1 - Coffee on white.

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capa por dabiebz-


××

Place that I am New York

Segunda-feira, 09:10am.

- Mesa 10, café descafeinado. - Liv gritou para mim.

Hoje não estou em um dos melhores dias. Acordei atrasada, quebrei um copo de vidro em casa, me queimei com a chapinha e quase bati meu carro no caminho da cafeteria onde trabalho. Deus não quer que hoje seja o meu dia.

Começo a preparar o café. Presto bastante atenção em que estou fazendo, pois não quero por o café diferente na xícara e mais uma vez, cometer outra erro no dia. Pego alguns sachês de açúcar, pondo no pratinho em baixo da xícara e começo a levar para a mesa certa, junto com um bule que contém café.

É, eu realmente pensei que tudo daria certo. Achei que ainda estava com um pouco da minha sorte, mas alguém teve que comprovar que não.

Enquanto eu andava calmamente, alguém com pressa que não estava prestando atenção em nada, passou por mim e trombou de frente comigo, deixando todo o café quente, junto com a xícara, o prato, e o bule, caírem no chão.

Eu apenas ouvi o barulhos da xícara e o prato caindo no chão, pois, fechei os meus olhos me matando internamente. Mas logo o abri ao ouvir a audácia da pessoa de perguntar se olho por onde ando.

- Eu tenho olhos para isso e vejo que você também tem, mas parece não fazer bom uso deles. - Retruquei.

O homem me olhou irado, enquanto dividia o seu olhar para sua camiseta branca e eu.

- Kath, leva ele para o banheiro e tente consertar essa mancha de café - Liv falou. - Pode deixar que eu limpo essa bagunça. - Sorri fraco para ela, mas logo o desfiz ao olhar ao homem na minha frente.

- Vem logo! - Disse rude enquanto o puxava para o banheiro feminino.

- Eu sou um cliente, você não deveria me tratar assim.- Comentou.

Bufei de raiva.

- Estou sem paciência, cala a boca! - Ele riu ironizando, enquanto eu pegava um pouco de papel higiênico e molhava para poder limpá-lo.

O tal do homem estava encostado na pia do banheiro falando várias coisas, que eu nem dava apreço para ouvir.

- Você fala demais. - Disse.

- Esse café estava quente e ele foi derrubado na minha blusa, que agora, está me queimando. - Falou.

Olhei para ele e revirei meus olhos.

- É só você tirar a blusa. - Ele sorriu maliciosamente. - Que idiota você é! - Respondi ao seu sorrisinho.

-Achei que você iria ficar apaixonada pelo meu tanquinho, por isso não tirei antes. - Fiquei olhando para ele com uma cara do tipo: Qual é o seu problema?

- Vou pegar um pano, o papel higiênico não vai dar certo. - Disse e fui pegar na bancada da cafeteria um pano limpo, logo voltando e vendo que ele já estava sem camisa. Molhei o pano e comecei a passar pelo seu abdômen que estava um pouco vermelho.

- Você gostou? - Perguntou.

- Do quê? - Disse sem olhá-lo.

- Do meu tanquinho. - Que cara chato!

- E você gostou? - Perguntei.

- Do quê? - Ele fez a mesma pergunta que eu.

- De eu ter derrubado o café em você. - Retruquei enquanto deva o pano para ele, que começou a passar em seu abdômen.

Peguei a sua blusa e vi uma enorme macha de café. Não teria como tirar. Olhei disfarçadamente a etiqueta que fica por dentro da blusa e vi que a marca era Gucci. Que merda! Como que vou pagar?

- Qual é o seu nome?- Ele perguntou.

Olhei para minha blusa social e vi uma enorme macha de café. Eu deveria ter visto isso antes, mas ao menos senti qualquer coisa me queimando.

- Você não precisa saber. - Respondi.

-Então, você não precisa saber... - Implicou. - Não vai perguntar o meu?

É mais que óbvio que havia o reconhecido, mas ao menos ligava para ele. Ainda mais o conhecendo agora e vendo o quanto ele é chato.

- Eu já sei seu nome, Justin. - Ele sorriu.

- Quer tirar uma foto comigo? Hoje eu abro uma exceção. - Sorriu de lado. - Seria legal tirar uma foto com a garçonete que derrubou café em mim. - Ironizou.

- Se você não está satisfeito de eu ter derrubado uma xícara de café em você, qualquer coisa você me avisa, que eu derrubo outra. - Explodi, jogando o pano nele, que segurou antes de bater na sua cara. - E se vira com essa blusa. Até iria comprar outra para você, mas agora você que vai arcar com o seu dinheiro que tem para todos os lados. E se não quiser sair daqui com a blusa machada, vai sem. Apenas se vira sozinho! - Disse tudo saindo do banheiro, mas voltei ao ouvir ele disser uma barbaridade.

- Se você quiser, eu ajudo a te dar um pouco de dinheiro. Parece que aqui você não ganha muito bem e deve até se prostituir pela noite para ganhar mais. Posso fazer algumas caridades! - Respondeu.

Ele só fala merda!

- Não, eu não sou uma prostituta, sou apenas uma garçonete que trabalha todos os dias do ano para conseguir o sustento dos meus pais e eu. E se eu também fosse uma prostituta, você não teria nada a ver com a minha vida. Agora, por favor, pegue a merda do seu dinheiro e nade nele enquanto pensa que eu estou mais feliz tendo pouco dele, do que estando milionária que nem você. - Despejei, logo saindo do banheiro.

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