, as cordas estão amarradas muito forte, fazendo uma linha vermelha quase sangrenta ao redor.

Não faço a mínima de ideia de quem me prendeu aqui, mas quem quer que seja, devia saber que apenas cordas não iam me prender em lugar algum. Tentei usar magia para fazer os nós afrouxarem, minha surpresa ao ver que minha magia não estava funcionando me pegou desprevenido. Teria que falhar logo agora? Tentei mais uma vez, esperei... Nada.

- Droga... - xinguei baixinho - Tem alguém aí? - chamei, dessa vez em voz alta. - O que quer comigo?

Recebi nada mais, nada menos que o silêncio em reposta. Bufei frustrada. Passaram-se horas, até que a porta se abrisse e alguém entrasse. Era a "doutora" Danika, se é que esse é realmente o nome dela.

Ela entrou vagarosamente na sala, batendo a porta fortemente atrás dela. Sua expressão irritada fazia seu rosto parecer mais velho do que realmente era.
Por mais que eu quisesse encher ela de perguntas assim que a porta abriu, eu esperei calada ela iniciar a conversa.

- Olá, Melanie - ela se aproximou de mim e parou estando apenas há uns dois passos de distância.

Não respondi, apenas a encarei imaginando todas as barbaridades que eu faria com ela assim que saísse daqui.

- Vejo que não é de falar muito, então vou ser direta ao ponto - se aproximou mais um passo. - Sou Danika, uma bruxa do clã de Salem. Fui encarregada de fazer você vim comigo...

- Você quer dizer, foi encarregada de me sequestrar - disse, seca. - E o que vocês fizeram com minha magia?!

- Sim, tanto faz... Sua magia não funcionará aqui, fizemos um feitiço de bloqueio no local - ela balançou a começa dando a entender que não estava nem aí para os métodos que tinha usado para me trazer aqui e que não estava nem aí para minha magia. - Você já deve ser que estamos aqui para libertar nosso Senhor e libertamos, mas...

- Vocês o quê? - minha surpresa foi tão grande que teria caído da cadeira se não estivesse amarrada. - Mas vocês precisavam de mim pra liberta-lo!

- Não, querida. Precisávamos do seu sangue para libertar nosso Senhor e conseguimos quando você foi na casa de Tenebris, na sua briga com ela, você foi embora sem levar o frasco de sangue e a mecha de cabelo.

- Se vocês já o libertaram o que ainda querem comigo? - dessa vez eu estava intrigada.

- Nosso Senhor ainda não está na sua forma corpórea, ele precisa fixar sua alma em um humano, ou melhor dizendo, possuir um humano para ficar em pleno poder e nos governar.

- E você precisa de mim para fazer isso? Deixa eu advinhar, precisa de mais sangue?

- Não do seu sangue, e sim da sua magia, você é a primogênita de Lúcifer e o nosso Senhor é criação do seu pai. Você tem um elo com ele, mesmo o mínimo que seja, e sua magia vai ser como uma âncora para trazê-lo permanentemente a esse mundo.

- Não tenho elo algum com o seu Senhor, você está enganada - disse, desacreditando do que a tal bruxa estava me falando. Era só o que me faltava, já tive um elo com Asmodeus e agora um elo com o Anticristo? - Que tipo de elo? - perguntei, mesmo desacreditada.

- Só sua magia pode âncora-lo na terra definitivamente.

- Por que? - perguntei, mesmo que Danika tenha me dado uma explicação breve, eu precisava de mais para entender aquilo.

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