Capítulo 1~

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NÃO revisado!

Christian

A enxurrada de emoções me fez ficar paralisado por alguns minutos.

Eu soube desde a primeira palavra que se tratava de Ellie. Eu nunca poderia esquecer sua voz. Ela continuava a assombrar meus sonhos mesmo depois de doze anos. Ellie me abandonou, mas não somente se foi, ela me rejeitou antes. O nó formado em minha garganta deixa um gosto amargo.

Minhas mãos transpassaram por meu cabelo pela terceira vez e um suspiro de frustração me escapou. Desejava que pudesse ter simplesmente dito para ela ir para o inferno e desligado o telefone. Mas não poderia ser um idiota e negar ajuda a Ceci. Um sorriso se formou em meus lábios quando lembro de Ceci enrolada ao redor de minhas pernas enquanto Ellie e eu conversávamos na varanda de sua casa. Ceci se ligou a mim desde o primeiro momento que andei através das portas de sua casa. E enquanto namorava Ellie, assisti Ceci crescer. Meu coração estava apertado, me importei com o pedido de Ellie mais do que deveria, pois se tratava de sua irmã mais nova, e Ceci era importante para mim também, mesmo depois de todo esse tempo sem algum contato.

Eu não sabia que Ceci se encontrava tão debilitada. Fiz algumas ligações para obter mais informações sobre seu estado. Preciso está pronto quando Ellie entrar por estas portas amanhã. Confesso que fiquei incrivelmente surpreso com sua ligação, e preciso está pronto para não ter mais nenhuma surpresa quando ela voltar para minha vida. Não posso me esquecer de falar com o meu tio. Como ele saíra por ai dando meu número pessoal tão fácil assim e sem nenhum aviso prévio? Ele deveria ter pego o seu número e me passado, assim eu não estaria tão surpreso e desprevenido como agora. Não gosto da sensação de ser surpreendido, eu gosto do controle. Eu controlo tudo a minha volta.

Não consegui me concentrar mais em nada após as informações sobre o estado de Ceci e a ligação de Ellie. Tinha que vê-la, e foi justamente o que fiz. Saí da empresa e fui direto para a clínica onde Ceci se encontrava. Não foi muito difícil descobrir o endereço e nem entrar no quarto onde ela se encontrava toda entubada. As pessoas me reconheceram e meu dinheiro facilita algumas portas serem abertas.

-Como você veio parar aqui Ceci? -segurei sua mão e a beijei na cabeça.

-A paciente sofreu um grave acidente de carro. -me disse a experiente enfermeira que me acompanhou até o quarto. -A coitadinha teve um traumatismo craniano. -olhei por um momento para a senhora que falava tentando conter a emoção. -Já é um milagre que esteja viva.

-Quero falar com o médico responsável por Ceci. -Após uns minutos com Ceci fui conversar com seu médico. Me certifiquei de que ela teria todos os recursos possíveis para ficar bem. A imagem dela deitada naquela cama tão debilitada não me saia da cabeça.

Joguei as chaves na mesa a minha frente e cai sentado exausto no sofá. De uma coisa eu tenho certeza neste momento. Ceci terá toda a ajuda que necessita, mas Ellie teria que ser bem grata a mim. Lembro-me do tempo em que eu não era bom o suficiente para ela, apenas um garoto apaixonado e pobre, e agora sou o único que pode salvar sua irmã. Ceci seria bem cuidada, e Ellie me daria minha redenção.
Um lampejo de pensamentos me veio a cabeça, eu já sabia exatamente o que faria.

Sei que é cruel de minha parte me aproveitar desta situação, mas Ellie pagaria pelo o que me fez, e nós dois nos beneficiaríamos desta punição.

Ellie

Respirei fundo e ergui a cabeça quando entrei naquele edifício luxuoso da Donovan Jewels. O prédio gritava luxo. Percorri meus olhos pelos pisos de mármore até a enorme mesa de segurança. As pessoas que circulavam por aquele ambiente, provavelmente não tinham ideia do luxo que haviam em torno deles. Cheguei até meu ponto. O guarda com o semblante amigável me desferiu seu olhar de aço, o que fez meu nervoso voltar.

