Capítulo 22~

1K 135 5
                                    

NÃO REVISADO!

NÃO REVISADO!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ellie

Depois de ouvir o que Tom acabara de falar, tudo em minha volta já não tinha importância, não sei nem explicar como consegui chegar no hospital. Saí do carro com tanta pressa que mal tive tempo de fechá-lo. Corri até encontrar meu irmão no corredor.

-O que aconteceu Tom? -meu coração batia tão forte que era difícil respirar.

-Ceci acabou de ter uma segunda parada cardíaca. -ele esfregou o rosto tentando conter o desespero que já havia se instalado em mim. Não consegui dizer nada, apenas fiz menção de entrar no quarto, mas Tom me segurou. -Você não pode entrar Ellie, estão tentando reanimá-la.

Apenas assenti e já não ouvi mais nada. Isso não podia estar acontecendo, primeiro Christian e agora estava perdendo minha irmã também? Senti minhas costas bater na parede fria e deslizei até o chão, as forças nas minhas pernas haviam acabado. Minha visão ficou turva e de repente já não tive noção de nada.

Abri os olhos e observei ao meu redor. Estava deitada em uma cama no quarto do hospital. Tom estava sentado em uma poltrona com o rosto entre as mãos ao meu lado. Ele estava chorando?

-O que houve Tom? -comecei a lembrar o que havia acontecido. Ele tomou um pequeno susto, mas logo limpou as lágrimas e olhou para mim.

-Você desmaiou. -ele segurou minha mão e ficou me encarando de um jeito que eu não gostava.

-Ceci está bem? -Tom baixou a cabeça e demorou para responder. -Por favor Tom, não faça isso, me diz o que aconteceu.

-Sinto muito... -ele começou à falar com dificuldade.

-Não! -fui levantando da cama, mesmo sentindo uma tontura e me aproximei de Tom. -Não pode ser...

Entendi o que ele estava tentando dizer, mas não conseguia. Saí correndo para o quarto onde Ceci ficava, quando entrei havia algumas pessoas tirando os aparelhos que a mantinham viva. Fiquei olhando por um momento sem reação, as lágrimas apenas caiam dos meus olhos. Fui me aproximando aos poucos de sua cama e os outros foram saindo nos deixando a sós.

Peguei sua mão e ela estava tão fria, seu semblante estava mais branco e sem vida.

-Me desculpe se falhei com você. -foi as únicas palavras que consegui sussurrar para ela. Beijei sua mão e me rendi ao choro.

Sinto a sensação de um djavu. Era como se estivesse vivendo meu passado, outra vez. Naquela época, minha mãe deixou a mim e Ceci sozinhas,
meus erros fizeram Christian ir embora, e acabei perdendo meu pai, que não foi nem de longe o melhor pai do mundo.
Hoje, Christian se foi novamente e eu já não tinha mais Ceci comigo, ao menos desta vez tenho uma família. Um irmão atencisoso e protetor, uma cunhada maravilhosa, um sobrinho fofo e agora meu filho, que já amo mais que a mim mesmo.

O enterro de Ceci teve uma cerimônia breve. O pastor disse algumas palavras de consolo e deixou a família para este momento de luto. Mantive uma rosa branca em mãos enquanto encarava a lápide com o nome da minha irmã.

-Vamos? -Tom me abraçou de lado. Mesmo que não tenha convivido com Ceci como eu, meu irmão também estava sofrendo. Olhei para ele por um momento e vi algumas lágrimas rolarem por seu rosto.

-Quero ficar mais um pouco. -ele olhou para mim, como se tentasse verificar se eu estava bem. -Não se preocupe. Só quero ficar sozinha. Me esperem em casa.

-Tem certeza? -perguntou receioso.

-Vou ficar bem. -lhe assegurei com um pequeno sorriso.

Darla nos olhava um pouco distante, com o pequeno Nick nos braços. Ela chorou bastante, acredito que está sendo bem difícil consolar a cunhada e o marido ao mesmo tempo. Tom me deu um beijo na testa, se juntou à ela e se foram.

Momentos de partidas... Era uma dor indescritível, indesejada, mas inevitável. Quem de nós está pronto para abrir mão de quem se ama?
Ninguém. Mas somente nos deparando com um lugar como esse, um cemitério, podemos nos dar conta que a morte é o fim de planos e sonhos. Lugar de silêncio.

Christian

Por meio da clínica, descobri que Ceci havia falecido. Eles me ligaram para avisar que os custos já não precisavam serem pagos. Fico triste com essa notícia, fazia algum tempo que não a visitava, mas Ceci fez parte de um momento importante da minha vida, ao menos era importante, já não é mais, nada que me lembre ela pode ser importante na minha vida. Resolvi comprar algumas flores e levá-las até o cemitério, para o túmulo de Ceci. O vento de outono soprava frio e carregava as folhas pelo chão.

Parei na metade do caminho. Ellie estava lá, sozinha e chorando. Fiquei em uma guerra interna comigo mesmo, se deveria ir até lá ou se voltava em outro momento.
Respirei fundo e caminhei até ela. Ellie só notou minha presença quando parei ao seu lado. Ela ficou me encarando em silêncio, tentei não olhá-la, mas acabei cedendo. Nossos olhares se encontraram. Seu rosto estava pálido e banhado de lágrimas. Acabei não resistindo e sei que vou me odiar por isso mais tarde, mas fui até ela e a puxei para meus braços. Seu corpo tremia quando começou a soluçar, apertei-a nos meus braços e fechei os olhos sentindo o cheiro dos seus cabelos.

Quando Ellie se acalmou, fui soltando-a aos poucos e detesto dizer isso, mas meu corpo queria ficar lá, junto ao seu. Ela ficou olhando para mim como se tivesse pedindo piedade. Me desvencilhei dela de uma vez e coloquei as flores sobre o túmulo.

-Eu sinto muito. -continuei de costas para ela, querendo ou não, sua presença ainda tem certo domínio sobre mim.

-Obrigada por vir. -ouvi sua voz baixa e fraca. Apenas fechei os olhos pedindo por forças para resisti-la. Houve um silêncio por um tempo, cheguei a pensar que estava sozinho. -Christian? -continuei sem conseguir encará-la novamente. -Eu preciso te contar uma coisa.

-Não confunda as coisas Ellie. -virei-me para ela. -Não vim até aqui por você. -tentei acreditar que realmente não foi para ter a oportunidade de vê-la novamente. -Este é o final de tudo. -meus olhos arderam e eu não queria lhe dar o gosto de me ver derramando se quer mais uma lágrima. -Adeus! -saí dali quase correndo e sem olhar para trás.

Parece que o destino queria nos dar o nosso final, quebrar todos os nossos vínculos e nos separar de uma vez. Eu aceito minha sentença.

"Porque quanto mais você me machuca, menos eu choro.
E a cada vez que você me deixa, mais rápido estas lágrimas secam.
E a cada vez que você vai embora, menos eu te amo.
Meu bem, não temos chance, é triste, mas é verdade
Eu sou bom até demais em despedidas" 🎵

Too Good At Goodbyes
Sam Smith

Posso Conseguir o que Desejo LIVRO I❤Onde histórias criam vida. Descubra agora