13| o problema de estar sempre lutando

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Você não era calmaria. E sim, turbulência...

| 24/04/2016

Laura tentou entrar no meu quarto. E eu não abri. Você também. Até o Mateus. E quando deu a noite, e todos tinham ido dormir, e você ido embora, eu fui comer algo. E no meu sofá, com uma garrafa de cerveja pela metade, estava você, assistindo TV, Bernardo .

Você me olhava enquanto eu andava pela casa.

— O que é isso? — indagou, quando me viu mexendo em um macarrão instantâneo.

— Macarrão. — respondi, pondo ele para ferver. — Você quer?

Você levantou do sofá e se aproximou da cozinha. Ficou encostado no balcão.

— Quero — concordou.

Eu concordei e abri mais um e coloquei para ferver. Não olhei para você enquanto arrumava nossos pratos, eu fui até onde você estava e roubei a sua cerveja. Bebi-a toda, e quando a coloquei de volta no balcão, vazia. Você tinha um sorriso.

— O que você está fazendo aqui, Bernardo? — especulei, ficando ao seu lado.

Você não me respondeu logo de primeira. Nosso olhar estava no fogão.

— Eu não gosto muito de ficar em casa, Ayla — respondeu.

Encarei você, Bernardo. Quis saber o que você estava querendo dizer. Queria poder entender mais de você.

— Acho que você já deve ter visto o meu pai — ponderou. —, ele é muito controlador... Depois que a minha mãe morreu, isso piorou.

Não entendi direito o porquê de você estar falando isso. Logo comigo. Nós não éramos próximos, nem amigos, e não tínhamos nada. Parecia que, remotamente, você confiava em mim.

— Por isso eu tento dar o mínimo de satisfação possível para ele, para ele não me influenciar ou tentar...

Eu balancei a cabeça, interessada.

— Ele investiu muito dinheiro na faculdade, ele meio que tenta se aproximar de mim, mas de um jeito estranho. — Você deu de ombros. — É como se ele tentasse comprar tudo ao redor dele. Tudo o que ele não pode controlar, ele compra.

— Eu... Hm... — Não sabia o que dizer.

O que eu podia falar para você, Bernardo? Você tinha problemas com o seu pai, eu também tinha com os meus. Mas eram problemas distintos.

— Só falei isso para você saber que você não é a única a ter problemas familiares. Não precisa ficar com vergonha disso. — Balancei minha cabeça, concordando, e fui arrumar o macarrão.

Coloquei o tempero, e desliguei o fogo. E nos servi. Coloquei o seu prato na mesa, você pegou outra cerveja na minha geladeira, e nos sentamos.

— Ele era muito violento... — disse, enquanto comíamos. — Nunca soube se era o jeito dele, ou como ele foi educado, mas ele era muito violento.

O que Restou de NósOnde histórias criam vida. Descubra agora