-Posso ajudá-la? -ele perguntou e sorriu amigavelmente.

-Sim. Estou aqui para ver o senhor Donovan. -tentei soar confiante, mesmo assim minha voz soou fraca.

-Seu nome, por favor. -ele perguntou educadamente.

-Ellie Adams. -o homem olhou para o computador por um momento. Tempo suficiente para que eu pudesse temer que Christian poderia ter desistido de nosso compromisso. Ele acaba de me entregar um crachá.

-Siga até os elevadores e passe este crachá. Vá até o vigésimo andar. Quando você sair do elevador, vá para a direita, onde encontrará a recepção. O senhor Donovan está aguardando que você confirme sua presença, com a sua secretária.

Agradeci com um sorriso e fiz o que o homem acabará de dizer. Um frio na barriga me inquietava. Minhas mãos estavam inquietas, tive que conte-las fechando-as em punho. O passado começou a vir em cheio em minhas lembranças. Eu estava morrendo de medo de encará-lo depois desses anos todos. Prefiro que ele me odeie por achar que eu não queria casar com um homem pobre, ao invés de saber a minha verdadeira realidade, os verdadeiros motivos que me fizeram abrir mão de nós dois.

-Nome, por favor. -perguntou a bela mulher a minha frente. Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebi que estava parada em frente a sua mesa.

-Ellie Adams. -ela fez um telefonema e eu aguardei ansiosa.

-O senhor Donovan está ocupado no momento. Ele pediu que se sente e aguarde. Ele irá recebê-la quando acabar. -ela me indicou o sofá e voltou seu olhar para o computador.

Me acomodei no sofá e peguei uma revista. Não que eu tivesse interesse algum em qualquer coisa neste momento, eu só conseguia pensar em como seria ver Christian e se ele me ajudaria ou não. O tempo estava passando e eu estava ficando cada vez mais ansiosa. Eu gostaria de ver minha irmã hoje no hospital, mas provavelmente não seria possível, estava ficando tarde e eu ainda teria que ir trabalhar. Quando percebi que já havia passado mais de meia hora, levantei e fui até a secretária novamente.

-Eu gostaria que se certificasse de que o senhor Donovan ainda irá me receber. -forcei um sorriso. A mulher estava me tratando com indiferença e isto não estava ajudando.

-O senhor Donovan é muito ocupado. Você vai ter que esperar. -disse a mulher rudemente e com um olhar de deboche.

Respirei fundo e sentei-me novamente. Mais meia hora se passou e meu limite havia acabado. Eu tinha que trabalhar e de forma alguma poderia me dar o luxo de chegar atrasada, ou acabaria sendo demitida e então realmente tudo estaria perdido. Provavelmente Christian estava me fazendo de tola. Com certeza havia alguma câmera que ele pudesse ver meu sofrimento lhe esperando e ele estava em sua sala apenas rindo da boba que sou. Senti os olhos queimarem e a vontade de chorar me bater, mas tinha que me manter forte, não era porque dependeria de sua ajuda que o deixaria me humilhar desta forma, bastava apenas me dizer um não. Levantei-me, ergui a cabeça e fui deixando para trás a minha última saída.

Limpei as lágrimas. A sensação de ter falhado com minha irmã me doía. Paguei o táxi com dinheiro que me restava e entrei quase correndo na lanchonete para guardar minhas coisas e colocar o avental.

-Está atrasada Ellie. -resmungou meu chefe do balcão.

-Eu sei. -prendi o avental e fui imediatamente servir mais café para alguns clientes. -Não vai se repetir. Prometo.

Eu teria que suportar este emprego por um pouco mais, logo trataria de encontrar algo melhor. E salvaria minha irmã a qualquer preço.

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