Capítulo 22- Barzilai.

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  Jensen acorda totalmente tonto no mesmo lugar em que Aída havia estado à pouco tempo. Não enxergava muito bem nada a sua frente, mas tentou caminhar até Muriel que estava imóvel no chão. Uma poça enorme de sangue cobria sua cabeça, Jensen então o virou e na esperança se achá-lo acordado, Jensen clamou por seu nome, mas havia sido em vão, Jensen fez isso duas vezes, até que percebeu que o mesmo havia morrido, sua própria afaga havia sido enfiada em sua garganta friamente. Jensen então largou Muriel, suas mãos sujaram de sangue, ele podia sentir o gosto. Então correu até Leana que parecia ainda se mexer. Jensen de aproximou e virou Leana na esperança de ainda vê-la respirando, ela estava muito mal, seu rosto estava completamente coberto por sangue, ela parecia não conseguir falar. Jensen então à carregou nos braços até chegar em sua casa. Depois de tratar de Leana e deixá-la descansando, Jensen buscou ar fresco na praça da cidade, mas tudo parecia tão obscuro na sua cabeça que ele não conseguia ficar tranquilo, várias vozes o chamando, clamando por ajuda em uma lamúria eterna, tudo aquilo somente ia piorando.

  Longe dali um jovem caminhava sobre as ruas e sobre a névoa fria, Johny parecia estar com pressa, seus passos eram mais rápidos e fortes. Logo entrou em um beco, com uma porta no final. Johny então bateu levemente na porta, sua madeira era tão velha que estava prestes à se partir, o muro da casa era totalmente velho e seu reboco já havia sido perdido. Depois de alguns segundos a porta se abriu. Um velho segurando um charuto estava ao pé da porta, um imenso cheiro de tabaco invadiu o beco.

-Como descobriu esse local? - Perguntou o velho, sua voz era rouca e totalmente áspera.

-E isso importa?

-Importa, se não quiser perder a cabeça! - Disse o velho retirando rapidamente uma lâmina bem afiada do sinto da calça. - Esta é uma faca especial, está vendo isto? É banhada com água benta todos os dias, mergulhada em sal grosso, sabe o que vai acontecer se esta beleza entrar em contato com sua pele, cria de demônio maldita! - O velho não parecia estar de brincadeira, a faca realmente queimava levemente o queixo de Johny que se afastou.

-Sabe que não te farei nada, na verdade preciso de seus serviços. - Disse Johny passando a ponta dos dedos na nova cicatriz no queixo.

-Não trabalho para demônios! - Disse o velho dando de ombros.

-Nem mesmo se receber a cabeça de um dos príncipes do inferno de prêmio?

O velho se interessou rapidamente na proposta de Johny.

-Não creio que estes perdam tempo aqui, devem ser apenas alguns demônios que saíram do inferno por engano.

-Não não são! O próprio Asmodeus anda pela terra agora mesmo. - Johny parecia sério no que dizia, mas arrancou uma imensa gargalhada do velho.

-Não brinque comigo garoto!

-Então venha comigo e veja você mesmo.

O velho se impressionava com a convicção que Johny parecia ter, então vendo o que talvez aquela proposta poderia lhe trazer, o velho convidou Johny para entrar em sua casa, apagando o círculo de sal grosso em volta da porta. A casa era bem velha, uma mancha imensa de umidade estava bem no teto da sala, vários crucifixos estavam pregados nas paredes, juntamente com sal grosso na janela, Johny se sentia sufocado em tal lugar.

-Vamos aos negócios! - Disse o velho se sentando em uma cadeira de madeira, e banhando sua adaga em água benta.

-Como eu disse, Asmodeus está vagando na terra, e sabemos que você, é o único caçador de demônios que restou desde de a guerra de Belzebu.

O velho parecia orgulhoso com o comentário de Johny.

-E o que ganharei em troca desta vez?

-Ganhará a cabeça de Asmodeus, e a proteção de Lúcifer.

