Acordei num lugar escuro, não haviam muitas coisas ao meu redor, apenas uma mesa. Me movi um pouco e logo soube que estava presa, meus tornozelos amarrados aos pés da cadeira que me sustentava, meus braços imobilizados atrás de minhas costas. Tentei congelar as cordas, mas foi inútil.
O que raios estava acontecendo?
Atrás de mim ouvi uma porta se abrir, iluminando um pouco o local onde eu me encontrava. Uma cegueira temporária invadiu meus olhos quando a luz foi ligada. O que eu via agora era horrorizante! A mesa que estava adiante continha o lenço com que fui surpreendida e uma seringa portando um liguido amarelo.
Agora eu começava a entender a situação. A pessoa que entrou na sala era Daphne, com um sorriso macabro:
- Minha cara, devia ter aceitado o convite, se tivese, não estaria nessa lamentável situação. Mas não se preocupe, daremos um jeito em sua arrogância e desobediência.
Ela pegou cuidadosamente a seringa e avaliou seu conteúdo, depois voltou a sorrir e olhou para mim:
- Sabe, é incrível o que a tecnologia pode fazer, são inumeras inovações!
- Nem pense em ingetar esse troço em mim!
- Haha! Como se você tivese escolha querida!Investi contra a corda que me prendia, concentrei novamente meu poder para congelar aquela coisa e conseguir arrebentar, mas era impossivel!:
- É uma pena, mas esta sala é aprova de poderes! Só consegue usa-los do lado de fora.
Do lado de fora...
Eu já sabia o que fazer, teria que me concentrar muito, mas tinha que tentar. Mentalizei o mapa da sala e imaginei o perimetro além das paredes, me concentrei mais até murmurar:
- rigescunt indutae.
Sentia a camada de gelo se desenvolver ao redor da sala, a temperatura começou a cair, o que deixou Daphne confusa. Estalos vinham do lado de fora. Geada começou a combrir as paredes do lado de dentro da sala, foi então que ela persebeu o que estava acontecendo:
- Sua...
Ela veio para cima de mim com a seringa em mãos. Desviando para o lado, caí com tudo no chão ainda presa a cadeira, coisa que promoveu uma enorme dor no braço. Esticando as pernas, consegui livrar meus tornozelos da corda. Me levantei com certa dificuldade, mas consegui desviar de mais um golpe de Daphne, tentei acertar um chute em sua perna mas ela recuou:
- Acha mesmo que pode me vencer no combate corpo a corpo garota? Eu tenho treinamento militar!
Ela desferiu outro golpe, desviei e mudei de tática, não era justa aquela luta, já que ela estava armada, mesmo que com uma seringa. Eu tinha que destruir aquele soro.
Girei e contorci, mesmo amarrada, consegui bater nela com a cadeira, o que a obrigou a largar a seringa que saiu rolando pelo chão. Antes que Daphne pudese recupera-lo, pisei no recipiênte espalhando o liguido pelo chão. No mesmo instante, ela puxou um mini-rádio do bolso e gritou:
- Preciso de reforsos! Repito, preciso de reforsos agora!
Bati com a cadeira na parede, partindo-a em pedaços. Com a força do impacto, a corda que amarrava minhas mãos se rompeu e eu estava finalmente livre. Saí correndo em direção a porta, mas apenas vi algo brilhante e prateado pasando de raspão por meu rosto, em seguida, o objeto cravou na porta. Uma faca de arremeço?
Me virei e vi Daphne puxar mais uma faca:
- A onde pensa que vai?
Uma coisa era certa, ela não me deixaria sair tão facilmente. O reforso chegaria logo e fora da sala eu poderia usar meus poderes, por tanto já tinha um plano em mente, mas pra isso precisaria destrair Daphne. Puxei a faca da porta e a empunhei:
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Coração De Gelo
RomansaUm corpo frio, uma mente destruida e um coração sem esperança... Estas palavras são o que melhor definem Ana, uma garota de deseseis anos atormentada por sua peculiaridade. Vivendo sozinha em sua casa com seus pais inconcientes por seis anos. Mal im...