Turbilhão de emoção

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Aqui estou eu, em frente à minha sala de aula super, hiper, mega ansiosa e nervosa. O destino só pode estar de brincadeira comigo, tinham que destruir as salas do lado leste da minha escola, ou melhor falando o lado dos riquinhos idiotas.
Uma bomba jogada por desgarrados vira-latas, que estão em guerra contra diversas alcateias resolveu fazer a minha escola um de seus alvos, pois é sou uma loba e pertenço a alcateia do Supremo, estamos em guerra. Todos estão bem aflitos e preocupados, mas confesso que minha preocupação agora não tem nada a ver com esses vira-lata.
Respiro fundo e volto ao meu triste dilema entrar na sala de aula e ver ele, ficar perto dele, só de pensar nisso já fico agoniada, acho que não vou conseguir entrar, será que dá para eu voltar para casa e fingir que estou doente?
Não tenho que pensar em uma desculpa melhor, essa já é velha, já sei, minha mãe foi abduzida e não deu tempo de ir para a escola. Sorrio com esse pensamento, quando sou surpreendida pela inspetora Carmem:

- Então senhorita Maria Julia, esperando um convite formal para entrar na sala de aula? - ela fala com aquela carranca dela.

Olho para ela meio atordoada, cheia de vontade de mandar ela ir tomar naquele lugar, mas já estava cheia de problemas, não precisava de arranjar outro, então respiro fundo e respondo:

- Não senhora Jarara...ops senhora Carmem já estou entrando, só estava preocupada pensando se esqueci meu livro em casa, mas lembrei que tinha colocado ele na mochila.

Ela me olhou com aquela cara de jararaca traiçoeira dela e com muita ignorância quase me empurrou para dentro da sala.

- Boa aula querida! - E saiu toda rebolativa, com aquele traseiro gigante caído.

Ainda tentando me recuperar de seu empurrão e de um quase tombo estilo King Kong, volto a realidade e encaro toda turma me olhando, aff... era tudo o que eu queria chamar a atenção de todos e quando eu falo todos é claro que eu me refiro principalmente ao garoto sentado na última cadeira do lado direito da sala que me encara nesse momento. Ele Miguel Stuart o cara que eu sempre fui perdidamente apaixonada, mas que eu sei que não é para o meu bico e nem para o meu corpinho usar e abusar, confesso já usei e abusei, mas isso faz muito tempo, pra ser mais exata um ano. Mas como o destino é sempre bom comigo e adora me ajudar ele fica a cada dia mais lindo, mais gostoso e extremamente proibido para mim. Volto a realidade com um pigarreio do bonitão do professor Fábio e seu convite para me sentar em meu lugar.

Então me sento e logo ele volta seu discurso, que acredito que peguei pela metade pelo meu atraso.

- Então turma, como ia dizendo até que as obras terminem ficaremos juntos. Sei que pela política o normal seria todos separados de acordo com sua classe em nossa comunidade, porém ficaremos na mesma sala e espero que tenhamos uma convivência livre de confusões e problemas.
- Ele se referia a história mais injusta que permeia nossa formação de alcateias. Lobos com linhagem puro sangue, na linguagem comum "Realeza" só devem casar, namorar, enfim conviver com pessoas com o mesmo poder na política, isso servia para os membros que fazem parte dos betas, da guarda e claro os que são ricos por ser ricos.
Eu acho tudo isso muito ridículo, mas quem sou eu para mudar isso, ninguém, então só engulo calada, só de pensar nisso me lembro de meu passado que faço questão de esquecer.

Quando ele termina de falar ouço umas risadas nojentas que acredito que seja das idiotas e patricinhas do grupinho da Sofia, vulgo atual namorada dele, se você pensou no Miguel é ele mesmo, que raiva! Mas que se dane.

- Algo engraçado senhoritas? - Pergunta o professor Fábio.

- Engraçado não, mas totalmente ridículo é ficar no mesmo ambiente que esses pobretões, que estão aqui com bolsa de estudo, aff... - Responde a nojentinha.

Politicamente Incorreto.Onde histórias criam vida. Descubra agora