31 - Willing to relocate.

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- Não, você não pode entrar! - Digo rude.

Fecho os olhos e bufo ao escutar a porta sendo aberta por Justin mesmo eu tendo recusado.

- Deveria ter trancado a porta, princesa. - Disse sendo irônico.

- Cala a boca. - Ouço uma pequena risada dele.

Sinto o colchão ao meu lado afundar um pouco e o cheiro de um perfume amadeirado e caro entra em minhas narinas. Abro os olhos e vejo Justin ao meu lado me fazendo sentir arrepios em meu corpo com seu olhar fixo em mim.

- Você tem que ficar em repouso, então eu trouxe café da manhã para você na cama e seu medicamento.

Sua voz sai calma e seu olhar terno e fixo sobre mim me deu uma enorme vontade de beijá-lo. Merda!

Eu tenho saudades dele, não vou negar. Mas eu tenho medo de magoar ele mais do que já fiz. Eu tenho medo dos sentimentos e isso é uma droga!

Porra, eu sou completamente apaixonada por ele, o que não poderia acontecer, mas já que aconteceu e é mútuo, por que não consigo demonstrar?

Por que sou uma idiota? hm, sim!

Desvio o olhar de seu rosto e vejo uma bandeja em seu colo com um suco de uva, panquecas, algumas frutas e meu remédio. Ele coloca a bandeja em meu colo com cuidado e já que eu estava com bastante fome, logo começo a comer mas antes, tomo o medicamento que a médica receitou.

Um silêncio se aponderou no quarto e a única coisa que podíamos ouvir, era o barulho dos talheres que eu estava usando para comer.

- Eu sinto muito por tudo que te disse, juro que não queria te dizer nada daquilo. - Justin, por fim, diz.

O olho me lembrando de cada palavra que ele me disse e de como sua voz e seu olhar estavam cheios de raiva.

"- Uma casa que você guardar ainda todas as coisas dos seus pais que não consegue se desfazer e fica remoendo o passado, tentando trazer pessoas que não vão voltar para sua vida, porque como você já me disse, todos que você ama se vão. Neste momento, você só tem os nossos filhos que são muito amados por você e esse é um dos problemas."

Engulo com um pouco de dificuldade um pedaço de panqueca e mudo meu olhar para o prato branco em minha frente.

- Mesmo não querendo falar, você falou, Justin! Então se você quis dizer ou não, isso não importa. - Ouço seu suspiro.

- Eu estou com medo. - Ele diz.

Solto os talheres que estava segurando, no prato e o olho com ironia e com um nó formado em minha garganta.

- E isso não é motivo para você falar o que falou, Justin. E sabe por quê? Eu estou com medo também mas nunca, nunca mesmo disse uma coisa tão cruel como essa. - Elevo um pouco minha voz e vejo uma mistura de sentimentos nos olhos de Justin: medo, raiva e tristeza.

Sinto meus olhos encherem de água e fixo meu olhar de volta para o prato em minha frente. Bebo um pouco de suco de uva para me acalmar e ouço uma pequena fungada do Justin. Ele estava chorando?

Me viro para ele e vejo a ponta de seu nariz levemente avermelhado e seus olhos úmidos. Meu coração se despedaça. Por um momento, me sinto culpada.

- Eu sei, Katherine, eu sei... - diz calmo. - Não tem uma justificativa para o que eu fiz, fui um filho da puta, eu sei. Mas eu estou assustado e com medo, mesmo que não pareça, ok? Eu nunca fui pai e eu não sei como me comportar perante à isso e eu acabo extrapolando. Você também se encontra no mesmo momento que eu e você sabe o que estou sentindo e mesmo que não apague o que eu fiz,... - ele faz uma pausa e respira fundo. - me perdoe, por favor.

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