7- Harassment.

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You know that I care for you
I'll always be there for you
I promise I will stay right here
I know that you want me too
Baby, we can make it through anything
Cause everything's gonna be alright. - Justin Bieber.

××

O chão da minha sala parecia não existia mais. Eu estava em algum mundo paralelo, que eu não sabia que havia. Eu não gostaria de acreditar. Me sentia despedaçada por dentro. Mas eu preciso ser forte, não para mim que terei que acompanhar uma nova fase da vida, e sim, pela minha mãe.

Nós sempre vemos casos de várias coisas ruins da vida por fofocas, televisão, jornal ou qualquer outro tipo de comunicação e nunca imaginamos que nós poderemos sofrer com isso, ou até mesmo alguém da sua família - que é no meu caso.

Agora mesmo, eu poderia subir ao meu quarto, juntar minhas roupas e ir embora de casa, por não saber aceitar a maldita doença dolorosa. Mas eu sou a filha dela. Filha da mulher que sentiu as dores da contração e do parto normal, ao me ter. Filha da mulher que trabalhava em dois lugares com a finalidade de conseguir uma quantia alta de dinheiro, só para conseguir pagar uma escola de qualidade para mim.  Ela cuidou tanto, passou por tanta coisa por mim. Ficaria com raiva de mim mesma se a abandonasse.

Eu sou filha dessa mulher batalhadora, forte e competente, que ajudarei a vencer esse câncer. Passarei minha força à ela. Estarei ao lado dela como minha mãe faria por mim. Essa é a hora de inverter os papéis.

— Isso não importa. É só uma doença e ela não te vencerá. Você é forte e seu nome já passa isso, Hermione. — Disse depois de um longo silêncio, dando ênfase em seu nome.

Minha mãe, que estava de cabeça baixa, logo a levanta e me olha com seus rosto molhado. Seu marido a abraça e sussura algo em seu ouvido, que a faz sorrir sem mostrar os dentes para mim.

— Você não irá chorar? — Entendo a sua pergunta, já que não derramarei nenhuma lágrima desde quando ela me contou sobre o assunto. E, praticamente, o normal seria eu estar me desabando em lágrimas. Ela estava confusa.

— Não, mãe. Eu estou sendo forte para você. Não que chorar seria um ato de fraqueza, mas eu só não quero. —Expliquei. — Vamos passar por isso todos juntos, ok? Eu não quero ver a senhora mais chorando, vamos encarar isso como uma coisa fraca, pois você é bem mais forte do que uma doença.

Eu apenas vi um vulto e logo senti minha mãe me agarrando em um longo abraço. 

— Eu te amo muito, Kath. Obrigada por aceitar isso e continuar comigo. — Ela disse e logo senti outros braços me rodeando e pela voz, era meu pai. — Nós te amamos, Kath! — Ele disse.

Tudo vai ficar bem. Vai ficar bem, eu acredito.

××

Place that Im am New York

Dia seguinte, 15:30am.

Eu nunca estivesse tão exausta como estou hoje, em toda a minha vida. Meus pés está a latejar e minha cabeça dói, mesmo já tendo tomado um remédio contra. Não pude dormir a noite toda pela insônia e fiquei pensando em tudo que foi dito no dia anterior. Senti orgulho por toda a minha decisão e minhas palavras direcionadas à minha mãe.

Hoje, terça-feira, não estava com tanto movimento na cafeteria e em especial, o meu chefe estava por perto observando o jeito de seus trabalhadores se comportavam no trabalho.

Debrucei o meu colo na bancada, na espera de algum cliente. Apenas quem eu vi entrando pela porta, foi minha amiga, Margot.

— Você nem respondeu minha mensagem! — Ela disse ao chegar perto de mim.

— Desculpa, não ouvi direito. Estava falando comigo, senhora? — Respondo siníca e ela revira os olhos.

— Como sua mãe está?

— Vamos conversar sobre isso quando eu sair do trabalho. Meu chefe está observando tudo hoje e não quero perder o meu emprego. — Ela assentiu.

Logo o sininho que sinaliza que chegou alguém, toca. Olhei e vi um homem que aparentava ter seus 30 anos. Pele clara, olhos castanhos e cabelo preto.

Passei minhas mãos em meu avental verde escuro e o homem foi fazer seu pedido, que era um café com um pequeno toque de leite.

Fui até a sua mesa para entregar o seu pedido e estremeci ao ver ele me olhar de cima a baixo, enquanto mordia seus lábios, descaradamente.

— Aqui está seu pedido, senhor. —Coloquei a xícara em sua frente e ele observou todos os meus movimentos.

— Não quero mais isso, posso trocar o pedido? — O homem perguntou me intimidando com os olhos.

— Ah sim, claro que pode. — Sorri falso. — Qual seria seu pedido?

— Meu pedido seria você. — Arregalei os olhos discretamente e o homem sorriu maliciosamente.

— Não temos essa comida, senhor. Me dê licença. — Falei enquanto me apressava para sair de perto dele, mas logo o maldito homem me puxou pelo braço.

— Você é muito gostosa. Estou imaginando você sentada em meu colo, rebolando. — Ele falou em meu ouvido e o olhei com raiva.

— Você está me assediando, seu idiota. —Minha voz saiu um pouco alta e vi Margot levantar, vindo até nós. —Me solta!

—O que está acontencendo aqui? —Minha amiga perguntou e o homem soltou meu braço.

—Agora estou imaginando as duas em meu colo. Seria bem melhor! —Ele disse com uma voz rouca e eu senti nojo de estar ali. 

Por que precisa existir pessoas assim?

—Vai tomar seu café, está esfriando. —Falei a ele, tentando sair e novamente ele me segurou com muita força, tanto que saberia que meu braço ficaria vermelho.

—Vou chamar seu chefe! —Margot disse desesperada e eu até pensei que poderia ajudar, mas não foi isso que aconteceu. Quando Ashton chegou, ele perguntou o que estava acontecendo e pediu para o homem me soltar, e ele obedeceu.

—Essa mulher colocou sal em meu café e eu apenas fui reclamar. A culpa é dela! —Olhei abismada para o homem que estava a me segurar.

Ashton me olhou bravo e eu neguei com cabeça.

—Ele me segurou e me disse coisas obscenas. Esse homem que está errado, não eu. A culpa não é minha! —Todos da cafeteria já nos olhávamos.

—Katherine, me dê seu avental. Você está demetida! —Meu chefe falou e eu o olhei com raiva, não por ter me demetido e sim, por ter acobertado o homem depois de tudo o que eu falei.

—Então segurar o braço de uma mulher fortemente, falar coisas obscenas no ouvido dela, desrespeitar a mulher em seu local de trabalho, é culpa dela? Sinceramente, eu mesma pediria demissão porquê também ter um chefe desses, que acoberta assédio sexual, é culpa da mulher também.

××

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( Desculpe qualquer erro )

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