Luta das Armas

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Eu entrava na arena, as pessoas torcendo animadas. Entre todos na multidão, não se via nem Louis nem Zoe, mas eu sabia o porque. Tinhamos elaborado um plano e hoje era o dia para ele começar a ser realizado. Mas eu teria que me preocupar com outra coisa agora.

Estava frente a frente com Dimitry, assim que anunciarem, começaremos a duelar, provavelmente, eu não sairia ilesa. Stevan se mostrou preocupado comigo antes da luta começar e agora, me observava da plateia. Suas mãos cobriam a parte inferior do rosto e ele não escondia sentimentos.

Anunciaram a luta. Dimitry veio pra cima com a adaga apontada para mim, seus olhos fixos nos meus. Eu desviei com facilidade, agitando minha espada para blquear o próximo golpe. Pude reparar que ele tinha dificuldade para manter a adaga bloqueando a espada, por ser uma arma menor, em compensação, ele aplicava muita força ali e já não era novidade que sua força física era bem maior que a minha. Eu tinha que sair daquela posisão rápido, caso contrário, não conseguiria manter a defesa por muito tempo. Mas como eu faria isso?

Pensei rápido, não poderia simplesmente puxar a espada sem me machucar, tinha duvidas se eu conseguiria desviar a tempo. Teria que destrai-lo.

Apesar da situação, nossos corpos estavam bem próximos. Não pensei duas vezes antes de acertar um chute no joelho dele. Era o empurão que eu precisava pra que ele desviase a adaga. Enquanto ele se contorcia, avancei, na esperança de derruba-lo e acabar logo com isso, porém ele conseguiu se defender. Como me faltava força física, joguei o peso do meu corpo no golpe, mas ele retirou a adaga e conseguiu desviar, como eu estava me apoiando ali, eu quase caí de cara no chão, foi quando vi, no canto do meu olho, um objeto passando perto do meu rosto e cravando no chão. Era a adaga prateada de Dimitry. No estante seguinte, começa uma dor incômoda na minha bochecha esquerda,  em seguida, senti algo líquido escorrer por ela. Eu toco as pontas dos dedos no local e os vejo manchados de sangue.

Percebi ao meu redor, meu cabelo escondia o ferimento, então todos estavam na dúvida. E eu ali, parada, olhando para baixo e de joelhos. Se era pra machucar, então que seja! Não serei mais boazinha.

Atrás de mim percebo o movimento repentino. Dimitry estava pronto para apontar a adaga pra mim e me imobilizar e ganhar a luta. Agora ele estava a 7 passos de mim, 6 passos...

Chegando a dois passos de mim eu dei o bote, me virei e ataquei, acertando um golpe de espada em sua perna. Procurei não fazer um ferimento muito profundo, eu estava atacando a pessoa que me salvou, do ponto de vista de muitos, isso pareceria ingratidão, mais apenas estava lhe dando o troco, queria mostrar que não era a garota indefesa que ele conheceu, não era mais a donzela em apuros.

Depois que se recuperou do tombo que levou por conta do golpe, Dimitry olhou para mim e sorriu com o canto da boca, quase como se quisese que aquilo acontecese:

- Então, a gatinha resolveu mostrar as garras? Isso vai ser divertido.

Stevan:

Eu que estava vendo da plateia, não podia fazer nada. Depois de ambos mostrarem que não era brincadeira, a luta se tornou de um nível totalmente diferente.

Eles começaram a fazer combinações de luta corpo a corpo com os golpes das armas, Dimitry mais do que Ana. Ela se esquivava, só atacava quando tinha a oportunidade e estava em vantagem, sabia que estava usando mais a inteligência do que os músculos, já que medir forças com ele não iria adiantar. Mas apesar de tão incrivel que ela era, ficava cada vez mais preocupado, o sangue de ambos gotejava e caia no chã, ela abria ferimentos nele, mas Dimitry também a machucava bastante.

No final das contas, ambos estavam exaustos, mas ainda tentavam vencer um ao outro. Foi quando a cena mais inesperada aconteceu. Dimitry acertou um soco no rosto de Ana, o que a fez cair para trás com a mão escondendo a região do nariz e boca, mas logo soube que foi algo sério assim que vi uma gota de sangue escapar pelo queixo dela. Ele aproveitou para se posicionar sob ela colocando a adaga em seu pescoço, qualquer movimento bruto poderia causar um estrago maior do que os anteriores. Ana foi derrrotada.

A luta acabou ali, logo apareceram dois socorristas para ajudar Ana e Dimitry, os dois estavam acabados, mas estava especialmente preocupado com Ana (óbviamente). Seu estado era crítico, ameaçava desabar quando ficava de pé.

Por impulso, sai do meu lugar e fui socorre-la, mesmo que não me deixasem chegar perto, eu tinha que acompanha-la para onde fosse, só queria poder ter certeza de que ela estava bem.

Já nos bastidores da competição, Ana tratava os ferimentos, não eram profundos, o que realmente a abalou  foi o soco de Dimitry. Ela também tentava parar o sangramento no nariz. Ve-la assim me deixou triste e com raiva. Dimitry iria pagar!

O resto do dia, luta após luta, Ana já não estava mais competindo por falta de condições, porém eu fui vencendo um por um, perdi apenas para Dimitry, mas consegui o que eu realmente queria, minha vingança não seria hoje.

No fim, eu e Dimitry fomos os dois a ir pra terceira etapa amanhã. E aí ele iria se arrepender de ter ferido Ana, mostrarei a ele toda a minha raiva.

Ana:

Não foi como o esperado, no fim não fui capaz de passar, pelo menos, eu poderia ver Stevan lutando. Ele passou a tarde toda cuidando de mim depois do evento, era fofo da parte dele. Ao cair da noite, tentei convence-lo a descansar em seu quarto, era notável o cansaço dele.

Ele foi, no fim das contas, depois de uma longa discução.

Zoe e Louis me visitaram apresentando o progresso de hoje em nosso plano, era incrivel quantas provas eles reuniram, filmagens, fotos, amostras e até maquetes.

Fomos conversar com Elinor, ou como preferir, a voz na minha cabeça. Louis afirmou ser capaz de raquear o sistema privado. Colocamos uma amostra do soro que confiscamos, num microscópio e descobrimos o que ele fazia:

- Ele mexe com o cérebro de maneira que quem o tiver no sangue pode ter seu sistema nervoso controlado, as particulas do soro se alojam no cérebro e resebem comandos que as células executam, a pessoa é inconcientemente controlada por algo externo. - confirmou Elinor.
- Mas porque raio de motivo dariam isso para pessoas? - perguntou Zoe.
- Para criar um exército obediente, que executa ordens sem esitar. - respondi.

Todos se calaram, pensativos. Louis sacou um pendrive e começou a checar o conteúdo, espantado:

- Gente, vem dar uma olhada nisso aqui.

Olhando pra tela se via uma lista, cujo o título era "todos os integrantes". Apareciam várias pessoas, com foto, nome, poder e idade escritos. A minoria, estava numa cor vermelha, em quanto o resto apresentava o verde:

- O que é isso? - perguntei.
- Deve ser a lista dos integrantes do exército, muitos aí eu conheço. - disse Elinor.
- Posso descobrir os detalhes mais isso vai demorar um pouco, é melhor continuarmos amanhã. - confirmou Louis
- Concordo.

Depois desse "concordo" de Zoe, percebi o quanto ela estava cansada, não a culpava, já era bem tarde.

Resolvemos então continuar amanhã, mas esse caso, ainda tinha muitos mistérios a serem resolvidos.

Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora