Sonho:
Eu estava em uma colina verde, o Sol que brilhava no céu, dava vida à paisagem. Meu corpo tinha encolhido, meus cabelos voltaram a ser curtos, minha pele, apesar de pálida, era saudável, tinha 10 anos de novo.
Mas a parte mais dolorosa desta cena, meus pais brincavam comigo de pique esconde.
Eu reconhecia aquele momento, foi o dia que minha vida mudou para sempre.
A mémória continuou como um video clip sem música, voltei para casa com meus pais, alegre depois de um dia divertido, feliz como uma criança normal. Em casa minha mãe preparava o almoço, meu pai falava ao telefone e eu brincava com o piano da sala, mas então ouço a conversa na cozinha.
Meu pai já tinha largado o telefone e agora discutia com minha mãe:
- Lucas, meu querido, ela é muito nova!
- Ela precisa saber! Precisa saber que ela não é igual aos outros! Por quanto mais tempo teremos que fingir?
- Papai? - pergunto tímida.Meus pais trocam olhares entre si, enquanto aquela pequena menina, tentava descobrir o que tinha de errado:
- Filha, a partir de hoje não pode mais ir a escola, e não poderá sair de casa por algum tempo.
- Não vou mais ver meus amigos? - pergunto inocente.
- É melhor evitar minha filha...
- Porque não vou poder ver meus amigos!?As coisas ficam tensas a partir daí, meus pais tentam conversar com uma criança, meu comportamento era ridículo agora que eu era mais velha e estava revendo aquela situação:
- Eu não vou ficar sem ver meus amigos!! - justificava meu eu, aos 10 anos de idade.
Ao meu redor, o ambiente já começava a esfriar, correntes de ar circulavam pelo cômodo:
- EU NÃO SOU DIFERENTE!!
Foi nessa hora, que veio o clarão. Derrepente tudo ficou gelado e o som simplismente se foi, a minha frente a imagem que se pregava em minha cabeça a muito tempo. Meus pais estavam envoltos em gelo:
- Mamãe? Papai? - perguntava inocente.
Sem ganhar uma resposta comecei a me desesperar, batendo com força nos meus pais congelados esperando uma reação. Agora eu estava chorando e soluçando enquanto abraçava meus pais:
- PAPAI! MAMÃE! - não parava de repetir.
- Eis sua memória mais dolorosa.
A cena mudou, voltei a ter a idade atual, 16 anos, cabelo comprido, entre outros:
- Quem está aí? - perguntei.
- Não vai querer saber, sou apenas fruto da sua mente, mas se quer um conselho, você tem toda a razão de se culpar, essa memória é dolorasa de mais, e ainda saber que é responsável pelo próprio sofrimento, você tem motivos para isso.Não neguei, pois sabia que era verdade, no entanto, tinha outra coisa em mente:
- Quem é você? E o que quer comigo?
A voz riu:
- Garota tola, só porque fez uma pergunta, não significa que irá receber uma resposta.
Começei a correr as cegas sem ter a menor idéia de onde estava indo, mas isso não foi o suficiênte, alguma coisa me barrou e me forçou a ficar imóvel:
- Gostaria de dizer boa tentativa, mas nem isso foi, como você não me dá outra escolha...
Meu próprio rosto apareceu na minha frente, como se fosse um espelho, só que envolvido por fumasa e muito mais maléfico:
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Coração De Gelo
RomanceUm corpo frio, uma mente destruida e um coração sem esperança... Estas palavras são o que melhor definem Ana, uma garota de deseseis anos atormentada por sua peculiaridade. Vivendo sozinha em sua casa com seus pais inconcientes por seis anos. Mal im...