12.

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  — VOCÊ TÁ APAIXONADA PELO TOM?!?! — Helena tinha certeza que o grito que Juliano havia dado podia ser ouvido de dentro da bar, mesmo com a música alta que tocava. 

— Acho que ainda não te ouviram do Japão. Quer gritar mais alto? — às vezes pleonasmo era a melhor maneira de enfatizar algo.

— Você me fala que está apaixonada pelo Tom Holland e espera que eu só fale "hum, ok, vida que segue"? 

— Eu não disse que estou apaixonada, disse que estou a fim. — ela não olhou diretamente para o melhor amigo porque sabia que, lá no fundo, ele estaria julgando-a. — E honestamente, isso é tão chocante assim? Quer dizer, eu sempre fui fã, apaixonada pela atuação dele, então- 

— Helena. — Juliano levantou a mão, a cortando. — Você está se ouvindo? Ter um crush platônico em artistas tudo bem. Mas se você vira amiga de um e isso só aumenta, eu tenho uma péssima notícia. 

— Eu sei, Ju. Não é algo exatamente controlável. 

— E ele não é tipo o Luan Santana, que pelo menos é realista. É um ator de Hollywood. Da Marvel! Uma das maiores marcas atualmente, com os filmes mais rentáveis, porque mesmo que não sejam obras primas ainda possuem um público fiel que- 

— Juliano. — ela o cortou porque sabia o que viria a partir de então. — Você está divagando. E definitivamente não tá ajudando. 

— Você falou pras meninas? — Juliano se referia a Gisele e Eduarda, o que fez Helena balançar a cabeça, negando. — Por quê? 

— Você conhece as duas. Elas vão ficar falando que eu tenho que falar pra ele, mas isso não vai acontecer. 

Ela já havia debatido essa questão consigo mesma por dias. Primeiro que ela não esperava que realmente fosse se sentir assim por Tom. Claro, ela era fã do rapaz, mas realmente achava que saberia separar as coisas e permanecer da maneira platônica. O problema é que ela realmente não contava que eles fossem se dar tão bem e se tornar tão amigos. Ele já havia deixado de ser o Tom Holland, ator jovem, para ser o Tom, seu grande amigo. 

Mas ela não podia contar para ele que, de uns tempos pra cá, ela estava gostando dele mais do que deveria. Primeiro porque ela não queria colocá-lo em uma posição de desconforto. Segundo porque ela não queria enfrentar as consequências da confissão, não importava quais fossem. Ela havia entrado em mais uma zona de conforto em sua vida e pretendia continuar assim, muito obrigada. 

Gisele e Eduarda só iriam lhe dizer para falar com ele, abrir o coração, essas coisas. E ela entendia que as amigas só queriam ajudar, mas não era esse tipo de ajuda que Helena queria. Helena estava em um momento que queria apenas reclamar, e que alguém ouvisse e falasse "foda né", sem sugerir como melhorar a situação. Ela realmente estava bastante confortável com a situação – não bastante, um pouco. Bem pouco, mas isso não era tão importante. 

— Eu acho que você deveria falar pra ele. — Juliano não encarou Helena. Ele sabia que ela não ficaria feliz com aquela afirmação. 

— Você também não, Ju.

— E se ele também estiver "a fim" de você? — o rapaz fez o sinal de aspas com as mãos. 

— Seria pior ainda. — a afirmação fez com Juliano a olhasse com a certeza de que ela estava completamente maluca. — A última coisa que eu preciso é de um amor a distância. E não estamos falando de São Paulo e Mato Grosso. Ou Rio de Janeiro e Bahia. Estamos falando de Brasil e Estados Unidos. 

Os dois ficaram em silêncio, olhando para o nada, imaginando como seria se Tom correspondesse aos sentimentos de Helena. Por um lado havia toda a maravilha de ser correspondido. Por outro a distância era um inferno. Ela era uma pessoal muito tátil, por assim dizer. Quando ela gostava de alguém, ela queria estar perto, abraçar, beijar, tocar... E ela sabia que não poderia fazer nada disso com Tom. E que tipo de relacionamento seria construído em cima disso? Até que ponto isso realmente faria os dois felizes? 

90 Por Cento [Tom Holland]Onde histórias criam vida. Descubra agora