Acordando da exaustão

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Acordei no impulso, a ultima coisa que me lembro é de estar prestes a ser examinada. Ainda me encontrava no mesmo lugar, na mesma maca.

Bastou me mover um pouco para perserber que eu estava conectada ao soro pendurado do lado de meu leito. Aparentemente, estava sozinha na quele lugar, portanto não sabia se podia sair ou mexer em alguma coisa, o que me levou a ficar olhando para o teto branco a cima de mim...

Tentei dormir, me destrair com qualquer coisa, mas o tédio era quem prevalescia, achei que ia enlouquecer se não fizese nada, mas para minha sorte, pouco tempo depois o médico chega:

- Ana! Que bom que acordou .

Notei que ele segurava um pacote de biscoitos recheados, de vez em quando, pegando um e levando a boca, a algumas horas, eu nem imaginava que veria um desses de novo.

O doutor pareceu ler meus pensamentos:

- Está com fome? Bom, creio que você ainda não possa comer isso ou acabará vomitando, ainda está muito desnutrida, talvez em breve, possa comer coisas mais leves como legumes e frutas.
- Posso viver com isso, considerando que acabo de sair de uma dieta de ratos...
- Você deve ter sofrido bastante. A propósito, tenho noticias de seus pais...
- Tem? O que ouve? Eles descongelaram?
- Infelizmente não, seus poderes são maiores do que os da maioria, seu gelo não pode ser derretido ou quebrado tão facilmente.
- Poderes...Dimitry disse algo a respeito...vocês não são pessoas normais né?
- Não, nós não somos, todos aqui tem algum tipo de poder, eu por exemplo, posso ver através das coisas em detalhes mínimos.
- Tipo, visão de raio x?

Ele concordou com a cabeça:

- Ana, posso lhe fazer uma pergunta?
- O que?
- A quanto tempo estava presa naquela casa?
- Não sei ao certo...lembro de ter uns 10 anos.
- Se lembra qual era o ano?
- 2012.

Ele se espantou, não entendi direito o porque, mas algo me dizia que eu deveria saber:

- Ana...estamos em 2018.

2018?! Isso significa que eu tenho...16 anos! Aquele tempo todo sem perserber os dias passando eu fiquei naquela casa por 6 anos!

Eu estava chocada, não conseguia me mover, mas uma coisa falou mais alto, meu estomago, que roncava de um jeito inegavel, o que me levou a pensar...

- Estou com fome...quanto tempo eu fiquei inconciênte?
- Três dias.
- Que!?

Não me admira estar com tanta fome, e segundo o médico, eu não poderia comer coisas sólidas por algum tempo:

- Vou mandar trazerem uma sopa de ervilha para você.

Ele se foi, de volta ao tédio...ou não...

Como havia uma cortina que limitava minha visão da porta, não soube quem era quando ouvi ela sendo aberta...

A sombra era enorme e quem quer que fosse tinha passos pesados. A pessoa se revelou saindo de trás da cortina...me olhava surpresso e depois de um tempo persebi que estava feliz:

- Dimitry! O que está fazendo aqui? Se está machucado, o médico acabou de sair.
- Não, eu estou bem, vim para ver se você estava melhor, tô tão feliz de ver você acordada!

Por um minuto fiquei surpresa, não estava acostumada a ter pessoas se preocupando comigo, mas isso me dava uma sensação boa e confortável:

-  De fato você está melhor, parece até mais saldável!

Olhei para mim mesma,minha pele branca estava limpa, usava roupas de hospital e eu parecia menos magrela...eu realmente estava me sentindo melhor, tirando a fome:

- É parece que sim.

No segundo seguinte, o médico aparece com uma tigela de sopa nas mãos:

- Pronto, aqui está! Mandei acrescentarem algumas coisas para aumentar as vitaminas, você precisa...Ah! Dimitry! Vejo que já fez sua visita de hoje.
- Porque não disse que ela acordou?
- Ela só abriu os olhos agora a pouco...

Eles continuaram conversando... não sei o que falaram, estava pegando a tigela e erquendo a colher com a sopa a levando para minha boca...

O gosto era incrível! Era bem diferente de rato, uma mistura de sabores, pedaços coloridos...eu simplesmente não resisti, encostei meus lábios na borda da tigela e começei a tomar...naquele momento só aquilo importava, notei também que os meninos haviam parado a conversa... quando mais nova, minha mãe me ensinou os modos na hora da refeição, mas não me encomodei, tomei a sopa daquele jeito até a última gota.

Quando acabei, estendi a tigela na direção do médico e perguntei:

- Você teria como me trazer mais?

Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora