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Se nós, mulheres, protegêssemos tanto uma a outra como os homens, o mundo seria nosso em pouco tempo.
| 16/07/2016
Eu não tinha ficado de dependência em nenhuma das minhas matérias. E por isso, minhas férias começaram antes do que às dos outros, e eu a aproveitei, eu passei alguns dias na casa da minha mãe.
Ela me contou que estava saindo com um homem que tinha conhecido na igreja. Minha mãe merecia ter algum tipo de aventura, e eu a apoiei. Ela prometeu que iria ir para a minha cidade passar algum tempo comigo.
E você, Bernardo, parecia ter entendido o que eu queria que você fizesse. Nos dois meses que se seguiram depois daquela nossa conversa, você tinha me esquecido. Você me cumprimentava quando eu passava no corredor, ou quando vinha na minha casa. E era só isso, você não conversava comigo. E eu gostava. Mesmo você não conversando comigo, eu sentia os seus olhos em mim...
Tobias e eu nos víamos, às vezes. Ele era muito ocupado, e eu respeitava isso. Ele já tinha vindo jantar comigo, Laura e Mateus. E numa noite, que tínhamos marcado de sair, e eu já estava pronta esperando por Tobias, você chegou à minha casa, Bernardo.
Eu já tinha ligado três vezes para Tobias, andava de um lado para o outro com o celular na orelha. Mateus e Laura estavam fazendo crochê. Eles tinham começado a assistir vídeo aulas no youtube, já tinham feito até uma touca para mim.
— Ele deve ter pegado um trânsito — comentou Mateus.
Ele era legal. Tirando a parte que, às vezes, falava muito.
— Não tinha tanto trânsito assim. — emendou você, Bernardo, dando de ombros.
Eu encarei a sua nuca, estava atrás de você. E bufei. Se eu tivesse algo em mãos, eu tacaria em você.
— Obrigada por me iluminar, gênio — resmunguei.
Deixei o meu celular na mesa, e peguei uma cerveja. Abri e bebi. Enquanto caçava algo para comer, eu escutei o meu celular tocar, e saí aos tropeços para pegar ele.
— Eu juro que não dei um bolo em você — Tobias disse.
— Você está 1 hora atrasado — esclareci. —, se não for bolo, é o que?
— O delegado titular intimou para que todos fossem para a delegacia, estamos em uma operação, princesa — explicou, suspirando.
Eu suspirei também.
— Tudo bem, Tobias... — exclamei, sentando e bebendo. — Só toma cuidado, ok?
— Me desculpe, Ayla! — pediu. — Eu, realmente queria ver você... Eu tenho que ir, já estamos partindo.
