19 - Xeque-mate.

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Justin estaciona o carro em frente a minha casa. Depois de ter desabado mais um vez, e pelo bom homem que Justin é, ficamos bastante tempo parados na estrada com Bieber me acalmando, o que ajudou muito.

— Olha, me desculpa por ter ficado chorando igual a um bebê em seus braços. — Digo ao dono dos pares de olhos cor de mel, que posso dizer que são lindos de perto.

— Eu acho que você deveria parar de pedir desculpas. Você não fez nada de errado. — Concordo.

— Ok, me descu... — Eu mesma me interrompo ao ver o que iria falar. Bieber me dá um sorrisinho. — Obrigada por estar aqui comigo, você tem um ótimo ombro para chorar e... a melhor voz para acalmar.

— Mesmo que não temos nos conhecido a anos e que estamos aqui para enganar as pessoas que estamos namorando, eu quero fazer isso valer a pena, quero que isso seja legal para nós dois. Te consolar faz parte. — Sorri fraco.

— Amigos? — Levantei meu dedo mindinho para fazer o juramento e não entendi ao ver o sorriso do Justin morrer.

— Hm... eu não vou fazer isso! — Peguei sua mão rapidamente e o obriguei, com dificuldade, levantar seu dedo mindinho. O juntei com o meu e dei um sorriso.

— Você já fez, amigo. — Dei uma piscadela e Bieber logo desfez nossos dedos juntos, passando a mão no cabelo.

— Você quer que eu entre com você? — Sua voz saiu grave, como se alguma coisa começou a incomodá-lo.

Nesse pequeno momento no carro, estava me sentindo muito bem. Mas ao lembrar que meu pai ainda possa estar dentro de casa, sinto um pouco de medo e bastante raiva.

— Sim. — Digo simples.

Retiro meu cinto e abro a porta do carona, saindo do carro. Justin faz o mesmo e passa por mim direto. Franzi o cenho ao pensar que ele deveria ter juntado nossas mãos. Abro a porta da casa e vejo quem eu não queria. Meu pai está descendo as escadas com algumas malas em mãos. Ele nos olha e não me deixo abalar por seu olhar repugnante.

— Já conseguiu o que você queria? — Sua voz era irreconhecível. Estava cheia de ódio por mim.

Eu e Justin entramos para a casa, fechando a porta atrás de nós.

Vi que Bieber estava pronto para respondê-lo, mas logo me apressei a falar antes que ele.

— Sim, mas já que você é um homem com pouca inteligência, vou ter que te explicar mais uma vez. Minha mãe estava doente e mesmo dormindo, podia estar sentindo dores e incômodos. Ela não iria acordar de jeito nenhum e não queria antecipar mais o sofrimento dela, então pedi que desligassem as máquinas. Eu me sinto bem por isso, porque agora ela está bem, sem dor nenhuma em seu corpo. — Tento explicar com calma. —Mas você só pensa em si mesmo e não queria que ela fosse embora só para você não sentir dor e ficar sozinho, enquanto ela sofreria mais que você. Você não pensou nela em nenhum momento. — Minha voz se eleva e vejo ele se aproximando de mim.

— Katherine... — O interrompo, chegando bem perto dele.

— Vai dizer que tem nojo de mim e ainda vai me jogar no chão depois de me dá um tapa na cara? Antes de fazer essas coisas, saiba que só porque sou sua filha e sou mulher, não vou abaixar a minha cabeça para você como fiz na primeira vez. E não vou combater ódio com ódio com você, um homem tão baixo que precisa bater na filha para descontar a raiva. Espero que vá embora e não volte nunca mais. Minha vida vai ser melhor sem você, William.

— Você bateu nela? — Bieber entrou em minha frente, me empurrando levemente para trás.

— Ela é minha filha! — William rebateu, elevando a voz.

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