Dark - A Tormenta

Capítulo 2

Melanie

O vento está mais forte aqui fora, as árvores balançam selvagemente e algo está espreitando entre as sombras, eu tinha que responder o chamado, tenho que saber o que ele quer, o que isso quer.
Me aproximo de uma árvore e espero. Nada acontece.

Se passaram horas e continuo com a mesma sensação, mas eu não posso sair daqui ainda, o vento ainda sussurra meu nome e não posso negar que isso está me atraindo, eu não posso fugir, não tenho medo de ficar.

– Onde você está? — eu grito.

Nada parece me responder, mas as sombras se inquietam, o vento ruge meu nome mais forte posso até ouvir as sílabas se juntando para formar meu nome, o gramado balança levemente e escuto uma coruja  alçar vôo distraidamente.

– O que quer de mim? — grito novamente, exasperada pela falta de respostas. Não ouço retorno.

Eu não posso está ficando louca, eu não posso está ficando louca. 

Me jogo no gramado e deito no chão entrando em desespero, me encosto em uma árvore e ouço o vento se acalmar. Eles não estão mais chamando por mim, ou sou eu que não estou mais delirando?
Fico olhando para a escuridão entre as árvores absorta em meus pensamentos, tudo parece me chamar e eu não sei para onde ir, então fico.

***

Alguém sai de trás das árvores, uma mulher... Ou seria um homem? Está tão escuro, não dá para saber. Seja o que for, está caminhando em minha direção rapidamente, como se tivesse pressa em voltar logo de onde saiu. Eu me levanto num sobressaltado e vou ao seu encontro.

– Quem é você? — eu pergunto quase num sussurro, com medo de falar alto de mais e a coisa fugir sem me dar explicações.

– Aquela que sussurra seu nome — é uma mulher, agora tenho certeza, sua voz é suave como seda, e quando ela chega mais perto de mim tudo parece está no seu devido lugar, tudo para, tudo vive... É como um fenômeno místico ou algo divino. É indescritível.

– O que você quer de mim? — pergunto tão baixo que penso que ela não ouviu então ela sai um pouco mais das sombras e consigo ver cada detalhe dela. Ela é jovem mas tem seus cabelos brancos caindo sobre o capuz negro que usa, sua face é delicada e seus olhos são como nuvens de tempestade, ela é pequena mas isso não deixa de provar o quão forte ela aparenta ser, com certeza ela não é humana, suas feições deixam isso muito claro. Resta saber o que ela é.

– Não quero nada de você — ela diz e suas palavras parecem se misturar com o vento calmo, é inebriante.

– Eu não entendo — falo pausadamente, e depois continuo – Então porque me chama?

Ela me olha nos olhos e simplesmente não posso desviar meu olhar, não posso correr, nem fugir. Eu deveria está aqui.

– Nem sempre sou eu — ela diz apenas isso.

– Por que está aqui?

– Porque me chamou — ela diz.

– Eu quero respostas se não vai responder minhas perguntas então por que está aqui?

– Para alerta-la — ela se aproxima e sinto um arrepio até os ossos. Ela está séria.