Meu medo é te perder!

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Ao chegar em casa, percebo que o carro do meu pai não está na garagem, mas já está tarde. Hoje ele  nem foi trabalhar, por que o carro não estaria na garagem?

Minha mãe estava em casa, estava andando de um lado para o outro parecia preocupada, me aproximei para saber o que estava a deixando tão aflita.

- Mãe está tudo bem? Cadê meu pai? – Pergunto já ficando preocupada. A sensação agoniante que tive hoje, meu pai não esta em casa e minha mãe ficar rodando pra lá e pra cá como uma barata tonta, não é normal, algo aconteceu.

- O Supremo sofreu um ataque hoje e seu pai precisou ir lá! – Ela disse tensa.

- Mas está tudo bem com ele? Como foi? – Perguntei.

- Ele está bem... – Ela pareceu fazer uma pausa, não entendi porque. – O Miguel que teve mais ferimentos, eles estavam.. – Ela começou a falar mas eu não prestava atenção em mais nada. Meu ar pareceu sumir dos pulmões, minhas mãos começaram a suar, o chão pareceu afundar e porra a sensação agoniante voltou com força total e agora eu entendi o motivo. Eu preciso ver ele, tenho que saber como ele está, mas como?

- Filha você ouviu o que eu falei? Você está pálida, está tudo bem? – Fui dispersa de meus pensamentos com ela falando e me balançando.

- Onde ele está? – Perguntei de uma vez.

- Maju ele ainda deve estar na alcateia Estrela Lunar, eles foram lá para investigar um atentado que a alcateia sofreu, estavam voltando para casa quando sofreram uma emboscada e tudo aconteceu. – Minha mãe explicou, tentando me acalmar, o que não adiantou muito, porque eu precisava vê-lo, só assim irir ficar tranquila.

- Mas quando ele chega? Qual o estado dele? Mãe pelo amor, me explica isso direito! – Já gritava de nervoso.

- Calma filha! Eles estão voltando para casa, parece que Miguel foi proteger o pai e em uma das armas que foram usadas tinha veneno, não sei direito, mas em breve eles vão estar aqui. Seu pai me ligou e falou que já estão na estrada. – Ao terminar ela me abraçou. – Agora sobe, toma um banho que você está precisando, onde você se meteu menina? – Ela indagou, acho que pelo meu estado, não estava com uma cara nada boa e minha roupa estava toda molhada.

- Fui correr um pouco, vou tomar um banho, realmente estou precisando, qualquer coisa mãe, por favor, me avisa! – Disse segurando suas mãos e me virando para subir para uma ducha era isso que eu precisava, precisava tentar relaxar até ele chegar e depois pensar em alguma forma de vê-lo, o que ia ser meio complicado com a mãe dele que não vai muito com a minha cara e muito menos eu com a dela, que se dane ela vou ver ele de qualquer jeito, mas depois eu penso nisso.

Ao entrar em meu quarto fui para o banheiro, tirei minhas roupas e entrei em baixo do chuveiro que estava super quentinho, o que me causou uma sensação gostosa e relaxante, mas que durou por pouco tempo, pois fiquei tensa ao imaginar o estado em que Miguel poderia estar, novamente aquele aperto no peito me invadiu com força, só consegui chorar, chorava por pensar em o perder, nunca mais ouvir sua voz, nunca mais o ver nem que fosse de longe, o que afinal eu já fazia a tanto tempo, mas pelo menos eu sabia que ele estava ali. Foi ai que eu me dei conta do tanto que fui boba por ter cedido a essa merda de diferença de classes, bati o pé insistindo pelo nosso fim mesmo quando ele insistia para que a gente lutasse pela gente e eu trouxa, covarde não tive forças para lutar. E agora só de pensar em perde-lo para sempre, percebo o quanto eu o amo. Dizem que as pessoas só dão valor a alguém quando a perdem, fui tão teimosa e orgulhosa que sempre me evitei cogitar lutar por esse amor, mas o destino mais uma vez me dá um golpe, um golpe não uma voadora, e esfrega na minha cara o que eu tanto tentei negar, só espero que não seja tarde. Já sem forças, me derramando em lágrimas e soluçando me sento no chão e choro. Me pego rezando, orando, pedindo aos deuses, enfim a quem fosse necessário para que ele fique bem. Estava tão desesperada e com medo do pior que já não sabia mais o que fazer e a quem pedir.

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