-Não preciso da proteção dele para sobreviver, mas saiba que desejo a cabeça de Asmodeus mas do que um dia desejei a cabeça de Belzebu. - O velho parecia convencido.

-Temos que partir o mais rápido possível. - Disse Johny.

-Antes de mais nada demônio, nunca pensei que voltaria a essa maldita vida, mas quero que de agora em diante me chame de Barzilai.

Barzilai, o antigo caçador de demônios, assassino de Belzebu, o mesmo se aposentou após a morte de seu irmão mais novo na guerra do inferno. Johny sabia muito bem da história do velho, e isso simplesmente o encantava, ele nunca assumiu seu posto de demônio como filho de Lúcifer, tudo que Johny queria era que a guerra acabasse antes mesmo de começar. Barzilai então aprontava todas as malas, todos seus apetrechos estavam lá, desde os mais frágeis aos mais perigosos. E mesmo que Barzilai soubesse dos riscos algo dentro dele tinha total vontade de sentir tudo aquilo novamente, como um vício.

  Quando Barzilai e Johny caminhavam pelo beco, algo no final os atalhou, era Mamom. Desta vez com um corpo completamente diferente, um homem alto e forte, talvez escolhesse aquela casca com algum motivo aparente.

-Não vai à lugar algum Johny! - Gritou Mamom se aproximando. - Você é um traidor e deve ser morto, aliando se à este verme, ou será que esqueceu que ele mesmo assassinou o servo mais importante de seu pai?

Barzilai pareceu sorrir, estava pouco se importando com a conversa.

-Não me fará voltar! - Gritou Johny. - Busquei Barzilai porque talvez ele seja nossa última esperança!

-Tenha honra garoto insolente! - Mamom se aproximou de Jonhy erguendo uma das mãos, mas antes mesmo que ele pudesse perceber Barzilai o acertou com um tiro no ombro, o sangue negro começara a flutuar como fumaça, e Mamom ficará enfurecido, seus olhos ficaram vermelhos por completo, então usando uma imensa energia demoníaca Barzilai foi jogado para longe. O velho parecia se divertir com a situação, pois se levantou como se nada tivesse acontecido. Mamom então acertou vários golpes em Jonhy que não soube como reagir. Barzilai deixou alguns minutos se passarem até erguer sua adaga sagrada e acertar em cheio as costas de Mamom. Um vento podre rodeou o local, Mamom estava furioso erguendo-se do chão flutuando no ar e sussurrando alguma coisa que Barzilai não soube descrever o que era. Ele então andou por toda a parede de uma maneira completamente assustadora, o sangue negro o acompanhava, uma fumaça da morte. Barzilai não apresentava medo nem nada do tipo. Mamom estourando de raiva lançou Barzilai contra a parede, mas o velho havia sido mais esperto, no local onde ele havia sido lançado pela primeira vez Barzilai havia feito um selo à prova de demônios no qual usou seu próprio sangue, Mamom estava preso naquele local, e Barzilai mantinha a mesma expressão tranquila como se tudo aquilo não passasse de mais uma coisa normal. Mamom estava tão enfurecido que quebrou o selo usando todas as suas forças. Barzilai não esperava por isso, então retirou alguns apetrechos de sua mala rapidamente. Mamom ergueu suas duas mãos e enfiou suas garras no corpo de Barzilai até quanto pôde. O sangue jorrava de seu corpo como uma cachoeira, e Mamom parecia se divertir com isso. Barzilai não deixou barato e mirou bem no rosto de Mamom acertando-o em cheio. E depois usando um machado agiu rapidamente e arrancou sua a cabeça do corpo. Uma fumaça negra saiu de todo o corpo de Mamom e seus foi em duração a escuridão.

-Maldito Mamom, pode voltar quantas vezes quiser, eu te levarei pro inferno quantas vezes for preciso! - Gritou Barzilai.

Johny se levantou rapidamente, limpando o sangue do nariz. Barzilai parecia surpreso, e mesmo com um ferimento enorme na boca o velho não deixava de acender seu charuto.

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